Simpósio Brasil Sul de Suinocultura debate eficiência e sustentabilidade no uso de bebedouros para leitões
Médico veterinário, Gustavo Schlindwein apresentou pesquisa sobre os tipos de bebedouros durante o SBSS em Chapecó
O palestrante trouxe à plateia uma abordagem prática e embasada em pesquisa científica que conectou teoria e prática para o dia a dia da produção. (Foto: Suellen Santin/MB Comunicação)
O painel sustentabilidade e bem-estar animal abriu a programação do 17º Simpósio Brasil Sul de Suinocultura (SBSS). O evento promovido pelo Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas (Nucleovet), acontece no Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nes, em Chapecó (SC). O painel “Uso racional de recursos: os tipos de bebedouros podem afetar o desempenho dos leitões?” foi conduzido pelo médico veterinário, Gustavo Schlindwein, que atua como coordenador comercial de território da Unidade de Suínos. Com uma trajetória profissional que inclui passagens pela agroindústria e por uma das maiores cooperativas do país, o palestrante trouxe à plateia uma abordagem embasada em pesquisa científica que conectou teoria e prática para o dia a dia da produção.
Durante a apresentação, Schlindwein explicou que, na maioria dos casos, o modelo de bebedouro adotado nas granjas não interfere diretamente no desempenho dos animais, desde que haja o mesmo número de pontos de água e que o volume não seja restrito. Segundo ele, quando se aumenta a disponibilidade de água, é comum observar melhorias no ganho de peso e no consumo de ração. No entanto, o que realmente diferencia um modelo de outro é o desperdício. Certos tipos de bebedouros, especialmente quando mal instalados ou manejados de forma inadequada, podem gerar perdas significativas, o que impacta não apenas o custo da produção, mas também a sustentabilidade do sistema. Para Gustavo, a chave está em escolher o bebedouro mais adequado à realidade de cada granja, considerando o formato das baias, o número de animais e o manejo adotado pelo produtor. Dessa forma, é possível aliar eficiência produtiva e preservação dos recursos naturais.
O palestrante destacou ainda o valor de encontros, como o Simpósio Brasil Sul de Suinocultura (SBSS), que reúnem conteúdos científicos e debates práticos de alta relevância para quem está diretamente envolvido na suinocultura. “É um prazer trazer um pouco do que pesquisamos no mestrado, do que discutimos na academia e trocar ideias com quem está no dia a dia da produção. Produtores, técnicos e gerentes sentam juntos para discutir e isso enriquece muito a experiência”, afirmou.
Além da palestra técnica, Schlindwein também participou do lançamento de uma cartilha inédita sobre bem-estar animal, voltada à implementação da Instrução Normativa 113 (IN-113), publicada em 2020 e que estabelece boas práticas de manejo e cuidados com os suínos. A diretora técnica da ABCS, Charli Ludtke, disse que o material, que também aborda questões de sustentabilidade, reúne imagens e informações cedidas por diversas agroindústrias brasileiras e documenta a evolução das práticas nas últimas décadas. Entre as mudanças destacadas estão a adoção da gestação coletiva em substituição às gaiolas individuais, a eliminação da castração cirúrgica com a implementação da imunocastração e as melhorias estruturais e de manejo desde a maternidade até a terminação.
A cartilha, disponível no site da Associação Brasileira de Criadores de Suínos e acessível por QR Code durante o evento, pretende inspirar principalmente as novas granjas a já nascerem alinhadas com as normativas de bem-estar animal. A suinocultura brasileira é responsável por mais de cinco milhões de toneladas de carne por ano, sendo 1,2 milhão destinadas à exportação e o aprimoramento contínuo é essencial para manter o setor competitivo e responsável.
Com a combinação de pesquisa científica, experiência prática e iniciativas voltadas à sustentabilidade, a participação de Gustavo Schlindwein no Simpósio Brasil Sul reforçou a importância de decisões técnicas bem fundamentadas e da troca de conhecimento entre diferentes elos da cadeia produtiva. Mais do que falar de bebedouros, a palestra foi um convite para que a suinocultura avance lado a lado com a eficiência e o respeito ao meio ambiente.
PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA
Quarta-feira (13/08/2025)
10h10 – Hiperprolificidade: como a genética está trabalhando para que o potencial genético aconteça no campo
Palestrantes: Amanda Siqueira, Marcos Lopes, Geraldo Shukuri e Thomas Bierhals
12h às 13h30 – Eventos paralelos
Painel Nutrição
14h – Influência nutricional na resposta e desenvolvimento imune dos suínos
Palestrante: Alex Hintz
14h45 – A vida após o banimento do Óxido de Zinco. O que podemos aprender com a experiência europeia?
Palestrante: Leandro Hackenhaar
15h45 – Coffee break
Painel Imunidade
16h15 – Em busca do equilíbrio sanitário: como desenvolver e avaliar ferramentas para a obtenção de uma imunidade robusta de plantel: custo imunológico e impacto ao longo da cadeia de produção.
Palestrante: Luiz Felipe Caron
17h – Preparando o leitão para os desafios sanitários: microbiota, biorremediação, treinamento do sistema imune, o que realmente faz sentido?
Palestrante: Álvaro Menin
18h– Eventos paralelos
19h30 – Happy Hour na PIG FAIR
Quinta-feira (14/08/2025)
Painel Desafios Virais e suas ameaças
8h – A influenza aviária chegou ao sistema de produção: que risco corre a suinocultura?
Palestrante: Janice Reis Ciacci Zanella
8h45 – Programa de controle da PSC e PSA no Brasil: visão geral, impacto das ações e riscos para a nossa suinocultura
Palestrante: Dra. Lia Treptow Coswig
9h45 – Coffee Break
Painel Sanidade
10h10 – Saúde respiratória de leitões após o desmame: compreendendo os patógenos endêmicos
Palestrante: Dra. Maria Jose Clavijo Michelangeli
10h55 – Desafio por Mycoplasma hyopneumoniae: nossos protocolos vacinais atendem o desafio? Uma terceira dose de vacina seria a solução?
Palestrante: Luis Guilherme de Oliveira
12h – Sorteio de brindes e encerramento
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