Postado em 15 de Fevereiro às 17h38

Assassinato do sindicalista Olices Stefani completa 20 anos

Nesta sexta-feira (16) completa 20 anos do assassinato do líder sindical Olices Stefani, de Abelardo Luz (Foto: divulgação).

O brutal assassinato do líder sindical Olices Stefani, de Abelardo Luz, completa 20 anos nesta sexta-feira (16) e ainda está presente na memória das entidades de representação e defesa das classes produtoras do agronegócio barriga-verde.
Presidente do Sindicato Rural e da Cooperativa de Alimentos e Agropecuária Terra Viva, ambos de Abelardo Luz, Stefani foi assassinado à 1 hora da madrugada do dia 16 de fevereiro de 2004, na região da Linha Embu, naquele município, por índios caingangues pertencentes às comunidades indígenas locais e, também, da reserva paranaense de Mangueirinha. Stefani tinha 52 anos de idade, era casado e pai de três filhas.
O sindicalista foi vitimado com tiro de carabina na cabeça quando, na Linha Embu, foi atacado por um grupo de indígenas que obstruíam a rodovia e ameaçavam invadir propriedades rurais – inclusive a do dirigente sindical morto. A vítima deu ré e tentou evadir-se do local para evitar o confronto, mas, mesmo com essa conduta não-agressiva, foi impiedosamente fuzilado pelos indígenas.
A ação estatal no processo foi lenta. O inquérito da Polícia Federal foi moroso e, na Justiça Federal, os procuradores da Funai priorizaram a lentidão como estratégia, conduta duramente criticada. Para procrastinar (atrasar) o processo, a Funai fez uso excessivo de embargos declaratórios e outros recursos processuais. O processo foi desaforado para a comarca de Joaçaba, onde o Tribunal de Júri condenou oito indígenas por homicídio simples em 2011.
            O vice-presidente executivo da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (FAESC), Clemerson Argenton Pedrozo, observa que o assassinato do sindicalista é uma faceta da questão indígena e está na pauta das preocupações da sociedade catarinense porque a Funai quer criar ou ampliar 26 áreas para os povos primitivos, avançando sobre 40.000 hectares legalmente ocupados por 4.000 famílias rurais. Somente em Abelardo Luz, 60 famílias rurais que vivem em 2.000 hectares estão injustamente ameaçadas de perder suas terras.
            O dirigente lamenta que a comunidade econômica rural catarinense viva sob constante tensão pela criação de novas áreas indígenas, como Abelardo Luz, Cunha Porã e Saudades e a expansão de outras já existentes, como Seara e Ipuaçu.
            Amigo e advogado Sérgio Dalben – um dos seis reféns mantidos em cárcere privado pelos indígenas –  lembra da intensa atuação comunitária de Olices, “sempre ativo nos assuntos dos produtores rurais, por ser ele, juntamente com sua família, proprietário de terras, onde com sua capacidade, tornou-se um dos maiores produtores de grãos do município.” Recorda que, na presidência do Sindicato dos Produtores Rurais, conquistou o titulo de capital Estadual da Semente de Soja, para Abelardo Luz, que depois tornou-se Capital Nacional da Semente da Soja, titulo obtido em 2013, conforme Lei nº 12.972.

 

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