Postado em 02 de Março de 2020 às 16h54

Formação Profissional Rural: Senar/SC forma primeira turma de técnicos em agronegócio em Araranguá

Ela, 42 anos, ele 22. São mãe e filho juntos em sala de aula para aprender como melhorar a produção de arroz na propriedade e aumentar a renda da família. Maristela e Marcos Possamai são dois dos 30 alunos que se formam no dia 7 de março, em Araranguá, na primeira turma do curso de Técnico em Agronegócio promovido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/SC), órgão vinculado à Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc). O curso teve duração de dois anos, com aulas presenciais e à distância, totalizando 1.230 horas de aprendizagem sobre economia rural, marketing, gestão, empreendedorismo, finanças e responsabilidade social e ambiental no agronegócio.
O que fez MaristelaeMarcos decidirem estudar juntos foi a necessidade de aperfeiçoar técnicas e buscar alternativas para aumentar a renda da família, que comanda a produção de 280 toneladas de arroz em 30 hectares de terra. Marcos é estudante de Engenharia Agronômica e viu no curso uma oportunidade de agregar conhecimento na área que está em constante crescimento no Brasil.
“Sou filho e neto de produtor e quero continuar atuando na área, por isso quanto mais conhecimento eu puder agregar, melhor. Este curso foi muito importante”, destaca Marcos ao contar como foi estudar com a mãe como colega de aula. “Foi muito divertido. Nós trabalhamos em dupla, conversando sobre as aulas, fazendo juntos os trabalhos em casa e dividindo as provas à distância. Aprendemos juntos”.
Para Maristela, o curso foi uma forma de mãe e filho incentivarem um ao outro na busca por mais conhecimento. “Eu dizia que o curso seria importante para ele, que já estava estudando, e ele dizia que era importante para mim, que sou agricultora. Acabou sendo de muito aprendizado para os dois”.
A meta da família Possamai com a conclusão do curso é aumentar a produtividade, sem aumentar área, e colocar em prática as técnicas de análise de custo de produção aprendidas em sala de aula. “Vamos aplicar muitas coisas, mas principalmente a análise de custos que também foi base do nosso Trabalho de Conclusão de Curso. Já estamos trabalhando nisso para qualificar nossa produção”, conta Marcos. “Percebemos que estávamos fazendo muitas coisas erradas, deixando de anotar dados importantes sobre a produção. É isso que vamos melhorar, a gestão do negócio”, acrescenta Maristela.  
Além deles, outros 28 alunos concluíram o curso em Araranguá. Esta primeira turma contou com estudantes de faixas etárias diversas, dos 20 aos 60 anos, vindos do sul do Estado e de cidades gaúchas vizinhas, como Porto Alegre e Santo Antônio da Patrulha. Segundo a secretária administrativa do Polo do Senar/SC em Araranguá, Maria Terezinha Bortolato, o curso recebeu grande procura no município e já tem outras duas turmas garantidas. A próxima, com mais 30 alunos, tem aula inaugural já agendada para 14 de março.
Para o presidente do Sindicato Rural de Araranguá, Rogério Pessi, o curso representa novas oportunidades de negócio aos produtores rurais e contribui para o desenvolvimento econômico e social da região. “A capacitação é importante porque melhora a gestão das propriedades, a vida dos produtores e dá mais segurança no trabalho, além de novas formas de empreender no campo”, sublinha Pessi.
O CURSO
Desde 2015, o Senar/SC já formou 464 técnicos em agronegócio em todo Estado, 133 deles só neste ano. Para a coordenadora do curso, Kátia Zanela, a capacitação é um diferencial dentro do agronegócio catarinense porque prioriza o público rural e dá ferramentas aos produtores e trabalhadores para atuarem na gestão dos negócios.
“Este aluno pode atuar na gestão do seu próprio negócio, com todas as técnicas de gerenciamento e marketing, pode prestar assistência técnica em outras propriedades ou empreender dentro do que já é dele. É um diferencial muito grande no trabalho e na vida destes profissionais”, ressalta Kátia.
É o que também destaca o superintendente do Senar/SC, Gilmar Antônio Zanluchi. “Nosso foco é a formação profissional rural, onde está o pilar do agronegócio catarinense, responsável por 31% do Produto Interno Bruto (PIB) do nosso Estado”.
Para o presidente do Sistema Faesc/Senar-SC, José Zeferino Pedrozo, a educação promovida de forma gratuita é capaz de transformar as pequenas e grandes propriedades em todo Estado, que têm um papel fundamental em toda a cadeia produtiva catarinense. “São ferramentas que ajudam os produtores e trabalhadores do campo a aumentarem a produtividade e a renda, melhorarem a gestão e terem maior qualidade de vida”.

 

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