Postado em 15 de Outubro às 15h55

Seminário Desvendando a Eficiência Operacional ocorre em Chapecó

2ª edição do encontro promovido pelo SENAI traz cases reais e estratégias de eficiência operacional para empresários e profissionais da indústria


Link com fotos do evento: https://www.flickr.com/photos/193091618@N03/albums/72177720329708504/


A eficiência operacional é uma busca constante das empresas que desejam se manter competitivas no mercado. Para apoiar essa jornada, a segunda edição do Seminário Desvendando a Eficiência Operacional, parte do circuito itinerante promovido pelo Instituto SENAI de Tecnologia em Excelência Operacional, ocorreu nesta terça-feira (14). O encontro foi realizado na Chácara do Cris Eventos. A iniciativa reuniu especialistas e líderes empresariais para apresentar estratégias e cases reais de como organizações de diferentes setores transformaram suas operações, tornando-se mais ágeis, sustentáveis e competitivas.

"A FIESC está lado a lado com as necessidades da indústria", frisou na abertura do evento o vice-presidente regional Oeste da FIESC, Waldemar Antônio Schmitz. Salientou ainda que a federação valoriza o trabalho incansável que indústria desempenha em prol do desenvolvimento econômico e social do nosso estado e do nosso país. "Somos a voz que representa a indústria, a ponte que conecta empresários em torno de um objetivo comum que é melhorar o ambiente de negócios."
A transformação digital nas indústrias depende diretamente da qualidade dos processos internos. De acordo com o gerente de transformação digital dos Institutos SENAI, Rodrigo Zoppei, muitas empresas brasileiras enfrentam dificuldades para integrar tecnologia ao seu modelo produtivo justamente por não dominarem seus próprios processos. "Quando há falhas na base, os ganhos com automação são restritos e fragmentados, o que impede uma real evolução em eficiência operacional", explicou.
Zoppei exemplificou que o Brasil ainda está distante dos índices de produtividade de países como Coreia do Sul e China, e que a maioria das empresas nacionais ainda opera nos níveis mais baixos de maturidade digital, principalmente entre micro e pequenas indústrias.
Segundo o gerente, 70% das iniciativas de transformação digital fracassam globalmente, principalmente por falta de clareza sobre os objetivos e ausência de alinhamento com o propósito estratégico das empresas. Para enfrentar esse cenário, o SENAI estruturou o programa Next, que oferece duas jornadas distintas: uma voltada a micro e pequenas empresas, e outra para médias e grandes. O foco é garantir que a adoção tecnológica ocorra de forma estruturada, sustentável e alinhada às reais necessidades da indústria brasileira.

CASES REGIONAIS DE SUCESSO
Reconhecida pela excelência tecnológica no segmento rodoviário, a Sulfibra se consolidou como líder nacional na produção de laminados de fibra de vidro e isolantes térmicos, com exportações para mais de 15 países. Segundo a diretora executiva administrativa, Leoriane Karina Zago, a inovação está no centro da estratégia da empresa, que desenvolve produtos e soluções em parceria com os clientes. Para a Sulfibra, adotar os princípios ESG é uma decisão estratégica que reflete quem a empresa é e o impacto positivo que querem deixar para o futuro. "Com o tempo, compreendi o real valor do ?G? no ESG, que vai além da sustentabilidade ambiental. Ele representa estabilidade, controle de riscos e acesso facilitado a crédito", afirmou.

A executiva acrescentou que a Sulfibra, com o trabalho desenvolvido com o Instituto de Excelência Operacional, adotou uma série de medidas estruturais, como reformulação da governança jurídica, implementação da LGPD e auditorias externas. No campo social, a empresa aplica recursos incentivados em projetos voltados à educação e infância nos municípios onde atua. Além disso, mapeou temas materiais alinhados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, integrando questões como ética, qualidade do produto e gestão de resíduos ao planejamento estratégico. "Ter uma marca associada à sustentabilidade e à ética fortalece a reputação e agrega valor ao negócio. Não basta fazer o bem, é preciso comunicar", conclui Leoriane.

