Postado em 08 de Outubro de 2020 às 16h38

Produtores podem usar estoques do Paraquate, confirma Anvisa

Herbicida poderá ser aplicado pelos agricultores em alguns cultivos até agosto de 2021. Medida atende pedido dos produtores e evita prejuízos, avalia FAESC

    Produtores rurais que possuem estoques do herbicida Paraquate estão autorizados a utilizar o produto no decorrer da safra 2020/2021. A autorização foi concedida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) durante Reunião de Diretoria Colegiada, realizada na quarta-feira (7/10), em Brasília.
    A venda do produto está proibida no Brasil desde o dia 22. Mas, quem já havia comprado o produto para a safra 2020/2021, que começa nos próximos dias, poderá fazer a aplicação em alguns cultivos.
    Segundo a Anvisa, o prazo máximo de utilização do herbicida obedece a um calendário regional e vai até 31 de agosto de 2021. No caso da soja, o herbicida poderá ser utilizado até 31 de maio nas regiões Sul, Centro-Oeste e Sudeste e até 31 de julho no Norte e Nordeste do País. No milho, feijão e batata, o uso está autorizado em todas as regiões até 31 de março do ano que vem. Para o cultivo da maçã, o produto pode ser utilizado até 31 de outubro deste ano no Sul e no Sudeste. No caso dos citrus, o uso está permitido até 31 de março de 2021 nas regiões Nordeste, Sul e Sudeste e no trigo até 31 de agosto de 2021 no Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
    O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (FAESC), José Zeferino Pedrozo, observa que a decisão atende pedido do setor e evita prejuízos aos produtores. “A compra já havia sido feita e, caso a Anvisa mantivesse a proibição, os agricultores perderiam o investimento para a safra que já está começando. Foi uma decisão acertada e importante”, avalia.
    SOBRE O PRODUTO
    A Anvisa manteve em setembro a decisão de banir o Paraquate do Brasil. O produto não poderá ser produzido ou usado no País. Também ficará proibida a importação desse ingrediente ativo, um dos mais populares no campo, porém classificado pela Agência como tóxico em quem o manipula. Não há risco para quem consome alimentos produzidos com o pesticida.
    Pelo mundo, o herbicida não é permitido em 50 países como na União Europeia. Por outro lado, é aceito com restrições em 13 países, entre eles, Estados Unidos, Canadá, Austrália, Japão e Nova Zelândia.
    A FAESC e a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) discordam do posicionamento da Anvisa sobre o herbicida. As entidades apoiam o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) 404/2020 apresentado pelo senador gaúcho Luis Carlos Heinze, que pede a derrubada da proibição imposta pela Agência. O projeto aguarda votação em Plenário.
    Segundo o senador, com o parecer final da Anvisa, o setor agropecuário depara-se com a possibilidade de perda de uma das "ferramentas mais importantes para o cultivo" das principais culturas, responsáveis pela competitividade brasileira no mercado internacional de commodities.
    Na justificativa do projeto, Heinze alega que a agência que atua no registro de defensivos na Austrália (Australian Pesticides and Veterinary Medicines Authority - APVMA), realizou reavaliação, concluída em outubro de 2016, mantendo o registro do produto por concluir que não se trata de ingrediente mutagênico.

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