Postado em 30 de Junho às 11h33

Entenda a diferença entre o Dia C e o Dia Internacional do Cooperativismo

O cooperativismo é um modelo de negócios global que promove a união de pessoas em prol de objetivos comuns, pautados em valores como solidariedade, democracia e responsabilidade social. Duas datas celebram essa essência cooperativista: o Dia Internacional do Cooperativismo e o Dia de Cooperar, também chamado de Dia C. Em 2025, o Dia C será comemorado em uma nova data, marcando uma importante atualização no calendário das cooperativas brasileiras.?
Embora ambas celebrem o espírito cooperativista, as datas têm origens, objetivos e abrangências diferentes. Durante anos, os dias foram celebrados na mesma data, o que causava a confusão entre o trabalho social realizado e o desenvolvimento promovido. Em 2025, o Sistema OCB optou por separar as comemorações, e o Dia C passará a ser comemorado em 30 de agosto.
DIA INTERNACIONAL DO COOPERATIVISMO
Celebrado anualmente no primeiro sábado de julho, o Dia Internacional do Cooperativismo foi oficialmente proclamado pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 1995, coincidindo com o centenário da Aliança Cooperativa Internacional (ACI).
A data é dedicada a reconhecer a contribuição das cooperativas no enfrentamento dos principais desafios globais — como segurança alimentar, sustentabilidade, inclusão social e paz — e reforça o alinhamento do movimento cooperativista aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.
Comemorado em mais de 100 países, o Dia Internacional do Cooperativismo une as vozes de milhares de cooperativas ao redor do mundo em torno de temas anuais definidos pela ACI e pela ONU, sempre com foco em soluções colaborativas para desafios coletivos.
DIA DE COOPERAR (DIA C)
O Dia de Cooperar, ou Dia C, é uma é uma iniciativa nacional que une, celebra e dá visibilidade às ações de responsabilidade social desenvolvidas pelas cooperativas brasileiras. A data é um marco do movimento permanente de voluntariado cooperativista, que mobiliza cooperativas, colaboradores e comunidades ao longo de todo o ano, culminando em um grande evento de celebração.
O grande diferencial do Dia C é sua ênfase nas ações práticas, como mutirões de saúde, doações, capacitações, atividades ambientais e programas de inclusão social. Essas ações impactam positivamente milhares de pessoas em comunidades onde as cooperativas atuam.
A partir de 2025, o Dia C será comemorado em 30 de agosto, desvinculando-se do Dia Internacional do Cooperativismo. O objetivo da nova data é dar ao Dia C uma identidade própria, desvinculada de outras celebrações, fortalecendo sua visibilidade nacional e ampliando o impacto das ações promovidas pelo movimento cooperativista brasileiro.

A FORÇA DAS COOPERATIVAS DE SANTA CATARINA

OCESC anuncia balanço e faz projeções. Cooperativas reúnem 4,7 milhões de catarinenses e faturam R$ 91,2 bi 

Vanir Zanatta, Presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (OCESC).

