Postado em 01 de Setembro às 15h50

Uma gota de vida e um legado de amor


Unimed Chapecó promove ações de apoio e incentivo ao aleitamento materno

Participara da roda de conversa gestantes, puérperas, mães e profissionais da área da saúde, como enfermeiros, psicólogos, pediatras, ginecologistas e obstetras (Foto: Marci Páz/MB Comunicação).

Uma gota que faz a diferença para toda a vida, que associa alimento, remédio e afeto. O leite materno é muito mais do que a combinação de água, proteínas, gorduras, vitaminas, minerais e anticorpos, porque é produzido especialmente para atender às necessidades do bebê. Nenhum outro alimento consegue reproduzir sua complexidade biológica. Para evidenciar sua contribuição no desenvolvimento do recém-nascido, existe o Agosto Dourado, mês dedicado mundialmente ao incentivo e apoio ao aleitamento materno. Essa cor foi escolhida porque o leite materno é considerado “padrão ouro” de qualidade nutricional infantil.
Com a intenção de disseminar conhecimentos e incentivar o aleitamento materno, a Unimed Chapecó promove diversas ações, algumas permanentes e outras pontuais. Exemplos disso foram a roda de conversa realizada no último sábado (16), iniciativa do Ambulatório de Gravidez e Puerpério da Unimed Chapecó, realizado no Centro de Terapias – Espaço Pertencer. Participaram gestantes, puérperas, mães e profissionais da área da saúde, como enfermeiros, psicólogos, pediatras, ginecologistas e obstetras.
Para a enfermeira do Ambulatório de Amamentação da Unimed Chapecó, Camila Trevisan Saldanha, esse momento propiciou a troca de experiências entre as mães que vivenciaram a amamentação, bem como o esclarecimento de dúvidas com os profissionais que enalteceram a importância do preparo para a amamentação ainda no pré-natal. “O conhecimento é fundamental para que a mulher saiba o que esperar de cada fase, seja na fase de apojadura (descida do leite), no comportamento do recém-nascido ou de como identificar se o bebê está mamando efetivamente”, explicou.
Entre as profissionais convidadas da roda de conversa esteve a médica pediatra e cooperada da Unimed Chapecó, Dra. Larissa Martinelli Piccinini, que ressaltou que a amamentação é um processo difícil, mas que flui de maneira natural quando a mulher é apoiada. “Hoje temos mais recursos, tecnologias e profissionais especializados, por isso é importante que ela busque ajuda para seguir com esse processo”, destacou. Segundo a pediatra, os indicadores da amamentação do Brasil estão abaixo do esperado, e muitas mães não conseguem amamentar mais do que 30 dias, por diversos fatores como baixa produção de leite, problemas nas glândulas mamárias ou outras doenças relacionadas.
Entre os benefícios proporcionados pela amamentação ao bebê estão: proteção imunológica, menor risco de doenças crônicas, desenvolvimento neurológico, formação da arcada dentária e fala e estabelecimento de vínculos afetivos saudáveis. A pediatra também abordou alguns mitos da amamentação como leite fraco ou ainda de alimentos que podem provocar cólica no bebê. A Dra. Larissa lembrou que, durante o período que está amamentando, a mulher está fragilizada, por isso orientou que as pessoas próximas evitem comentários desnecessários que possam afetar sua autoestima. “A rede de apoio deve acolher para que essa mãe possa amamentar”, enalteceu ao alertar também sobre a influência negativa das redes sociais.
INTENSA TRANSFORMAÇÃO
Mesmo uma gravidez muito aguardada, desejada e planejada pode desencadear um turbilhão de emoções. Isso porque, no puerpério, ocorre a queda hormonal nessa nova mãe, o que pode intensificar sentimentos como ansiedade, tristeza, irritabilidade ou até mesmo a sensação de incapacidade diante das novas responsabilidades. Somado a isso, há a adaptação de um novo integrante na família, totalmente dependente.
Esse cenário é vivido de formas diferentes por cada mulher. Para a servidora pública e mestre nesta área, Karine Cecilia Finatto Begnini, de 30 anos, a maternidade foi transformadora. “Não imaginei que fosse nessa intensidade. É o momento de maior fragilidade feminina. A gente se perde e não se encontra mais como mulher e como profissional”, afirmou.
Nessa vulnerabilidade emocional, Karine reuniu todas as forças para amamentar a filha Júlia por 48 dias. Ela relembrou que sua expectativa estava conectada a um processo natural e instintivo. Porém, a realidade foi diferente. “Na recuperação, após a cesárea, a enfermeira me orientou e disse que tinha um mamilo muito bom, o que me tranquilizou. Mas, quando cheguei em casa, não tinha condições físicas e psicológicas, por isso, a primeira coisa que consegui fazer foi marcar consulta no Ambulatório da Amamentação”, relatou. Com suporte, Karine utilizou uma extratora para tirar o leite materno e aplicou a técnica de amamentação denominada translactação. “Aprendi esse universo, pois não sabia nada disso. E, lá senti conforto”.
Com o incentivo e suporte de seu esposo, Karine perseverou no processo de translactação para estimular a produção do leite materno. “Dia e noite éramos nós dois para amamentar nossa filha. Foram muitas madrugadas acordados extraindo o leite materno e oferecendo por uma sonda no seio”, lembrou. Com receio de que seu depoimento desanime ou frustre outras gestantes, Karine reforçou que sua intenção é de mostrar que há outros meios para amamentar e de motivá-las a buscar ajuda.