Durante a apresentação "Hoshin Kanri na prática: a jornada da Azeplast", o CEO da Azeplast, Djalma Azevedo, o diretor industrial, Darlan Mayeski, e o gerente de Recursos Humanos, Fabiano Borges, compartilharam como a empresa alinhou toda a organização em torno de metas estratégicas. A iniciativa surgiu da necessidade de encontrar uma metodologia eficaz para engajar equipes, estruturar processos críticos e focar em objetivos realmente estratégicos. Apesar de já contar com um planejamento e indicadores de gestão, a Azeplast buscava uma ferramenta mais prática, com fácil aplicação e aderência à sua realidade.

A metodologia japonesa Hoshin Kanri foi implementada com o apoio do Instituto SENAI, que atuou de forma consultiva e colaborativa junto às equipes. A aplicação prática no ambiente fabril e o envolvimento de praticamente todos os colaboradores foram fundamentais para os resultados obtidos. A empresa adotou o modelo como padrão para resolução de problemas e decisões estratégicas, fortalecendo a comunicação interna e promovendo ganhos em produtividade. A experiência consolidou o Hoshin Kanri como uma ferramenta de gestão contínua dentro da Azeplast.

O coordenador de Engenharia de Processos na Zagonel, Thiago Guimarães, relatou os avanços da empresa na busca por eficiência operacional e transformação digital. A partir da reestruturação organizacional, que separou as áreas de automação e engenharia de processos, a companhia passou a focar na aplicação de melhorias produtivas, adoção de robôs e digitalização de processos. Com metas ousadas de crescimento, como a geração de 2.700 empregos diretos até 2029, a Zagonel tem investido em inovação, sustentabilidade e eficiência, pilares estratégicos para o futuro da empresa.

Entre as iniciativas destacadas, estão o desenvolvimento interno de sistemas como o MES (Manufacturing Execution System), que permite o controle da produção em tempo real, e a criação de produtos inteligentes conectados à Internet das Coisas (IoT), como o Sistema de Iluminação Inteligente Zagonel (SIIZ). A Zagonel também recorreu ao Instituto SENAI para avançar no tema Transformação Digital, a partir da aplicação da metodologia internacional SIRI (Smart Industry Readiness Index), cujo objetivo é iniciar, dimensionar e sustentar sua jornada de Transformação Digital. Os resultados mostraram que, apesar dos avanços, ainda há desafios na integração de processos e na robustez dos sistemas de planejamento. Para Guimarães, a transformação digital só será efetiva se envolver todas as lideranças e for orientada por necessidades reais da operação.

A diretora de Inteligência Competitiva da Ogochi, Aureane Mignon, apresentou a jornada da empresa na adoção da cultura Lean, que se consolidou como um pilar estratégico para alcançar excelência operacional. A iniciativa começou em 2020, com o mapeamento do fluxo de valor, identificação de desperdícios e aplicação inicial do 5S. Desde então, a companhia evoluiu com a implementação de programas como manutenção produtiva total (TPM), automação industrial, gestão de estoques com tecnologias como RFID e WMS, além da consolidação do gerenciamento da rotina e integração de indicadores em todas as unidades. A atuação da liderança foi decisiva nesse processo, com a aplicação do método A3 como ferramenta padrão para apresentação de projetos.

A Ogochi atende mais de 15 mil lojistas em todo o país, com foco em qualidade, imagem e atendimento multicanal. A verticalização parcial do processo produtivo e a parceria com o Instituto SENAI permitiram expandir a cultura Lean inclusive para operações terceirizadas, garantindo mais controle e competitividade frente aos desafios do setor. A companhia também investe em sustentabilidade e desenvolvimento humano, com mais de 54 mil horas de treinamento realizadas em 2024 e mais de 120 projetos sociais apoiados nos últimos quatro anos. Segundo a executiva, a cultura Lean deixou de ser apenas uma metodologia e passou a nortear decisões estratégicas em todos os níveis da organização.

  • MB Comunicação Empresarial e Organizacional -
  • MB Comunicação Empresarial e Organizacional -
  • MB Comunicação Empresarial e Organizacional -
  • MB Comunicação Empresarial e Organizacional -
  • MB Comunicação Empresarial e Organizacional -
  • MB Comunicação Empresarial e Organizacional -
  • MB Comunicação Empresarial e Organizacional -

Veja também

Voltar para (Blog)