Postado em 31 de Maio de 2019 às 17h54

Em defesa da sanidade, produtor e agroindústria pedem cancelamento de evento internacional em SC

Preocupadas com a defesa sanitária do território barriga-verde, as principais entidades do agronegócio catarinense emitiram manifesto, nesta semana, contra a realização do 26th IPVS – International Pig Veterinary Society, previsto para o período de 02 a 05 de junho de 2020, em Florianópolis.
As entidades pedem a suspensão do maior evento do setor de suínos em escala global porque traria pessoas de todos os continentes, inclusive de regiões onde atualmente ocorrem casos de PSA (Peste Suína Africana), Nipah Vírus, Influenza Aviária e PSC (Peste Suína Clássica).
O manifesto, encaminhado às autoridades federais e estaduais, observa que “o IPVS tem relevância científica, mas acima da relevância do evento está o status sanitário de Santa Catarina e do Brasil”. O documento é subscrito pelos presidentes do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado de Santa Catarina (SINDICARNE), Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (FAESC), Organização das Cooperativas (OCESC), Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Federação das Cooperativas Agropecuárias (FECOAGRO) e Associação da Indústria de Carnes e Derivados (AINCADESC).
As entidades alertam que é extremamente perigosa a exposição de Santa Catarina – único Estado que detém o status de área livre de aftosa sem vacinação – à fatores externos, especificamente às pessoas que transitam pelo mundo em granjas e abatedouros e que podem trazer vírus de várias patologias. “Um evento da envergadura do IPVS pode se tornar a porta de entrada para estes patógenos que têm gerado uma pandemia em escala global”, advertem. Citam o caso da China que deve sacrificar mais de 1 milhão de cabeças de suínos em razão de doenças.
Lembram que o Brasil é uma ilha de sanidade, livre desses patógenos, com exceção dos casos de PSC no Ceará e Piauí. O País não possui um plano específico de prevenção à PSA e tampouco um plano de contingência desenvolvido para a entrada das temidas patologias.
SINDICARNE, FAESC, OCESC, FECOAGRO, ACCS e AINDACESC sustentam que expor o Estado de Santa Catarina ao IPVS pode anular um trabalho de 22 anos e perder mercados duramente conquistados na Ásia, Europa, Américas, África e Oceania.
Santa Catarina é o maior produtor brasileiro de suínos e detém a vice-liderança na avicultura industrial. No Estado são abatidas diariamente mais de 3 milhões de aves e mais de 34 mil cabeças de suínos, com produção superior a 130 milhões de ovos férteis e 30 milhões de pintos. Essa atividade pecuária ocupa, no campo, mais de 64.000 na condição de integrados ou cooperados. O setor agroindustrial catarinense gera mais de 60.000 empregos diretos e 480 mil indiretos. 

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