Desafios e superação marcam trajetória de Alceu Parisoto
Empresário relatou suas experiências no Programa Vida Empresarial, promovido pela ACIC e pela Unochapecó nesta semana
“O início de um negócio é um ato que se faz sozinho: sua fundação, com a documentação necessária. Após, é necessário estruturar uma equipe e liderar. Essa equipe é responsável por melhorar a empresa e a empresa precisa melhorar a sociedade”. Esse é o conceito de empresa de sucesso apresentado nessa terça-feira (27), no Programa Vida Empresarial, pelo empreendedor Alceu Parisoto, que relatou sua trajetória para empresários, acadêmicos, professores e comunidade em geral, no Salão Nobre da Unochapecó.
A trajetória de Parisoto começou cedo, com 8 anos de idade, quando se mudou da casa dos pais, em Arvoredo, para morar com os padrinhos, em Xavantina, onde auxiliava em um pequeno comércio. Após, trabalhou com outra família em Xavantina e, em seguida, foi para Xanxerê, onde cursou Ciências Contábeis. Nessa época, trabalha em uma granja de suínos, depois atuou por pouco tempo como cobrador em uma loja e passou a trabalhar em uma empresa que comercializava insumos para a agricultura. Nesse emprego, ficou um período em Xanxerê, em Chapecó e em São Domingos. Casou em 1978 e, em 1982, quando atuava em outra empresa, recebeu o prêmio de primeiro lugar em vendas no Brasil. Em 1984 passou a ser gerente de vendas dessa organização.
A decisão de ter um negócio próprio não demorou para chegar. Em 1986 fundou a Bugio Agropecuária. Para manter a empresa, Parisoto enfatizou a importância dos relacionamentos, dos amigos e da família. A partir daí, iniciou também, conforme foram aparecendo necessidades de complementação dos negócios, as demais empresas do Grupo Bugio: Bugio Tratores, Bugio Agronegócio, Frigorífico Ecofrigo, Fazenda Bugio e São Valentin Geração de Energia.
Nessa jornada, Parisoto passou pelo Plano Color, quando a moeda da época (cruzeiro) se desvalorizou 50%. “Ficamos com muito prejuízo. Acho que foi o maior susto que tive nos negócios”, expôs. Foi para superar essa crise que comprou um abatedouro e transformou a estrutura que abatia poucas dezenas de bovinos para abate de suínos grandes, como matrizes. Fechou parceria, primeiramente, com uma agroindústria e abatia 25 matrizes de suínos por dia.
Atualmente, o Grupo Bugio atua em toda a cadeia do agronegócio: suinocultura e bovinocultura, indústria frigorífica, reflorestamento, produção de grãos, agropecuária, máquinas agrícolas e energia elétrica. Parisoto destacou que as empresas são conduzidas pela família e que o processo de sucessão ocorre naturalmente, pois é desejo dos filhos dar sequência aos negócios.
O Ecofrigo abate quase 5 mil suínos por dia em modernas instalações e processos rigorosos de controle de qualidade. Atende todo o Brasil e o mercado internacional com cortes de suínos e produtos opoterápicos destinados para uso na área da saúde. Também possui parcerias com grandes empresas que fazem a transformação desses produtos e destinam para fabricação de medicamentos e transplantes em humanos.
Entre os produtos comercializados para a área da saúde estão: válvulas cardíacas suínas utilizadas para fabricação e composição de válvulas cardíacas para transplante em humanos; pericárdio suíno, usado para obtenção de válvulas cardíacas; e pâncreas suíno, utilizado para fabricação de enzimas pancreáticas que servem como base de medicamentos para tratamento de insuficiência exócrina do pâncreas.
O Grupo Bugio tem um amplo cuidado com o meio ambiente. Entre eles está o tratamento de todos os efluentes do frigorífico e a reutilização da água na própria indústria. A responsabilidade social também faz parte, com apoio a mais de 40 entidades, entre elas a Chapecoense, o Programa Viver, a APAE, o CAPP, o Hospital da Criança e a Rede Feminina de Combate ao Câncer.
VIDA EMPRESARIAL
O Programa Vida Empresarial é promovido pela Associação Comercial e Industrial de Chapecó (ACIC) e pela Universidade Comunitária da Região de Chapecó (Unochapecó) desde 1991 para valorizar a trajetória, as vitórias e as conquistas dos empresários e das empresas que contribuíram para o desenvolvimento de Chapecó e da região oeste de Santa Catarina. Os protagonistas deste programa foram, via de regra, os escolhidos no processo de eleição do Empresário do Ano, a quem a ACIC anualmente outorgou o troféu Nelson Galina. A iniciativa integrou a Semana Integrada de Gestão e Negócios da Unochapecó.
O presidente da Fundeste, Vincenzo Mastrogiácomo, realçou o exemplo e a visão empreendedora de Alceu Parisoto que inspirou acadêmicos e profissionais que acompanharam o evento. O presidente da ACIC, Lenoir Broch, também destacou a oportunidade que os alunos dos cursos de Administração, Ciências Contábeis, Ciências Econômicas e Relações Internacionais tiveram ao ouvir os relatos de Parisoto e poder visualizar como as coisas acontecem na prática. O reitor da Unochapecó, Claudio Jacoski, frisou que o Vida Empresarial é um momento rico que contribui para vivenciar experiências a partir dos relatos dos empreendedores.
Para finalizar o evento, o presidente da ACIC fez o lançamento do Empresário do Ano 2022, que ocorrerá no dia 10 de novembro, às 20 horas, no Clube Recreativo Chapecoense.
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