Postado em 07 de Junho de 2019 às 16h58

Fórum de Competitividade e Desenvolvimento: Comissão encaminhará ações para efetivação da rota do milho e internacionalização do aeroporto

Em reunião nesta sexta-feira, lideranças empresariais e políticas avaliaram atuais necessidades para manter a competitividade do Oeste no mercado interno e externo

Analisar a situação atual da rota do milho e do processo de internacionalização do aeroporto Serafim Enoss Bertaso, de Chapecó, e quais os desafios e esforços precisam ser feitos em prol de melhorias para o fortalecimento do grande Oeste catarinense. Esse foi o objetivo de reunião promovida nesta sexta-feira (07) pelo Fórum de Competitividade e Desenvolvimento para a Região Oeste de SC no SENAI Chapecó, reunindo lideranças da governança do Movimento de Integração e Complementaridade Produtiva de Santa Catarina, Misiones, Itapua e Alto Paraná.
            Participaram a vice-governadora Daniela Reinehr, o secretário de Estado da Agricultura e da Pesca, Ricardo de Gouvêa, a presidente da Câmara de Comércio Exterior da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC), Maria Teresa Bustamante, o gerente regional do Sebrae/SC, Enio Alberto Parmeggiani, e demais lideranças políticas e empresariais de SC, Argentina e Paraguai.
            A vice-governadora salientou que o Fórum tem sido um espaço aberto para a integração e trabalho em conjunto. “Dentre os temas, a rota do milho tem sido recorrente. Enquanto governo, temos empreendido todos os esforços possíveis para agilizar o pleno funcionamento dessa importante rota para o agronegócio catarinense. O outro tema diz respeito ao aeroporto de Chapecó. Aqueles que me conhecem sabem do meu empenho pessoal em assegurar todos os recursos para que o aeroporto opere de forma plena. Estou ciente da importância das ações defendidas pelo Fórum. O Governo do Estado apoia todas as iniciativas que buscam ampliar a competitividade dos setores produtivos. E como filha do Oeste, sempre estarei a postos para trabalhar pelas demandas dessa grande região”.
            Ricardo de Gouvêa destacou que a rota do milho é fundamental para a agroindústria e para manter a competitividade do Estado tanto no mercado nacional como no internacional. “O maior setor exportador de SC depende do milho e uma alternativa para reduzir os custos da agroindústria é trazer o grão do Paraguai, mas encurtando as atuais distâncias que são percorridas. Da mesma maneira, a ampliação do aeroporto é importante para o turismo e para trazer mais tecnologia e inovações”.
            Porém, Gouvêa frisou a necessidade de observar e garantir esforços para manter o status sanitário de Santa Catarina, livre de febre aftosa sem vacinação. “O governo está empenhado e contribuindo no que é necessário para a internacionalização e processo de concessão do aeroporto para a iniciativa privada e está disposto a contribuir no que for necessário para a rota do milho. Mas precisamos também pensar na questão da sanidade animal para manter o status diferenciado do Estado”.
            A presidente da Câmara de Comércio Exterior da FIESC apresentou um histórico das ações realizadas até agora para a efetivação da rota do milho e um fluxograma de importação do grão. “O Estado importa um volume extraordinário de milho, o que mostra a importância dessa rota. A parte aduaneira não é o principal desafio, mas sim a intervenção do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento”. Os produtos importados pelo Brasil devem seguir os padrões oficiais determinados por legislações específicas, que estão classificados a partir de exigências de mercado ou por determinação do Ministério da Agricultura. “A FIESC está à disposição e aberta para dar suporte técnico e para contribuir no trabalho político que for necessário para dar andamento e atender as necessidades da região”, frisou Maria Teresa.
            A FIESC apresentou em abril, em Chapecó, estudo expedito contratado pela entidade evidenciando os investimentos para melhorias no Aeroporto Serafim Enoss Bertaso. Está em construção uma Agenda do Oeste que será divulgada oportunamente. Também encaminhou ofício à ANAC, em maio, reivindicando fiscalização de preço da passagem e atração de novas linhas substitutivas à Avianca no trecho entre Florianópolis e Chapecó.
            ENCAMINHAMENTOS
            O presidente do Fórum de Competitividade e Desenvolvimento, Vincenzo Mastrogiacomo, destacou que a reunião foi importante para encaminhar ações necessárias para a viabilização da rota do milho e para dar andamento às discussões para a internacionalização do aeroporto. “O Oeste é um grande celeiro de proteína animal, mas precisa se manter competitivo e isso passa pela alimentação dos animais, frangos e suínos, e o principal produto destinado para isso é o milho. O Estado não produz quantidade suficiente do grão, por isso precisa importar. Atualmente, o milho importado do Paraguai chega a SC por Foz do Iguaçu, no Paraná. Com a vinda pela Argentina, passando pela aduana de Dionísio Cerqueira, conforme propõe a rota do milho, o trajeto seria reduzido, diminuindo o valor do frete e trazendo maior competitividade para a nossa indústria”.
            Santa Catarina produz 3 milhões de toneladas de milho por ano, mas o consumo é de 6 milhões de toneladas. O Estado é o 8º produtor, porém o 2º maior consumidor de milho do Brasil. A agroindústria de SC traz cerca de 3,5 milhões de toneladas ao ano de milho.
            Quanto ao aeroporto, Mastrogiacomo destacou que é necessária sua internacionalização, tanto para ter contato com países do Mercosul quanto da Europa. “Para nós é evidente a necessidade de internacionalização para passageiros e para cargas, o que beneficiará não apenas a agroindústria, mas vários outros setores que também exportam, como o moveleiro e eletrometalmecânica. Essa visão, inclusive, integra um dos eixos do Programa LIDER, que pensa, discute e propõe ações para o desenvolvimento da região”.
            Uma comissão foi formada com o presidente do Fórum, o secretário de Agricultura e demais lideranças de entidades envolvidas no processo para estabelecer um plano de trabalho. A primeira reunião está agendada para a próxima terça-feira (11), na Associação Comercial e Industrial de Chapecó (ACIC).
            Rota do milho
As discussões em torno da Rota do Milho surgiram em 2016, no Núcleo Estadual de Integração da Faixa de Fronteira de Santa Catarina, iniciativa do Governo catarinense, do Sebrae/SC e das entidades ligadas ao agronegócio, com participação do Fórum de Competitividade e Desenvolvimento. Também participam o Bloco dos Prefeitos do Mercosul (Bripam), Associações dos Municípios do Oeste de Santa Catarina, Facisc, FIESC, ACAV, Fecoagro, Assembleia Legislativa, Agências de Desenvolvimento Regional, entre outros parceiros. 
O projeto consiste em buscar no Paraguai o milho para abastecer a imensa cadeia produtiva da avicultura e da suinocultura industrial catarinense. Com a implantação da conexão transfronteiriça, o produto seguirá o seguinte roteiro: será adquirido nos Departamentos de Itapua e Alto Paraná (Paraguai), passará pelo porto paraguaio de Carlos Antonio Lopez, atravessará o rio Paraná em balsas, entrará em território argentino pelo porto de Sete de Agosto e seguirá até a divisa com o Brasil, sendo internalizado pelo porto seco de Dionísio Cerqueira.
O Fórum de Competitividade e Desenvolvimento foi criado em 2013 para integrar entidades em prol do desenvolvimento regional. Trata-se de um órgão técnico de articulação, orientação e integração regional na definição de diretrizes voltadas à competitividade e ao desenvolvimento do Oeste.

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