Postado em 15 de Julho de 2019 às 17h27

Comitê coordenará o combate ao cancro europeu nos pomares de SC

A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) aprovou e elogiou a decisão do Secretário Ricardo de Gouvêa, da Agricultura, em criar o Comitê Estadual de Sanidade das Pomáceas (CESP) e estabelecer uma nova frente de combate ao cancro europeu. A medida estava sendo solicitada pela FAESC depois que essa doença se tornou uma das piores pragas nos cultivos de maçã no mundo.
         Santa Catarina é o maior produtor de maçãs do Brasil. Representa 41% da produção da fruticultura do Estado e 51% do valor bruto de produção (VPB) do setor frutícola catarinense. O Estado participa com mais de 50% da produção brasileira e abriga 48% da área em produção dessa cultura com 3.017 produtores dedicando-se ao cultivo da fruta.
         O presidente da FAESC, José Zeferino Pedrozo, observa que dois terços dos produtores nacionais cultivam maçã em Santa Catarina totalizando 638 mil toneladas por ano em 16.200 hectares de macieiras. “Precisamos preservar a produção e manter a elevada qualidade das maçãs catarinenses. Isso só será possível com um trabalho de muitas mãos e, principalmente, com a conscientização dos produtores”.
Segundo dados da CISDASC, o índice de plantas com a doença de que 10% dos pomares de maçãs em Santa Catarina têm ocorrência da doença. “Mesmo o índice sendo considerado baixo, a crescente detecção de pomares com a praga (mais de 2% nos últimos dois anos) revela a necessidade de manutenção da vigilância e adoção de normas rígidas de controle, prevenção e erradicação do cancro europeu das pomáceas”, destacou o vice-presidente da FAESC e presidente do Sindicato Rural de São Joaquim, Antônio Marcos Pagani de Souza.
         O Comitê Estadual de Sanidade das Pomáceas (CESP) foi criado pela Portaria nº 32/2019, de 08/07/2019, no âmbito da Secretaria da Agricultura, Pesca e Desenvolvimento Rural constituído por um representante titular e um suplente das seguintes instituições: Secretaria de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural, Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina - CIDASC; Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina - EPAGRI; Associação Brasileira dos Produtores de Maçã – ABPM; Associação dos Produtores de Maçã e Pera de Santa Catarina – AMAP; Associação de Engenheiros Agrônomos da Serra Catarinense – ASSEA; Núcleo dos Técnicos Agrícolas de São Joaquim – NUTASJ; Federação da Agricultura de Santa Catarina – FAESC e Prefeitura Municipal de São Joaquim.
         AÇÃO E PREVENÇÃO
O grupo elegerá um coordenador entre os seus membros, que poderá convidar representantes de outros órgãos e entidades, públicas ou privadas, para participarem dos trabalhos. Suas atribuições consistem em definir as pragas prioritárias das pomáceas que serão objeto de trabalho, analisar dados anuais apresentados sobre as pragas prioritárias, avaliar os resultados alcançados e sugerir medidas corretivas, elaborar o cronograma de atividades e analisar propostas de métodos para o controle da praga e recomendar a aprovação para adoção pelo Programa Nacional de Prevenção e Controle de Cancro Europeu das Pomáceas – PNCEP.
Também caberá ao grupo recomendar pesquisas visando ao controle do Cancro Europeu das Pomáceas em Santa Catarina, indicar ações visando à educação sanitária, formação e treinamento de produtores e profissionais e sugerir os temas a serem discutidos no âmbito interestadual e nacional relacionados à sanidade das pomáceas.
O cancro europeu é causado pelo fungo Neonectria ditissima (sin. Neonectria galligenaI). A doença afeta as partes lenhosas das plantas e tem como característica a formação dos cancros, os quais prejudicam a translocação de seiva e o crescimento vegetativo. A infestação ocorre, geralmente, pelo transito de mudas contaminadas oriundas de outros países.

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