Dia do Gáucho: cultura nativista e cooperativismo integram a história no sul do Brasil
Associado da Sicredi Região da Produção RS/SC/MG, Cezar da Luz, resgata os fatos históricos e as conquistas rio-grandenses
O Dia do Gaúcho é comemorado neste domingo (20) e marca a força do tradicionalismo. Trajes, músicas, danças, pajadas e pratos típicos são indispensáveis na cultura nativista. Para celebrar a data, o pesquisador da história gaúcha e associado da Sicredi Região da Produção RS/SC/MG, Cezar da Luz, resgata os fatos históricos e as conquistas rio-grandenses, além de destacar os principais costumes do sul do País, com o objetivo de homenagear todas as pessoas que mantêm a tradição e fortalecem a identidade regional.
O pesquisador nasceu em São Gabriel (RS) e relata que sempre foi incentivado pela família a ouvir músicas gauchescas, artistas como Paixão Côrtes e Teixeirinha. Foi dessa forma que cultivou amor pela tradição gaúcha e desafiou-se a conhecer a história do Estado. “O gaúcho primitivo nasce da miscigenação dos europeus - portugueses e espanhóis - com os indígenas, que por volta de 1.800 foram denominados gaudérios. Com as disputas territoriais, os mandantes começaram a solicitá-los como soldados para defender a região”, destaca.
No dia 20 de setembro de 1835, descontentes com a desvalorização da população e com o cenário político, envolvendo também a baixa taxação no comércio de charque – principal economia do Estado – os gaúchos ocuparam Porto Alegre e iniciaram a Revolução Farroupilha. O conflito durou 10 anos e chegou ao fim com algumas vitórias: oficiais rebeldes foram integrados ao Exército Imperial; escravos que participaram do conflito foram libertados; o charque platino importado foi taxado tornando a comercialização mais competitiva; as dívidas da guerra foram pagas pelo Império e os farrapos indicaram o presidente da Província.
“A história foi marcada por grandes personagens, que defenderam o território rio-grandense e que fortaleceram o nativismo na América do Sul. Além de nomes importantes da Guerra dos Farrapos, o médico Elias Regules, que fundou a sociedade La Criolla, em 25 de maio de 1894, no Uruguai, também foi um representante essencial para os gaúchos. O objetivo da associação foi preservar a cultura. Já no Brasil, o patrono da tradição foi o santa-mariense João Cezimbra Jacques, que em 1898 fundou o Grêmio Gaúcho e incentivou o tradicionalismo nos municípios do sul do Brasil, ultrapassando a fronteira do Estado”, relata Cezar.
Outro fato que o pesquisador relembra foi a Queima das Bandeiras, realizado no governo Getúlio Vargas para abolir os símbolos estaduais e honrar exclusivamente a bandeira do País. “Na época, a cultura regional perdeu suas principais características. Em contrapartida, um personagem auxiliou no resgate dos costumes. O folclorista Paixão Côrtes viu num bolicho um pano sendo usado como cortina e questionou sobre o significado do tecido. Ao perceber que a grande maioria desconhecia se tratar da bandeira estadual, ele buscou meios de valorizar novamente o símbolo do Rio Grande do Sul. Surgiu, assim, na Semana da Pátria, o maior símbolo tradicionalista: a chama crioula”.
Na avaliação do pesquisador, a união foi à base de todas as conquistas e segue como um forte aliado da história e do desenvolvimento gaúcho e brasileiro. “Comemoramos um legado e a capacidade de lutarmos juntos pelos nossos ideais, superarmos nossas dificuldades sem armas e com argumentos. Celebramos as virtudes e projetamos um futuro melhor para o País. Esse legado também foi deixado pelo padre jesuíta, Theodor Amstad, que fundou a Sicredi Pioneirano Estado e foi o patrono do cooperativismo brasileiro, um modelo de produção e distribuição de riquezas que visa o crescimento econômico baseado na maior qualidade de vida das pessoas”, destaca.
Pelo simbolismo ímpar e pela forte tradição, a data hoje é comemorada além das fronteiras gaúchas e leva cultura, conhecimento, orgulho e cooperação para todos os cantos do Brasil.
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