O cooperativismo surgiu em Santa Catarina há mais de 130 anos e se transformou em um modelo de negócio que envolve mais de 4,7 milhões de catarinenses e movimenta R$ 91,2 bilhões por ano, tornando-se uma extraordinária força social que impulsiona o desenvolvimento em todos os setores da economia.
O balanço do setor foi levantado pela Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (OCESC) junto às 235 cooperativas associadas e anunciado em Florianópolis pelo presidente Vanir Zanatta e pelo superintendente Ricardo Miotto Ternus.
O crescimento das receitas, em 2024, foi de 7%, acima, portanto da expansão do PIB (produto interno bruto) brasileiro no período (3,4%).
Refletindo o bom desempenho das cooperativas, as sobras (lucros) avançaram 55,1% e chegaram a R$ 5,57 bilhões, valores que serão destinados a investimentos, fundos estatutários e rateio entre os associados.
Um dos dados mais relevantes do levantamento é a expansão do número de associados (cooperados) que cresceu 9,8% no ano passado com o ingresso de mais de 419 mil pessoas no quadro associativo das cooperativas. No conjunto, as cooperativas reúnem, agora, 4,7 milhões de catarinenses, o que representa 58% da população barriga-verde.
As que mais atraíram novos associados foram as cooperativas de crédito que têm atualmente 3,6 milhões de cooperados, as de infraestrutura que atuam em distribuição de energia elétrica (464.114 pessoas), as de consumo (430.339) e as agropecuárias (84.069). As cooperativas de saúde têm 15.280 associados e, as de transporte, 2.901 cooperados.
As cooperativas do agronegócio foram, novamente, as mais expressivas na geração de empregos diretos e de receita operacional bruta, respondendo por 62,5% dos postos de trabalho e também por 63,2% das receitas globais do universo cooperativista. 
A carga tributária não poupou as cooperativas. Em 2024 elas recolheram R$ 4,0 bilhões aos cofres públicos em impostos sobre a receita bruta, um crescimento de 32,6% em relação ao exercício anterior.
O patrimônio líquido, no conjunto das cooperativas, cresceu 15,8% e atingiu R$ 36,6 bilhões.
Para atender seus associados com ações e serviços de qualidade, as cooperativas mantêm quadros funcionais de empregados qualificados. Em 2024 contrataram 7,3% mais e criaram 6.995 mil novos postos de trabalho. Juntas, elas agora mantêm 102.376 empregados diretos.
EXPORTAÇÕES & INVESTIMENTOS
As exportações das cooperativas catarinenses atingiram R$ 11,63 bilhões no ano passado com aumento de 17% e foram suportadas, basicamente, pelo agronegócio. As vendas externas de cereais in natura responderam por 54,13% e as proteínas animais por 43,13% dos negócios no mercado internacional, seguindo-se cereais processados, frutas e derivados, fertilizantes, sementes e leite e derivados. As projeções para 2025 indicam um aumento de 12% nas vendas das cooperativas catarinenses ao mercado mundial, o que significariam R$ 13 bilhões em divisas.
         O presidente da OCESC prevê que continuará expressiva a participação das cooperativas nas exportações do agronegócio, que respondem por cerca de 30% do PIB catarinense e por 70% das vendas catarinenses no exterior, decorrente da imensa presença das cooperativas nas cadeias produtivas de grãos, leite, suínos e aves.
         Os investimentos das cooperativas de Santa Catarina previstos em estruturas e ampliação da capacidade produtiva são de R$ 2,03 bilhões em 2025, R$ 2,18 bilhões em 2026 e de R$ 2,26 bilhões em 2027.
DESEMPENHO SETORIAL
O ramo agropecuário continua sendo o mais expressivo, economicamente, respondendo por 63,2% do movimento de todo o sistema cooperativista catarinense.
As 43 cooperativas agropecuárias fecharam o ano com 84.069 cooperados, aumento de 0,3% no quadro social que foi encorpado com mais 219 associados. O setor também foi o que mais criou vagas – gerou 3.151 novos empregos – e, agora, as cooperativas sustentam 63.978 postos de trabalho, o que representa um aumento de 5,2%.
A receita operacional total dessas cooperativas avançou 6% e totalizou R$ 57,6 bilhões.
O ramo crédito ganhou uma cooperativa a mais em 2024: agora são 67 cooperativas financeiras que, no conjunto, reúnem o maior número de associados do sistema cooperativista catarinense: são 3,7 milhões de catarinenses. O quadro associativo desse ramo aumentou 10,7%, com o ingresso de 358.752 novos cooperados. O quadro funcional também cresceu 8%, com a contratação de 1.434 empregados e totaliza, agora, 19.279 trabalhadores nas agências e unidades administrativas.
As cooperativas de crédito contabilizaram receitas totais de R$ 21,06 bilhões, incremento de 10,2% em relação ao ano anterior.
O ramo saúde cresceu 13,4% no ano passado em receitas totais, atingindo R$ 7,02 bilhões no exercício de 2024. Criou, no período, 2.066 vagas de empregos. As 30 cooperativas de saúde em operação no território catarinense mantêm 12.847 empregados e reúnem 15.280 associados (quadro funcional aumentou 19,2% e o quadro associativo, 7,8%).
O ramo de infraestrutura dedica-se, fundamentalmente, ao fornecimento de energia elétrica para extensas regiões do território barriga-verde. São 38 cooperativas que atendem 464.114 associados – número que evoluiu 3,3% no último ano. A receita operacional bruta aumentou 8,7% e fechou o ano em R$ 2,01 bilhões. É o segundo ramo em número de associados.
         O ramo de consumo, dedicado a manutenção de supermercados entre outras atividades, é representado por 11 cooperativas que, em 2024, obtiveram receitas totais de R$ 1,9 bilhão – faturamento 17,2% superior ao ano anterior. O número de associados cresceu 12,4% e agora são 430.339 cooperados. O número de empregados aumentou 12% e está em 3.629. 
         O número de cooperativas catarinenses do ramo de transporte baixou de 39 para 34, em 2024. O número de cooperados evoluiu para 5.830 (+3,6). O desempenho econômico subiu 6,8% e as cooperativas tiveram receitas no valor de R$ 1,5 bilhão.
         As 12 cooperativas do ramo de trabalho, produção de bens e serviços registraram acentuada variação em seus índices de desempenho e encerraram o exercício com 932 cooperados (-33%) e R$ 23,7 milhões em receitas (-16,8%). 
         PROJEÇÕES
         Estudos da OCESC projetam uma vigorosa expansão do sistema cooperativista catarinense para o próximo triênio em três esferas: faturamento, número de cooperados e geração de empregos diretos.
         A receita operacional bruta crescerá para R$ 109,9 bilhões em 2025; R$ 111,5 bilhões em 2026, chegando a R$ 123,3 bilhões em 2027, com 35,2% de crescimento.
         O quadro social das cooperativas aumentará 34,7%, atingido 5,2 milhões de catarinenses cooperados em 2025; 5,7 milhões em 2026 e 6,3 milhões de associados em 2027.
         Mais empregos serão criados no âmbito das atividades das cooperativas, significando 23,7% de novos postos de trabalho em todos os níveis (operacional, técnico e gerencial). Dessa forma, as cooperativas catarinenses manterão, no conjunto, 100,9 mil postos de trabalho em 2025, 118 mil em 2026 e 126,7 mil em 2027,
 
