Praga da cigarrinha: produtor está com dificuldades para obter indenização
FAESC pedirá para a CNA interferir junto ao Ministério da Agricultura para que os produtores recebam a indenização via PROAGRO ou seguro rural
A praga da cigarrinha já provocou a perda de 50% das lavouras de milho das regiões mais produtivas de Santa Catarina, mas os produtores estão tendo dificuldade em acionar as coberturas securitárias para indenização dos prejuízos. Os Bancos financiadores não estão liberando nem o PROAGRO nem o seguro agrícola sob a alegação de que essa praga tem controle e, portanto, poderia ser combatida.
O vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (FAESC) Enori Barbieri entende que os agentes financeiros estão equivocados quando negam a indenização aos produtores afetados pela praga. Lembra que a cigarrinha é uma praga de difícil controle e que os produtores fizeram tratamento de sementes e usaram inseticidas, portanto, adotaram as medidas preventivas e devem ser indenizados. O dirigente recomenda que quem teve a concessão negada entre com recurso para não perder o prazo.
A FAESC pedirá a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) que interceda junto ao Ministério da Agricultura para a concessão das devidas indenizações aos produtores rurais que contrataram o PROAGRO ou o seguro agrícola. O presidente da FAESC José Zeferino Pedrozo, que também é vice-presidente de finanças da CNA, levará o assunto à próxima reunião da Confederação.
O PROAGRO (Programa de Garantia da Atividade Agropecuária) foi criado pelo governo federal para garantir o pagamento de financiamentos rurais de custeio agrícola quando a lavoura amparada tiver sua receita reduzida por causa de eventos climáticos ou pragas e doenças sem controle.
As lavouras de milho no Sul do País, especialmente no Paraná e sobretudo em Santa Catarina, foram amplamente castigadas pela seca e pela praga da cigarrinha. Em território catarinense, a incidência da cigarrinha-do-milho, inseto-vetor de doenças provocadas por vírus e bactérias, tem ocorrido de forma generalizada em todas as regiões e com danos econômicos variáveis na safra 2020/2021. As macrorregiões mais afetadas são o Meio-Oeste, Oeste, Extremo-Oeste, Planalto Norte e Planalto Serrano. Produtores relatam perdas de até 70% das lavouras, especialmente nos cultivos precoce e superprecoce, variedades mais sensíveis à praga.
A cigarrinha se alimenta e se reproduz apenas no milho e, por isso, a manutenção de plantas é favorável para sua multiplicação. Também não há controle químico 100% eficaz para a praga. Ao contaminarem a planta, as cigarrinhas prejudicam o seu desenvolvimento, acarretando em má formação, menos espigas e, consequentemente, queda de produtividade.
IMPACTO
A cigarrinha impactará na produtividade do milho no Estado neste ano. A estimativa da FAESC é que a safra 2020/21 deve chegar, no máximo, a 1,5 milhão de toneladas – 1,2 milhão a menos que o previsto. São 300 mil hectares de área cultivada para milho comercial e 200 mil para silagem. “O produtor que plantou para colher 250 sacas por hectare, colherá entre 50 e 60”, projeta Barbieri.
Para abastecer o mercado interno, Santa Catarina terá que importar cerca de cinco milhões de toneladas de milho no ano, o que também impactará nos custos de produção das agroindústrias.
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