Outro aspecto que amplia a sensibilidade do período é  que, além da exaustão física e da privação de sono, ela também enfrenta cobranças internas e externas sobre “dar conta de tudo”. E, mesmo com uma rede de apoio prestativa e acolhedora, ainda assim, sentimentos de solidão e falta de identificação de si mesma estão presentes. Karine explicou que questões culturais de centralizar o cuidado apenas na figura materna levam à exaustão, por isso fez um alerta contra romantizar a maternidade. A alternativa encontrada para superar esse momento difícil foi auxiliar outras mães a partir de sua vivência divulgada no perfil @sermaenaoefacil.oficial no Instagram. 
DETERMINAÇÃO E LEGADO
A advogada e empresária Carolina Garcia, de 34 anos, tem dois filhos e experiências diferentes nas fases de puerpério e amamentação. No primogênito, Rafael, atualmente com cinco anos de idade, ela amamentou até os dois anos e quatro meses. “A amamentação fluiu mais fácil, não tive problema com pega incorreta, fissura ou dor. Rafa nasceu de parto natural, com 3 kg. Porém, ganhava pouco peso, nada preocupante segundo nossa pediatra. E, o excesso de cuidado da minha rede de apoio me deixava insegura”, explicou ao comentar que os familiares precisam estar no mesmo propósito para que a amamentação perdure.
Carolina sempre teve o desejo de amamentar, por isso manteve próximo profissionais que a incentivasse nesse processo. “Eu nunca aceitei complementar com fórmula, por isso, tinha insegurança até de deixar meu filho com outras pessoas. Nossa pediatra sempre apoiou a amamentação e monitora o desenvolvimento do Rafael, que se mantém no mesmo padrão”, relembrou. O desmame ocorreu de maneira gentil, após Carolina compreender que o leite materno tinha cumprido seu papel.
Ao engravidar do segundo filho, Gabriel, que está com um ano e oito meses, Carolina optou em contratar uma pessoa para lhe ajudar em casa no pós-parto. “Foi mais leve, porque mesmo com a intenção de ajudar, às vezes, as palavras proferidas por pessoas próximas nos desmotivam”, expôs. Gabriel nasceu maior do que o irmão, com 3.700 kg e fazia muita força para mamar. “Eu sempre tive um fluxo de leite muito alto, que chega a jorrar. Porém, a forma que ele suga resulta em fissuras. Neste momento conheci o Ambulatório de Amamentação. Tive um excelente suporte e recebi a orientação de buscar uma fonoaudióloga, para liberação da língua dele”.
Carolina relembrou que tiveram acompanhamento com dentista para analisar a estrutura orofacial dele e, posteriormente realizaram a frenectomia (procedimento cirúrgico, que visa corrigir o freio da língua). “Mesmo assim, eu ainda sinto dor para amamentar, mas não quero parar porque para mim vai além de um vínculo físico e emocional, é uma questão de herança genética. O que observamos é que o Gabriel se acostumou com o alto fluxo de leite e, quando ele diminui, faz muita força para retomá-lo”, comentou. A advogada explicou que ainda não sentiu que seja a hora de encerrar esse ciclo, por isso segue amamentando, com a meta de chegar até os dois anos.
INCENTIVO AO ALEITAMENTO MATERNO
Outra atividade promovida em alusão ao Agosto Dourado foi o treinamento realizado nos dias 7 e 14 agosto para 88 profissionais de saúde que atuam no Hospital Unimed Chapecó. A iniciativa foi da Comissão de Aleitamento Materno do Hospital Unimed. O objetivo foi de compartilhar conhecimentos e habilidades para promover, apoiar e manejar corretamente a amamentação, garantindo benefícios para o bebê e para a mãe. O momento foi conduzido pela enfermeira Camila Trevisan Saldanha e pela fonoaudióloga Caroline Muller Kamphorst.
A Comissão de Aleitamento Materno também realizará, na próxima terça-feira (26), uma mesa-redonda intitulada “Superando desafios da amamentação”. Voltada para enfermeiros, residentes e médicos pediatras do complexo hospitalar, a atividade tem como o objetivo a discussão de casos clínicos relacionados ao assunto.
A Unimed Chapecó, por meio do Ambulatório de Gravidez e Puerpério (Amamentação), oferece suporte às famílias desde a consultoria de pré-natal, acompanhamento no pós-parto com orientação sobre as dificuldades que surgem nesta fase até o apoio ao retorno ao trabalho e desmame.
O atendimento de consultoria de amamentação e aplicação de laser é gratuito para pacientes Unimed Chapecó e particular para pacientes Unimed Intercâmbio e que não possuem plano de saúde. O Ambulatório está localizado no Espaço Viver Bem e atende das 8h às 12h e das 13h às 18h. Entre em contato pelo WhatsApp (49) 3361-1800 – Opção 18 (Espaço Viver Bem) – Opção 1 (Ambulatório de Gravidez e Puerpério).

O objetivo foi disseminar conhecimentos e incentivar o aleitamento materno (Foto: Marci Páz/MB Comunicação).

Outra atividade promovida em alusão ao Agosto Dourado foi o treinamento para 88 profissionais de saúde que atuam no Hospital Unimed Chapecó (Foto: Comunicação Interna da Unimed Chapecó).

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