QUADRO GERAL
 *R$ Milhões
 
 
 
 
2022
2023
2024
% Var
Cooperativas
250
249
235
-5,6%
Cooperados
3.879.675
4.274.690
4.694.131
9,8%
Empregados
88.371
95.381
102.376
7,3%
Ativos *
143.235,76
169.741,15
194.889,37
14,8%
Patrimônio Líquido *
28.197,64
31.672,55
36.662,90
15,8%
Receitas (faturamento) *
82.706,46
85.239,50
91.219,47
7,0%
Sobras *
3.751,54
3.595,00
5.577,01
55,1%
Impostos sobre receita *
3.270,95
3.017,62
3.999,90
32,6%
 
 
Agropecuário
 
*R$ Milhões
 
 
 
 
2022
2023
2024
% var
Cooperativas
49
49
43
-12,2%
Cooperados
81.629
83.850
84.069
0,3%
Empregados
56.056
60.827
63.978
5,2%
Ativos *
33.625,42
34.940,83
38.882,72
11,3%
Patrimônio Líquido *
12.694,28
13.478,55
14.563,32
8,0%
Receitas (faturamento) *
56.268,46
54.378,41
57.634,68
6,0%
Sobras *
1.542,54
594,98
2.360,11
296,7%
Impostos sobre receita *
2.425,84
2.185,65
3.076,21
40,7%
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Crédito
 
