Postado em 15 de Julho às 15h06

FIESC abre Jornada Nacional de Inovação em Chapecó com foco em sustentabilidade e digitalização

Participaram do evento Marcelo Pinto, CEO da PPI-Multitask do Grupo WEG; Evelyne Faccio, head de assuntos corporativos da Kellanova Brasil; Roberto Zagonel, CEO da Zagonel; e Gian Carlos Zacchi, coordenador corporativo de certificação de propriedades da Aurora Coop

O encontro reuniu empresários, especialistas e representantes de instituições de pesquisa para discutir os desafios e as oportunidades. (Foto: Sara Bellaver/MB Comunicação) 

A programação incluiu apresentações de cases empresariais, palestra técnica e painel com especialistas. (Foto: Sara Bellaver/MB Comunicação) 

Vice-presidente da FIESC, Waldemar Antonio Schmitz. (Foto: Sara Bellaver/MB Comunicação) 

A Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC) realizou, nessa segunda-feira (14), a 1ª Jornada Nacional de Inovação da Indústria, em Chapecó. O encontro reuniu empresários, especialistas e representantes de instituições de pesquisa para discutir os desafios e as oportunidades da transformação digital e da transição ecológica no setor industrial. O evento aconteceu no Hotel Mogano Premium. A iniciativa visa fortalecer os ecossistemas de inovação regionais e conectar soluções tecnológicas às demandas do setor produtivo.
A jornada é promovida pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em parceria com o Sebrae. A programação incluiu apresentações de cases empresariais, palestra técnica e painel com especialistas. Chapecó foi a cidade de abertura do circuito nacional, que seguirá pelas demais regiões do país.
O vice-presidente da FIESC, Waldemar Antonio Schmitz, frisou que o propósito da iniciativa é ouvir e conhecer as possibilidades e os desafios de empresas regionais que atuam com foco em eficiência energética e transformação digital. “Esperamos que, através dessas experiências, possamos contribuir significativamente para o Congresso Nacional de Inovação da Indústria. Acreditamos firmemente no potencial da indústria regional, que se destaca não só pelo seu impacto econômico, mas também pela sua capacidade de promover a inovação.”
“A transformação digital, afinal, é a principal ferramenta para avançarmos na transição ecológica que está sendo exigida de todos nós”, frisou o superintendente de projetos de inovação da CNI, Carlos Brok. Explicou que a jornada está alinhada com os trabalhos da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), grupo que reúne as 620 maiores empresas do Brasil. Essas companhias estão organizadas em nove grupos de trabalho, que discutem temas estratégicos como: fomento à inovação, negócios do futuro, inteligência artificial, economia circular, sustentabilidade, descarbonização, transição energética e armazenamento de energia.
“O desafio é equilibrar a produção industrial com o uso de fontes renováveis de energia, preservando o meio ambiente e garantindo o desenvolvimento econômico”, afirmou o superintendente. Ele lembrou ainda que a escuta ativa do setor produtivo é essencial para a elaboração de políticas públicas e diretrizes industriais com base nas realidades regionais.
O evento contou com o apoio da Prefeitura de Chapecó e de diversas entidades representativas do setor produtivo e da inovação regional, entre elas a Associação Comercial, Industrial, Agronegócio e Serviço de Chapecó (ACIC), a ACATE/DEATEC, a Fundação Científica e Tecnológica em Energias Renováveis (FCTER), o Parque Científico e Tecnológico (POLLEN), além dos sindicatos empresariais SINDUSCON AMAI, SICEC, SINDIPLASC, SIMOVALE, SIMEC, SINDIALIMENTOS, SIMMEX e SINDUSCON Chapecó.
SUSTENTABILIDADE NA KELLANOVA
A head de assuntos corporativos da Kellanova Brasil, Evelyne Faccio, apresentou o case “Sustentabilidade na Kellanova”. “Não há como falar de inovação e de futuro sem falar de práticas sustentáveis. A sustentabilidade se tornou um vetor de competitividade. É ela que garantirá a prosperidade dos negócios nos próximos anos.” Com metas globais de sustentabilidade, a empresa se comprometeu a reduzir suas emissões de gases de efeito estufa até 2050 e a combater a fome, com a meta de alcançar 400 milhões de pessoas por meio de doações de alimentos. No Brasil, parcerias com entidades como o Mesa Brasil e iniciativas sociais na região oeste catarinense são exemplos desse compromisso.
Segundo a representante da Kellanova, “a transição ecológica deixou de ser uma tendência para se tornar uma necessidade. Não se trata mais apenas de compromissos, mas de ações concretas.” Ela destacou ainda que os consumidores estão cada vez mais atentos à origem e à responsabilidade das marcas. “Quem não se adapta, fica para trás. Hoje não há mais espaço para a neutralidade. Nós utilizamos os recursos, mas também somos parte da solução. Por meio de inovação e novas tecnologias, conseguimos conservar o meio ambiente e aumentar nossa produtividade.”
ZAGONEL TECNOLOGIA EFICIENTE
O CEO da Zagonel, Roberto Zagonel, abordou o tema “Zagonel Tecnologia Eficiente”. O empreendedor relembrou o início, com formação técnica no SENAI, e contou como a necessidade de acessar financiamentos levou à formalização da empresa como indústria. Um marco foi o desenvolvimento da primeira ducha eletrônica, lançada em 1995, que superou desafios técnicos e o ceticismo do mercado. O produto foi premiado e é utilizado até hoje.
