Postado em 04 de Março de 2021 às 14h01

Empreendedorismo feminino: estilista inova para superar a pandemia

Empresária chapecoense investe em coleção mais casual, vestidos para casamentos ao ar livre e vendas on-line

  • MB Comunicação Empresarial e Organizacional -
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Ser uma mulher de negócios é um desafio que requer várias habilidades para equilibrar a vida pessoal e profissional: ampliar a jornada de trabalho; conhecer o mercado de atuação; liderar equipes; manter a saúde financeira do negócio, elaborar estratégias de posicionamento de marca e de expansão da empresa. Se o empreendedorismo feminino já é marcado por determinação e superação, independente do setor, imagina uma empresária do ramo de vestidos de festa e noiva, impactada com a paralisação do setor de eventos em virtude da pandemia da covid-19. Desistir do sonho não foi a opção da estilista Vanda Pit Favaretto, de 48 anos, que se dedica há 19 anos à sua loja A Lua Azul de Chapecó, no oeste catarinense.
Vanda aproveitou o último ano para colocar em prática vários projetos. A empresa voltou a ter uma coleção mais casual, testou estilos e aprendeu como produzir uma linha bem diferente da que comercializava. Também reativou o projeto Cecília’s, denominação de um estilo de vestidos de noiva para casamentos ao ar livre, destinado às vendas no atacado e que foi adequado para vendas on-line.
Outra medida da empresária foi aprimorar o treinamento da equipe de bordados na Penitenciária Industrial de Chapecó. “Temos essa parceria há quatro anos. Nossa equipe é masculina e conhecida nacionalmente, pois faz um trabalho espetacular. Ensinei a eles a técnica e aprenderam muito bem. Agora o desafio é a costura, que é diferenciada e exige um treinamento mais primoroso”, explica Vanda.
A linha casual e os vestidos de noiva do projeto Cecília’s, segundo a empreendedora, têm mantido a loja neste período. “Não está fácil, pois nosso setor é um dos mais atingidos com a crise sanitária. Porém, estamos lutando para manter nossa empresa viva e continuar com esse sonho. Sem contar que essa estratégia tem aberto um leque de clientes novos e muitas possibilidades para expandir”, avalia.
Atualmente a empreendedora participa do Programa Brasil Mais, que é uma parceria entre Sebrae, Ministério da Economia, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Senai, Secretaria de Produtividade, Emprego, Competividade e Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI). “Essa metodologia tem nos ajudado a enxergar e organizar melhor nossa empresa. Entendemos que precisamos diversificar e atuar em várias frentes para poder sobreviver e crescer. Estamos nesse processo de entender, aplicar e consolidar as mudanças”, destaca.
Para a empreendedora o Sebrae/SC e a agente local de inovação Patrícia da Cruz Valgoi foram primordiais para a compreensão das adaptações necessárias e como colocá-las em prática. “Tem sido muito esclarecedor e está nos dando um norte. Estou impressionada como um acompanhamento ajuda a colocar as coisas nos eixos. Já atingimos alguns resultados positivos nas vendas on-line, que era nosso maior obstáculo. Além de trocarmos informações com os colegas empresários, que sugerem ideias para atingirmos nossos objetivos. Tem sido uma experiência muito rica”, analisa Vanda.
TRAJETÓRIA DA EMPREENDEDORA
Vanda começou na área da moda muito cedo. Com 18 anos trabalhou na confecção de moletons e camisetas. “Tinha pouca experiência e foi difícil, pois não entendia nada sobre administração do negócio, mas apesar das dificuldades aprendi muito durante três anos”, recorda.
Ao ter seu filho, resolveu parar de trabalhar por um ano. Depois desse período optou em atuar com seu marido no ramo de supermercado. “Fiz minha primeira viagem a São Paulo para comprar material escolar para o mercado e fiquei encantada com as possibilidades do setor de confecção. Era um mundo de fábricas, lojas de atacado, acessórios e tudo na linha de vestir. Posso dizer que esse foi o princípio”, relembra.
A empresária começou a viajar e a comprar para revender. Com o passar dos anos surgiu a necessidade de trabalhar com a linha festa, o que tomou uma grande proporção, além de conquistar mais espaço na loja. “Mudamos três vezes de endereço em quatro anos para ajustar o ambiente, que ia ficando pequeno. Em pouco tempo nos tornamos referência em vestidos de festa e noiva em toda a região”, explica.
Com a expansão do negócio, Vanda percebeu que São Paulo não oferecia mais a diversidade buscada, muito mesmo a exclusividade que precisava. A empreendedora investiu na criação dos próprios vestidos, resgatando suas origens. Viajou para Europa em busca de conhecimentos sobre alta costura e melhores técnicas de produção. “Voltava e tentava aplicar, porém foram muitas idas e vindas até desenvolver meus próprios métodos. Sempre tentei produzir com o máximo de técnicas e com originalidade, pois o Brasil é um País rico em estilo. Estudei muito moda, história, arte, arquitetura e todos os contextos artísticos culturais em que a moda está inserida”, explica.
Para quem deseja empreender, Vanda aconselha estudar e entender as técnicas do negócio e como administrar uma empresa. “A empresa tem vida própria e precisa ser respeitada como um filho. É preciso acreditar, investir tempo, planejar e dar o melhor em criatividade e conhecimento. Além de observar o mercado e estar atenta as mudanças constantes. Eu amo o que faço e não me vejo fazendo outra coisa. Então, se deseja empreender busque algo que tenha a ver contigo, pois passará boa tarde da vida dedicada a isso”.
Vanda comenta que o desafio é bem maior para mulheres empreendedoras. “Apesar de termos conquistado muito espaço ainda vivemos em uma sociedade machista, na qual somos discriminadas. Temos que mostrar nossa postura e força o tempo todo. Ser mulher, mãe e empreendedora é desafiador, mas totalmente necessário, pois só conquistamos nosso espaço por meio do trabalho e da liberdade financeira”, argumenta.
 
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