 
 
 
*R$ Milhões
 
 
 
 
2022
2023
2024
% var
Cooperativas
65
66
67
1,5%
Cooperados
3.007.440
3.337.744
3.696.496
10,7%
Empregados
16.534
17.845
19.279
8,0%
Ativos *
102.116,06
126.398,55
146.457,40
15,9%
Patrimônio Líquido *
11.690,11
13.765,84
17.042,69
23,8%
Receitas (faturamento) *
15.476,16
19.117,40
21.066,84
10,2%
Sobras *
1.752,77
2.401,28
2.588,31
7,8%
Impostos sobre receita *
15,57
21,47
-
-100,0%
 
 
 
 
 
Saúde
 *R$ Milhões
 
 
 
 
2022
2023
2024
% var
Cooperativas
30
30
30
0,0%
Cooperados
13.710
14.172
15.280
7,8%
Empregados
9.720
10.781
12.847
19,2%
Ativos *
4.216,32
4.751,71
5.581,35
17,5%
Patrimônio Líquido *
1.981,52
2.372,90
2.766,94
16,6%
Receitas (faturamento) *
5.955,65
6.193,90
7.024,25
13,4%
Sobras *
220,01
313,33
334,67
6,8%
Impostos sobre receita *
117,24
131,35
131,17
-0,1%
 
 
 
 
 
Infraestrutura
 *R$ Milhões
 
 
 
 
2022
2023
2024
% var
Cooperativas
39
39
38
-2,6%
Cooperados
425.250
449.147
464.114
3,3%
Empregados
2.199
2.084
2.074
-0,5%
Ativos *
2.001,68
2.247,82
2.481,15
10,4%
Patrimônio Líquido *
1.273,24
1.429,78
1.601,00
12,0%
Receitas (faturamento) *
1.701,44
1.853,57
2.013,94
8,7%
Sobras *
139,81
175,32
196,09
11,8%
Impostos sobre receita *
349,10
342,43
427,74
24,9%
 
 
 
 
 
Consumo
 *R$ Milhões
 
 
 
 
2022
2023
2024
% var
Cooperativas
15
15
11
-26,7%
Cooperados
343.569
382.728
430.339
12,4%
Empregados
3.231
3.241
3.629
12,0%
Ativos *
867,28
976,42
1.116,98
14,4%
Patrimônio Líquido *
435,32
495,19
556,34
12,3%
Receitas (faturamento) *
1.485,97
1.631,92
1.912,07
17,2%
Sobras *
68,96
82,80
72,86
-12,0%
Impostos sobre receita *
222,34
246,65
290,09
17,6%
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Transporte
 
 
 
 
 
 
 
 
 
*R$ Milhões
 
 
 
 
2022
2023
2024
% var
Cooperativas
41
39
34
-12,8%
Cooperados
6.617
5.627
5.830
3,6%
Empregados
586
557
546
-2,0%
Ativos *
384,86
403,56
363,08
-10,0%
Patrimônio Líquido *
112,68
118,87
128,89
8,4%
Receitas (faturamento) *
1.788,55
1.449,02
1.547,07
6,8%
Sobras *
27,70
27,28
17,04
-37,5%
Impostos sobre receita *
140,40
89,46
74,25
-17,0%
 
 
 
 
 
TPBS
 *R$ Milhões
 
 
 
 
2022
2023
2024
% var
Cooperativas
11
11
12
9,1%
Cooperados
1.460
1.392
932
-33,0%
Empregados
45
46
41
-10,9%
Ativos *
24,14
22,27
20,95
-5,9%
Patrimônio Líquido *
10,50
11,43
11,96
4,6%
Receitas (faturamento) *
30,22
28,49
23,71
-16,8%
Sobras *
-0,25
0,02
1,55
6327,0%
Impostos sobre receita *
0,46
0,61
0,54
-11,4%
 
 
 
 
 
 