O empresário destacou a evolução da tecnologia dentro da empresa, que passou de processos manuais para o uso de softwares avançados e automação. A Zagonel desenvolveu diversas patentes e é responsável por criar os drivers mais eficientes do mercado mundial, com tecnologias reconhecidas até fora do Brasil.
Para encerrar Zagonel fez uma reflexão. “Não adianta ser o melhor arqueiro do mundo, ter o melhor arco e a melhor flecha, se não houver foco. O sucesso começa com preparo, habilidade e direção. Precisamos de foco para alcançar grandes resultados”.
PROGRAMA PROPRIEDADE RURAL SUSTENTÁVEL AURORA
O coordenador corporativo de certificação de propriedade Aurora Coop, Gian Carlos Zacchi, apresentou o “Programa Propriedade Rural Sustentável Aurora”, criado em 2014 com o objetivo de promover boas práticas em toda a cadeia produtiva da cooperativa com foco ambiental, econômico e social. Segundo ele, a sustentabilidade no agro é essencial para garantir a competitividade e a viabilidade dos negócios no longo prazo. “A administração de uma propriedade rural é tão complexa quanto a de uma indústria urbana. É preciso ter visão gerencial, basear decisões em dados e enfrentar desafios climáticos com eficiência”, explicou.
O diferencial, segundo Zacchi, é a atuação direta na propriedade rural como um todo, e não apenas nas atividades produtivas específicas. “As visitas técnicas avaliam desde as práticas ambientais até aspectos sociais e gerenciais, com base em checklists específicos e um manual de certificação”, detalhou.
Outro foco do programa é a sucessão familiar. Com o número de filhos por família cada vez menor, a Aurora aposta em tecnologia, capacitação e modernização como formas de manter os jovens no campo. “Precisamos atrair e preparar os filhos dos produtores para dar continuidade à atividade. Hoje, com automação e novos processos, o campo está mais acessível e atraente para os jovens”, disse.
TRANSIÇÃO ECOLÓGICA E DIGITAL
Para finalizar as falas individuais, o CEO da PPI Miltitask do Grupo WEG, Marcelo Pinto, expôs o tema “Transição Ecológica e Digital”. Em 1969, a WEG foi inovadora em seu modelo de governança. Adotou uma gestão participativa, envolveu os colaboradores nas melhorias da empresa, seja na produção, nos produtos ou nos processos. “Essa cultura, de décadas, sustenta a liderança da empresa. Desde os fundadores até hoje, todos os colaboradores são incentivados a propor melhorias, seja em processos, segurança, qualidade ou produto.” O CEO salientou que inovar é essencial para manter a liderança no mercado nacional, ampliar a participação em mercados existentes e conquistar novos espaços. E inovação sustenta o crescimento da empresa frente às constantes mudanças e à concorrência global.
Marcelo pontuou que com centros de pesquisa e desenvolvimento espalhados por diversos países, a WEG criou mecanismos para reunir e conectar ideias, fomentar a criatividade e reconhecer os inventores internos, o que fortaleceu ainda mais sua cultura de inovação e mantém os projetos de transição.
O CEO comentou sobre a urgência da transição energética, que envolve tornar mais eficientes tanto a produção quanto o consumo de energia, priorizando fontes renováveis. Eletrificação, energias limpas e eficiência operacional podem responder por mais de 55% da redução das emissões de gases de efeito estufa. Diante da pressão global por sustentabilidade, as empresas precisam equilibrar inovação, ESG e controle de custos para manter a competitividade. A digitalização aparece como aliada essencial para alcançar esses objetivos.
A programação foi encerrada com o painel “Desafios e Oportunidades da Transição Ecológica e Digital em Santa Catarina”, moderado por Carlos Brok, superintendente de projetos de inovação da CNI. Participaram do debate os quatro palestrantes da tarde.
INICIATIVA
O encontro faz parte de uma agenda liderada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) com apoio das Federações de Indústrias e parceiros como o Sebrae. Em Santa Catarina, a FIESC coordena a mobilização regional, promovendo painéis, oficinas e visitas técnicas em ambientes de inovação, como os Institutos SENAI, laboratórios de pesquisa e desenvolvimento e centros de manufatura avançada. Após a passagem pelo Sul, a Jornada seguirá para o Centro-Oeste, Nordeste, Norte e Sudeste, respectivamente. São esperados mais de 400 participantes por região, incluindo líderes empresariais, gestores de Instituições Científicas e Tecnológicas e Parques Tecnológicos, empresas de matriz tecnológica, investidores e fundos de inovação, representantes de organizações internacionais e nacionais de inovação e autoridades governamentais.
 
 

Superintendente de projetos de inovação da CNI, Carlos Brok. (Foto: Sara Bellaver/MB Comunicação) 

Head de assuntos corporativos da Kellanova Brasil, Evelyne Faccio. (Foto: Sara Bellaver/MB Comunicação) 

Coordenador corporativo de certificação de propriedade Aurora Coop, Gian Carlos Zacchi. (Foto: Sara Bellaver/MB Comunicação) 

CEO da Zagonel, Roberto Zagonel. (Foto: Sara Bellaver/MB Comunicação) 

CEO da PPI Miltitask do Grupo WEG, Marcelo Pinto. (Foto: Sara Bellaver/MB Comunicação) 

A programação foi encerrada com o painel “Desafios e Oportunidades da Transição Ecológica e Digital em Santa Catarina”. (Foto: Sara Bellaver/MB Comunicação) 

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