Postado em 01 de Julho às 14h43

Potencial genético e a realidade do sistema de produção: o que fazer para o resultado acontecer

Painel sobre hiperprolificidade no SBSS 2025 reúne especialistas para debater avanços genéticos e desafios no campo

Amanda Pimenta Siqueira, médica veterinária e Doutora em Ciência Animal com ênfase em Reprodução de Suínos (Foto: Divulgação).

Chapecó (SC)será palco, entre os dias 12 e 14 de agosto, do 17º Simpósio Brasil Sul de Suinocultura (SBSS), um dos eventos mais relevantes da cadeia suinícola nacional. Promovido pelo Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas (Nucleovet), o Simpósio trará uma programação técnica de alto nível, com destaque para o Painel de Genética intitulado “Hiperprolificidade: como a genética está trabalhando para que o potencial genético aconteça no campo”, que acontecerá no dia 13 de agosto (quarta-feira), às 10h10, em formato de mesa-redonda.
            O painel reunirá quatro grandes nomes da suinocultura nacional e internacional: Amanda Pimenta Siqueira, Marcos Lopes, Geraldo Shukuri e Thomas Bierhals, profissionais com sólida experiência no melhoramento genético e na gestão técnica de grandes sistemas produtivos.
            A REVOLUÇÃO GENÉTICA NAS MATERNIDADES
            No centro da discussão está a hiperprolificidade, conceito que define a capacidade da fêmea suína em parir leitegadas numerosas, com mais leitões nascidos vivos e viáveis a ponto de serem desmamados. Para a médica veterinária, Doutora em Ciência Animal com ênfase em Reprodução de Suínos, Amanda Pimenta Siqueira, essa evolução é fruto direto do avanço genético. “O que observamos hoje no campo é resultado de anos de seleção criteriosa para aumento da taxa de ovulação, eficiência reprodutiva e menor perda embrionária”, explica a especialista, que lidera o departamento de Serviços Técnicos e Validação de Produtos da Agroceres PIC.
            Amanda destaca que há 10 anos uma matriz gerava, em média, 13 a 14 leitões por parto. Atualmente, esse número pode ultrapassar os 17 ou 18, com médias de 35 a 36 leitões desmamados por fêmea ao ano em granjas de alta performance. “Isso representa não só um ganho produtivo, mas também uma diluição significativa de custos e maior aproveitamento genético das matrizes”, reforça. Uma fêmea hiperprolífica precisa de estrutura física — como bom número de tetos, capacidade materna, suporte técnico (manejo) e suporte nutricional — para garantir a viabilidade e o bom desenvolvimento dos leitões.
            GENÉTICA, DADOS E EFICIÊNCIA: O QUE DIZEM OS ESPECIALISTAS
            O diretor técnico da Topigs Norsvin no Brasil e pesquisador no Centro de Pesquisa da empresa na Holanda, Dr. Marcos Lopes, levará à mesa-redonda sua experiência em genética e genômica aplicada. Com doutorado pela Universidade de Wageningen (Holanda), Marcos tem focado sua carreira no desenvolvimento de ferramentas genéticas que traduzam, no campo, em eficiência zootécnica e previsibilidade produtiva.
            Outro importante nome no debate será o de Geraldo Shukuri, diretor técnico da DanBred Brasil, com ampla trajetória em empresas do setor no Brasil e no exterior. Para fechar o grupo, o médico veterinário, diretor técnico da DNA South America, Thomas Bierhals, contribuirá com experiência prática de mais de 15 anos em projetos de melhoramento genético na América Latina. Mestre em Reprodução Suína, Thomas ressalta a importância de conectar genética com gestão, afinal, a tecnologia genética está avançada, mas é preciso garantir que ela seja corretamente aplicada no campo. Isso exige capacitação constante dos técnicos e atenção aos detalhes do sistema.
            GENÉTICA NÃO ATUA SOZINHA: NUTRIÇÃO E AMBIÊNCIA TAMBÉM IMPORTAM
            Apesar dos avanços genéticos, os especialistas alertam para fatores extrínsecos que podem comprometer os resultados. Oportunidades na área de ambiência, nutrição e na qualidade da água, ou manejo incorreto na maternidade, são entraves que impedem que o potencial genético se traduza em eficiência produtiva. “A genética fornece o potencial, mas é o sistema que determina se ele será plenamente aproveitado ou subutilizado”, resume Amanda Siqueira.
            Entre as estratégias adotadas pelas empresas de genética está o aumento do número de tetos nas fêmeas, a seleção para maior peso ao nascimento (melhorando a viabilidade) e a redução da necessidade de mães de leite, o que melhora o giro da maternidade e reduz os custos por leitão produzido.
            GENÉTICA COMO ALIADA DE UM SISTEMA MAIS EFICIENTE E SUSTENTÁVEL
            O painel sobre hiperprolificidade no SBSS 2025 será um espaço estratégico para entender como os avanços genéticos atualmente moldam uma nova suinocultura: mais eficiente, mais sustentável e mais conectada com as necessidades do campo. Os debates técnicos proporcionarão uma visão clara dos desafios e das soluções em torno da reprodução suína de alta performance.
            Para produtores, técnicos, pesquisadores e estudantes, o evento é uma oportunidade única de atualização e troca de experiências com alguns dos maiores nomes da suinocultura. A presença de especialistas com vivência nacional e internacional garante um panorama abrangente, com foco em resultados práticos e estratégicos para o futuro da atividade.
            EVENTOS PARALELOS
Em paralelo, nos três dias, acontece também a 16ª edição da Brasil Sul Pig Fair, feira técnica voltada ao setor, que conta com empresas do Brasil e América Latina, além da Granja do Futuro, com os principais lançamentos e tecnologias para os produtores.
As inscrições podem ser realizadas pelo site oficial do evento:
nucleovet.com.br/simposios/suinocultura/inscricao. Grupos com dez ou mais participantes podem parcelar os valores em até três vezes, desde que a primeira parcela seja efetuada até a data de validade do respectivo lote. Pacotes adquiridos por agroindústrias, órgãos públicos e universidades serão faturados para o CNPJ da instituição. Inscrições de associados ao Nucleovet devem ser feitas por meio da secretaria da entidade, pelo contato (49) 99806-9548 ou financeiro@nucleovet.com.br.
            2º lote: até 24/07: profissionais R$ 720 e estudantes R$ 450.
            3º lote: a partir de 25 de julho e durante o evento: profissionais R$ 890 e estudantes R$ 500.
            Participar apenas da 16ª edição da Brasil Sul Pig Fair:
            1º e 2º lotes: até 24 de julho: R$ 100.
            3º lote: a partir de 25 de julho e no local do evento: R$ 200.
 
 
 

Marcos Lopes, diretor técnico da Topigs Norsvin no Brasil e pesquisador no Centro de Pesquisa da empresa na Holanda (Foto: Divulgação).

Geraldo Shukuri, diretor técnico da DanBred Brasil (Foto: Divulgação).

Thomas Bierhals, médico veterinário e diretor técnico da DNA South America (Foto: Divulgação).

Veja também

Voltar para (Blog)