Cooperativismo: pujança e contribuição

 
VANIR ZANATTA
Presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (OCESC)
 
Santa Catarina distingue-se no cenário nacional e internacional por um conjunto de atributos notáveis que moldam sua identidade sociocultural e econômica: a índole pacífica de seu povo, a dedicação ao labor, a valorização da família, o apreço pelas tradições, o respeito à diversidade e a notável capacidade de empreender e inovar. Tais virtudes, que permeiam a formação histórica e social do Estado, encontram consonância plena nos princípios do cooperativismo, doutrina econômica e filosófica trazida pelos imigrantes pioneiros e perpetuada por sucessivas gerações.
O cooperativismo, em sua essência, transcende a simples organização empresarial: representa um modelo de desenvolvimento socioeconômico inclusivo, democrático e sustentável. Em Santa Catarina, essa filosofia encontrou terreno fértil para florescer e consolidar-se como pilar estruturante da economia estadual, estando presente em todos os ramos produtivos — da agricultura ao crédito, da saúde ao consumo, da infraestrutura ao transporte.
Atualmente, o movimento cooperativista abrange mais de 4,7 milhões de catarinenses, movimentando anualmente R$ 91,2 bilhões. Trata-se de uma verdadeira força propulsora do progresso, que articula a produção, eleva a eficiência econômica e fortalece a competitividade de pequenos e médios agentes, que de outra forma teriam dificuldades em sobreviver aos rigores do mercado. Essa pujança foi meticulosamente mensurada pela Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (OCESC), a partir dos dados das 235 cooperativas a ela filiadas, revelando uma realidade de expressiva relevância social e econômica.
Em 2024, o setor cooperativista catarinense registrou um crescimento de 7% em sua receita, superando de forma significativa a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) nacional no mesmo período, que foi de 3,4%. Um dos indicadores mais emblemáticos desse avanço é o aumento do número de cooperados, que cresceu 9,8% no último ano, com a adesão de mais de 419 mil novos associados. Com isso, 58% da população do Estado integra hoje o sistema cooperativo, revelando seu enraizamento na sociedade barriga-verde.
Destacam-se, nesse panorama, as cooperativas de crédito, que congregam 3,6 milhões de cooperados, seguidas pelas de infraestrutura (464.114 associados), consumo (430.339), agropecuária (84.069), saúde (15.280) e transporte (2.901).
O ramo agropecuário se impõe como o mais robusto, sendo responsável por 62,5% dos empregos diretos gerados pelas cooperativas e por 63,2% da receita operacional bruta do setor. Esse desempenho repercute não apenas internamente, mas também no cenário internacional: as exportações das cooperativas catarinenses atingiram R$ 11,63 bilhões em 2024, crescimento de 17% em relação ao ano anterior, impulsionadas majoritariamente pela comercialização de cereais in natura (54,13%) e proteínas animais (43,13%). As projeções para 2025 são igualmente promissoras, com expectativa de incremento de 12% nas exportações, alcançando R$ 13 bilhões em divisas.
Apesar da elevada contribuição ao desenvolvimento, as cooperativas não estão imunes à carga tributária. Em 2024, recolheram R$ 4 bilhões em tributos sobre a receita bruta, o que representa um aumento de 32,6% frente ao exercício anterior.
O protagonismo das cooperativas é inegável: elas respondem por aproximadamente 30% do PIB estadual e por 70% das exportações catarinenses. Essa capilaridade decorre de sua presença marcante nas cadeias produtivas de grãos, leite, suínos e aves, setores fundamentais para a economia do Estado.
O horizonte que se descortina é de otimismo e confiança. Estão previstos investimentos de R$ 2,03 bilhões em 2025, R$ 2,18 bilhões em 2026 e R$ 2,26 bilhões em 2027, destinados à ampliação de estruturas e à elevação da capacidade produtiva. Esses aportes sinalizam não apenas a vitalidade do sistema, mas também sua disposição em continuar liderando o desenvolvimento sustentável e equitativo de Santa Catarina.
Em suma, o cooperativismo catarinense é muito mais do que um modelo de negócios: é uma expressão viva da alma coletiva de um povo que aprendeu a prosperar com solidariedade, eficiência e visão de futuro.

