Metodologia BIM: uma construção civil mais avançada e eficiente
Implementação da modelagem virtual de uma construção é abordada em capacitação realizada em Chapecó
Participaram equipes técnicas de engenharia dos órgãos públicos municipais, prefeitos, arquitetos, engenheiros, construtoras, incorporadoras e estudantes.
Colaboração em tempo real entre os profissionais envolvidos em um projeto, integração de informações, ampliação de dados e detalhes da obra, maior transparência nos processos passo a passo e redução de custos para execução da construção. Esses são alguns dos benefícios proporcionados pelo uso da metodologia Building Information Modeling (BIM) destacados, na última semana, durante o evento “Liga BIM Prefeituras-SC”, realizado no auditório do Ciad Downtown, em Chapecó. A iniciativa foi da ConexãoBIM, do Sebrae/SC e do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Santa Catarina (CREA-SC). Participaram equipes técnicas de engenharia dos órgãos públicos municipais ou de associações de municípios, prefeitos, arquitetos, engenheiros, construtoras, incorporadoras e estudantes da região.
A programação contemplou conceitos sobre o BIM, a aplicação da nova lei de licitações, os principais desafios de implementação, a identificação da melhor maneira para elaborar seus termos de referência, etapas fundamentais para implementar o BIM de maneira correta e eficaz e como os municípios podem avançar com a utilização dessa metodologia. Também foram abordadas as oportunidades de subsídios de 50% para microempresas e empresas de pequeno porte para realização de modelagem e simulações de projetos; aplicação do método de implementação de softwares com tecnologia BIM; consultoria para acompanhamento de projetos-pilotos e consultoria para criação de BIM Mandate e plano de implantação.
A engenheira e diretora da Conexão BIM, Késia Alves, explicou que o Building Information Modeling (BIM) é a modelagem virtual de uma construção, que utiliza tecnologias, softwares, processos, gestão e pessoas de forma colaborativa para que a informação seja utilizada de forma coordenada, durante o tempo de vida de um empreendimento. “Um projeto em BIM tem como características: ser digital, espacial (3D), mensurável, abrangente, acessível e durável, ou seja, utilizável ao longo de todas as fases de uma edificação. Em resumo BIM é a forma de construirmos virtualmente aquilo que edificaremos no mundo real”, comentou.
Para implementação dessa metodologia são necessários três pilares: pessoas, tecnologias e processos. Esses elementos contribuirão para que ocorra a migração para o ambiente digital, a partir da mudança de mindset dos profissionais e do trabalho colaborativo. “BIM é a modelagem da informação, não é apenas um software. Trata-se de gerir as informações novas que chegam constantemente, além de ser necessário definir todos os requisitos da obra nas primeiras etapas do processo, o que nos proporciona um universo de possibilidades nessa nova forma de projetar. Precisamos adaptar nossa forma de trabalhar e esse é o grande desafio, mudar hábitos”, argumentou Kesia.
EVOLUÇÃO PARA O SETOR
De acordo com o prefeito de Riqueza, Renaldo Mueller, a implementação dessa metodologia é de grande importância para todos os municípios brasileiros, independentemente, do seu porte econômico ou populacional. “Esperamos que o BIM facilite e melhore a realização das obras públicas, com mais eficácia, otimização de tempo, economia de recursos públicos e melhoria na qualidade da execução dos serviços e dos materiais utilizados”, comentou o gestor público. Ele explicou ainda que as demandas de projetos do município são atendidas e elaboradoras pela equipe de engenharia da Associação dos Municípios do Entre Rios (Amerios), a exemplo da recente pavimentação asfáltica de 11 quilômetros que liga a área central até o Distrito de Vila Cambucica.
Para o pesquisador na área da engenharia civil e reitor da Unochapecó, Cláudio Alcides Jacoski, é primordial acelerar o processo de implementação dessa metodologia nos escritórios, nas Administrações Públicas e nas indústrias da construção. “Essa temática tem avançado ao longo dos anos, por isso acredito que essa popularização de levar o BIM para todos os espaços e da compreensão sobre a importância da organização da modelagem da informação, contribuirá para preparar a construção civil para fugir ‘dos tijolinhos’, começar a industrializar ou robotizar o setor. Esse caminho nos levará para uma construção mais avançada e eficiente”, analisou.
O presidente do CREA-SC, Carlos Alberto Kita Xavier, enalteceu que o BIM revolucionou os setores de engenharia e construção ao trazer a digitalização e a colaboração aprimorada para a vanguarda do gerenciamento de projetos de construção. “Nossos profissionais precisam estar capacitados para acompanhar a solicitação do mercado de trabalho. Ao usar o BIM, as partes interessadas do projeto podem identificar e resolver conflitos antes do início da construção o que reduz as chances de retrabalho ou atrasos na obra, além de proporcionar agilidade nos processos de planejamento e programação, permitir a definição de quantidade ainda mais precisa para os orçamentos e facilitar a integração de princípios de designs sustentáveis e soluções de eficiências energéticas no projeto”, argumentou.
“O setor da construção civil na região oeste catarinense, às vezes, passa despercebido nas análises de desempenho econômico e contribuição de setores propulsores no desenvolvimento território. Isso ocorre pela estrutura da nossa região, pois aqui destaca-se o agronegócio e precisamos fortalecer também os demais setores estruturantes da economia. Para fortalecer ainda mais as empresas da construção civil o Sebrae/SC está elaborando um projeto estadual, que será executado no biênio 2024/2025”, antecipou o analista de negócios do Sebrae/SC, Arildo Jacobus.
Participaram equipes técnicas de engenharia dos órgãos públicos municipais, prefeitos, arquitetos, engenheiros, construtoras, incorporadoras e estudantes.
A engenheira e diretora da Conexão BIM, Késia Alves, explicou que o Building Information Modeling (BIM) é a modelagem virtual de uma construção.
Para o pesquisador na área da engenharia civil e reitor da Unochapecó, Cláudio Alcides Jacoski, é primordial acelerar o processo de implementação dessa metodologia.
O analista de negócios do Sebrae/SC, Arildo Jacobus, antecipou que o Sebrae/SC está elaborando um projeto estadual para fortalecer o setor.
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