Unimed Chapecó realiza quarta edição do Simpósio Cultura e Segurança
Evento pensado para colaboradores, médicos atuantes no Complexo e rede prestadora reuniu especialistas para discutir experiência do paciente, segurança da aviação no âmbito da saúde e saúde mental
Realizado nos dias 24 e 25 de setembro, o evento foi pensado exclusivamente para colaboradores, médicos atuantes no Complexo e rede prestadora. (Foto: Bruna Roman/MB Comunicação)
O silêncio do Teatro do Centro de Eventos foi quebrado pela emoção da plateia quando Rutinéia Jéssica Schuster, ao lado da pequena Isabela, surgiu em vídeo relatando sua trajetória de sobrevivência. A jovem mãe contou como deu entrada no Hospital da Unimed Chapecó, em abril, com um quadro infeccioso grave e, em questão de horas, viu sua vida e a da filha ficarem por um fio.
“Minha filha nasceu com 26 semanas, pesando 770 gramas. Eu precisei ser entubada e entrei em coma induzido por cinco dias. Foram noites sem dormir, cirurgias delicadas, meses de internação. Hoje estamos em casa, sem sequelas. Só tenho a agradecer a todos os profissionais que fizeram o possível e o impossível por nós. Eu e a Isabela seremos eternamente gratas”, disse Rutinéia, emocionada.
A escolha de abrir a quarta edição do Simpósio Cultura e Segurança da Unimed Chapecó com esse testemunho não foi por acaso. Como explicou o diretor médico executivo da cooperativa médica, Dr. Rodrigo Armani Lino de Souza, a intenção foi sensibilizar e engajar cada participante.
“O nosso Simpósio é o maior evento da Unimed Chapecó, talvez o maior da saúde recorrente em Santa Catarina. Envolve todos os médicos e os mais de 1.600 colaboradores. Neste ano, quisemos abrir com a história da Rutinéia e da Isabela porque ela mostra, na prática, que cada pessoa é uma engrenagem fundamental dessa grande locomotiva que é a Unimed. Todos têm um papel essencial para que a vida vença”, ressaltou.
Realizado nos dias 24 e 25 de setembro, esse evento é pensado exclusivamente para colaboradores, médicos atuantes no Complexo e rede prestadora. A iniciativa foi realizada por meio das áreas de Gestão de Pessoas e Núcleo de Qualidade em Saúde e contou com o apoio do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo no Estado de Santa Catarina (Sescoop/SC).
A emoção do início do evento deu o tom a um encontro que foi uma verdadeira imersão em como cultura, segurança e saúde mental se entrelaçam no cuidado e no bem-estar das pessoas.
ALÉM DO TAPETE VERMELHO
Na sequência, a CEO e fundadora da Patient Centricity, primeira empresa especializada em experiência do paciente no Brasil, Kelly Cristina Rodrigues, trouxe uma reflexão que prendeu a atenção do público: “Não adianta estender o tapete vermelho e, ao mesmo tempo, causar um evento adverso. O primeiro pilar da experiência é segurança e qualidade assistencial”, frisou.
Kelly apresentou sua metodologia baseada em três pilares: cuidado seguro, cuidado centrado no paciente e excelência na jornada. Ela explicou que, para além dos protocolos, é preciso enxergar cada pessoa como única, incluir o paciente no plano de tratamento e, sobretudo, valorizar os profissionais. “Precisamos cuidar de quem cuida. Porque, no fim, é isso, pessoas cuidando de pessoas”, enfatizou.
DA CABINE DE COMANDO AO HOSPITAL
Depois, foi a vez do comandante de linha aérea e de rotas internacionais, Gustavo Rocha. Com mais de 30 anos de experiência, ele fez um paralelo instigante entre a aviação e a saúde para transformar segurança em excelência, que envolve trabalho em equipe, gestão de risco e cultura de segurança.
O palestrante lembrou que os grandes acidentes aéreos raramente eram provocados por falhas técnicas, mas por erros humanos. A resposta da aviação foi revolucionar a cultura, investir na capacitação e no trabalho em equipe, em protocolos claros e em uma nova forma de lidar com as falhas.
“Todos erram. Eu erro, pilotos erram, médicos erram. O importante é entender por que aquela pessoa fez aquilo. Ninguém sai de casa para causar um acidente ou querendo errar. A punição só gera insegurança. Aprender com o erro gera prevenção”, afirmou Gustavo.
SAÚDE MENTAL COMO ESTRATÉGIA
Para encerrar a tríade de palestras, a gerente médica de Bem-Estar e Saúde Mental do Hospital Israelita Albert Einstein, Dulce Pereira de Brito trouxe uma mensagem essencial: sem saúde mental, não há cuidado sustentável. Ela apresentou dados alarmantes sobre o aumento de quase 70% nos afastamentos por transtornos mentais em apenas um ano no Brasil.
“Isso não é fraqueza. É a realidade de um mundo instável, acelerado e digital, que fragiliza nossos pilares de bem-estar”. Segundo Dulce, cuidar da mente dos colaboradores precisa estar na estratégia das organizações.
“Ignorar a saúde mental custa caro. O estresse ocupacional representa atualmente cerca de 4% do PIB brasileiro. Estamos adoecendo pessoas e, junto, rasgando dinheiro. A experiência do colaborador precisa estar lado a lado com a do paciente”, concluiu.
O FIO QUE UNE CIÊNCIA E HUMANIDADE
Entre emoção, dados, conceitos, muitos conhecimentos e conexões, o Simpósio proporcionou entendimento de que a saúde do futuro não depende apenas de tecnologia, mas de uma mudança cultural. A história de Rutinéia e Isabela mostrou o que está em jogo: vidas. As falas de Kelly, Gustavo e Dulce apontaram caminhos concretos para transformar organizações em espaços mais seguros e humanos.
Esse é um evento voltado especialmente para cuidar de quem cuida dos clientes da Unimed Chapecó. Ele foi desenvolvido por meio de uma estratégia da cooperativa, em oportunizar um momento onde o colaborador sai do ambiente hospitalar para uma imersão em temas importantes. Os mesmos norteiam as práticas do dia a dia, além de fomentar a educação continuada e o desenvolvimento de uma cultura organizacional pautada na qualidade, excelência e na segurança dos serviços prestados.
No encerramento, como disse o Dr. Armani, cada colaborador é uma engrenagem indispensável. E quando todas as peças funcionam em sintonia, a locomotiva segue firme e leva não apenas ciência, mas também esperança e humanidade a quem mais precisa.
A emoção do início do evento deu o tom a um encontro que foi uma verdadeira imersão em como cultura, segurança e saúde mental se entrelaçam no cuidado e no bem-estar das pessoas. (Foto: Bruna Roman/MB Comunicação)
Entre emoção, dados, conceitos, muitos conhecimentos e conexões, o Simpósio proporcionou entendimento de que a saúde do futuro não depende apenas de tecnologia, mas de uma mudança cultural. (Foto: Comunicação Interna Unimed Chapecó)
Esse é um evento voltado especialmente para cuidar de quem cuida dos clientes da Unimed Chapecó. (Foto: Bruna Roman/MB Comunicação)
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