Cooperação e crescimento

VANIR ZANATTA
Presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (OCESC)
 
Em um mundo em rápida transformação, onde a busca por modelos econômicos mais justos, inclusivos e sustentáveis se intensifica, as cooperativas emergem como protagonistas de um novo paradigma de desenvolvimento. A Organização das Nações Unidas, ao declarar 2025 como o Ano Internacional das Cooperativas, chancela e amplifica essa constatação: o cooperativismo não é apenas uma alternativa viável ao modelo econômico tradicional, mas uma força estruturante de uma sociedade mais equilibrada, solidária e resiliente. Esses valores serão festejados no 1º sábado de julho, quando o planeta comemora o Dia Internacional do Cooperativismo.
As cooperativas são expressão viva de um sistema que alia eficiência econômica e responsabilidade social. Mais do que instituições produtivas, são organismos vivos constituídos por pessoas que compartilham valores, propósitos e sonhos. Regem-se por um modelo de gestão democrática e participativa, em que cada associado tem voz e voto – um princípio que ressignifica o papel do indivíduo nas decisões estratégicas e no futuro do empreendimento coletivo. A imagem de uma assembleia geral, onde centenas ou milhares de cooperados deliberam em conjunto, traduz a essência da governança cooperativista: colaboração, confiança mútua e compromisso comunitário.
No Brasil, e em especial em Santa Catarina, as cooperativas assumem papel decisivo no desenvolvimento socioeconômico. Estão presentes nos mais diversos setores – agropecuário, crédito, saúde, educação, consumo, infraestrutura, transporte, seguro etc. –, impactando positivamente a vida de milhões de pessoas. Ao gerarem emprego, renda, inclusão e bem-estar, constroem pontes entre o crescimento econômico e a justiça social.
É preciso, portanto, fortalecer o reconhecimento institucional do cooperativismo como eixo estratégico da política nacional. Além disso, é fundamental a formulação de políticas públicas que incentivem e apoiem o cooperativismo em todas as suas vertentes. Isso passa pela ampliação da inserção das cooperativas em novos mercados, pela sua inclusão nos espaços de representação política e nos conselhos deliberativos de políticas públicas, e pela valorização de sua capacidade de gerar inovação, competitividade e coesão social.
A força transformadora das cooperativas também se revela no enfrentamento de desafios globais. O modelo cooperativista está intrinsicamente ligado à Agenda 2030 da ONU e aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. As cooperativas contribuem para a segurança alimentar, para o combate à fome e para a valorização dos produtos do campo. São peças-chave na transição para uma economia de baixo carbono, seja pela promoção de práticas agropecuárias sustentáveis, seja pela adoção de tecnologias limpas e de responsabilidade ambiental.
Em um tempo em que se rediscute o papel das instituições, o sentido do progresso e os rumos do capitalismo, as cooperativas mostram que é possível crescer distribuindo riqueza, gerar resultados com equidade e inovar sem deixar ninguém para trás. Representam, enfim, um modelo de economia centrado no ser humano, na solidariedade e na sustentabilidade. Que o Ano Internacional das Cooperativas seja não apenas uma celebração, mas um marco para a consolidação do cooperativismo como vetor indispensável de um novo projeto civilizatório. A Ocesc conclama lideranças públicas e privadas, gestores, legisladores e a sociedade em geral a reconhecer e fortalecer as cooperativas como agentes transformadores da realidade – hoje e no futuro.                                          
              
 
 
FONTES:
Presidente VANIR ZANATTA
Superintendente da OCESC RICARDO MIOTTO TERNUS
Superintendente do SESCOOP/SC NEIVO LUIZ PANHO
 
 
 
FOTO:
VANIR ZANATTA, Presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (OCESC)

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