Setor da proteína animal precisa observar as mudanças do mercado para ser competitivo
Afirmação foi do diretor técnico da CNA Bruno Barcelos Lucchi durante 24º SBSA
Especialista destacou que o setor da proteína animal precisa observar as mudanças do mercado para garantir competitividade (Foto: MB Comunicação)
O mercado de carnes na atualidade, as vantagens competitivas do Brasil na produção e os desafios do setor. Esses foram os principais assuntos abordados pelo diretor técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Bruno Barcelos Lucchi, nesta terça-feira (9), durante o 24º Simpósio Brasil Sul de Avicultura (SBSA). O evento é promovido anualmente pelo Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas (Nucleovet) e prossegue até quinta-feira (11), no Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nes, em Chapecó. Na palestra “Cenários e perspectivas para o mercado de carnes”, Lucchi contextualizou os fatos mais relevantes dos últimos cinco anos nas cadeias produtivas da carne bovina, suína e de aves. A exemplo da Peste Suína Africana (PSA) na China, a pandemia da Covid-19 e a guerra entre Rússia e Ucrânia, que contribuíram para a distorção do mercado e o aumento da demanda de maneira artificial. Para explicar o contexto de como o Brasil enfrentou essas adversidades Lucchi utilizou indicadores como exportações brasileiras de carnes, preços no atacado e valores pagos aos produtores, evolução do consumo per capita e elevação no crescimento na produção. Como potencialidades brasileiras na produção de carnes Lucchi enfatizou os aspectos de disponibilidade de oferta, forte atuação no mercado internacional, baixo custo de produção, e tendência de crescimento mundial na oferta de soja de 12%, o que ajustará os preços desse grão. “Quanto ao milho a perspectiva é de que o volume do estoque seja menor do que no comparativo com a soja. No Brasil cairá bastante, quase 50% de seu estoque de passagem. Isso ocorre em virtude do hábito de plantá-lo mais na segunda safra, período em que o El Niño causou seca em boa parte do país e enchentes no sul, o que abriu uma janela mais apertada para o plantio. Então, muitos produtores substituíram a plantação do milho pelo algodão, gergelim ou sorgo, que são culturas mais resistentes e que podem minimizar os prejuízos”, analisou. Lucchi também enalteceu como vantagem brasileira a questão sanitária. “Em bovinos estamos caminhando para área livre de febre aftosa sem vacinação, faltando apenas quatro estados retirar a vacina. Na suinocultura somos livre da Peste Suína Africana (PSA) e tivemos um foco na região nordeste de Peste Suína Clássica (PSC) com uma série de vacinações, tanto que neste ano não foi preciso imunizar para controle. E, na avicultura, nosso grande desafio foi a Influenza Aviária, com registro de 2.889 investigações realizadas, com 804 coletas de amostras, 157 aves silvestres identificadas/confirmadas e três aves de subsistência. Isso mostra o forte trabalho sanitário que é feito no Brasil a partir de um sistema de defesa robusto realizado em conjunto com indústrias e produtores”, ressaltou. Entre os desafios futuros do setor, Lucchi antecipou como variáveis que podem afetar o mercado de carnes a Reforma Tributária, a pressão sobre as margens dos produtores, a sanidade e a Lei de Autocontrole, o protecionismo internacional e a lei antidesmatamento da União Europeia. Segundo o diretor técnico, conforme a Reforma Tributária for aprovada pode resultar em aumento de custo para o produtor rural, a indústria e o consumidor. “Trabalhamos para que isso não ocorra porque vai na contramão do que o mundo tem feito, que é desonerar, ou seja, reduzir a carga tributária porque o agro garante a segurança alimentar”, justificou. 15ª Poultry Fair Em paralelo ao 24º SBSA, ocorre a 15ª Poultry Fair. A feira reúne as principais empresas do setor e, além de permitir o networking com fornecedores, apresenta produtos e inovações na avicultura. APOIO O 24º SBSA tem apoio da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), do Conselho Regional de Medicina Veterinária de Santa Catarina (CRMV-SC), da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Prefeitura de Chapecó e da Sociedade Catarinense de Medicina Veterinária (Somevesc).
PROGRAMAÇÃO 10 de abril de 2024
Bloco Abatedouro e Nutrição 8h00 Antioxidantes e qualidade de carne Palestrante: Vivian A. R. Castilho Heiss (15 minutos de debate) 9h00 Prevalência de dermatose em frangos de corte e sua relação com o manejo pré-abate Palestrante: Luiza Fernanda da Silva Sabino (15 minutos de debate) 10h00 Intervalo 10h30 Imunocompetência nas fases iniciais e sua relação com a nutrição Palestrante: Breno Castello Branco Beirão (15 minutos de debate) 11h30 Desafios relacionados à integridade estrutural em aves Palestrante: Mercedes Vázquez-Añón (15 minutos de debate) 12h30 Intervalo almoço Eventos Paralelos
Bloco Sanidade 14h00 Enfrentamento do foco de IAAP em aves de subsistência em Maracajá/SC pelo serviço veterinário oficial – CIDASC Palestrante: Diego Torres Severo e José Henrique de Oliveira (15 minutos de debate) 15h00 Fatores de risco a campo para controle de salmonelas Palestrante: Fernando Ferreira (15 minutos de debate) 16h00 Intervalo 16h30 Enterite necrótica em frangos de corte Palestrante: Dino Garcez (15 minutos de debate) 17h30 Vacinas Autógenas na avicultura: Uma visão regulatória Palestrante: Bruno Pessamilio (15 minutos de debate) 18h30 Eventos Paralelos
19h30 Happy Hour na 15ª Brasil Sul Poultry Fair
11 de abril de 2024
Bloco Manejo 8h00
Manejo de cama de frangos de corte Palestrante: Connie Mou (15 minutos de debate) 9h00 Artrites e problemas locomotores em frangos de corte: Uma abordagem multifatorial Palestrante: Jovanir Ines Müeller Fernandes (15 minutos de debate) 10h00 Intervalo 10h30 Implementação de indicadores de bem-estar animal como ferramenta de gestão da avicultura Palestrante: Victor Abreu de Lima (15 minutos de debate) 11h30 Biosseguridade e desempenho zootécnico, estão associados? Palestrante: Isabella Lourenço dos Santos (15 minutos de debate)
Lucchi apontou como grande desafio do setor a Reforma Tributária (Foto: MB Comunicação)
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