Postado em 03 de Agosto de 2021 às 17h18

Campo Futuro levanta custos de produção de alho em Curitibanos

O Painel do Projeto Campo Futuro, realizado nesta segunda-feira (2) com os produtores de alho da região de Curitibanos (SC), oportunizou levantar os custos de produção da cultura, além de apresentar aos produtores a metodologia de análise de custos adotada no projeto. Desenvolvida pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e pelo Centro de Inteligência de Mercado da Universidade Federal de Lavras (CIM/UFLA), a iniciativa contou com a parceria do Sistema FAESC/SENAR-SC e Sindicato Rural da região. 
O vice-presidente do Sistema FAESC/SENAR-SC, Enori Barbieri, enfatizou a importância do painel para conhecer a realidade da produção da cultura na região e, com base nisso, buscar soluções para aumentar a competitividade dos produtores. “Com essa iniciativa, temos condições de ter provas concretas para planejar políticas públicas focadas na realidade local, o que é essencial para fortalecer a atividade e aumentar a renda dos produtores”. 
O evento foi conduzido pela assessora técnica de frutas, hortaliças e flores da CNA, Letícia Fonseca epelo assessor técnico do núcleo de inteligência de mercado da entidade, Thiago Rodrigues. Segundo eles, a análise de custos foi feita com base em uma propriedade modal – aquela que melhor representa as propriedades da região. “Assim, o modelo adotado foi uma propriedade de 20 hectares, dos quais dois ha são de lavoura de alho, com produção de 10 ton/ha. O valor pago foi definido de acordo com a classificação da produção, tendo preço médio de R$8,32/kg. A produção desta propriedade foi classificada em: alho indústria (8%), Classe 2 (2%), Classe 3 (10%), Classe 4 (20%), Classe 5 (30%), Classe 6 (25%) e classe 7 (5%)”, explicou Letícia.
A assessora técnica da CNA observou, ainda, que segundo os produtores, a maioria das lavouras da região é proveniente da agricultura familiar, com maior atuação dos familiares, sendo contratada mão de obra para as atividades de plantio, colheita e beneficiamento. “O plantio é feito utilizando sementes Classe 4 ou 5, o que influencia na classificação final da produção”.
A metodologia adotada trouxe informações sobre: os Custos Operacionais Efetivos (COE), que inclui todos os itens considerados variáveis ou gastos diretos representados pelo dispêndio em dinheiro, tais como insumos, mão de obra e serviços terceirizados; Custo Operacional Total (COT), que é formado pela soma do COE, depreciação dos equipamentos, maquinário e outros bens e o Pró-labore, que corresponde à remuneração dos proprietários; além do Custo Total (CT), que representa a soma do COT com o custo oportunidade de uso do capital e da terra.
“No cenário proposto é possível dizer que os custos de condução da lavoura representam, em média, 67% do COE, dos quais o custo de aquisição de fertilizantes químicos e orgânicos, representa 13,3% e 8% com a aquisição de produtos fitossanitários”, destacou Letícia.
Letícia enfatizou, ainda, que o desafio é grande. “A produção de alho, assim como outras atividades agropecuárias, apresenta alto estoque de capital imobilizado. Entre galpão, tratores, máquina classificadora e outros, para se manter na atividade em longo prazo, o empreendimento deve apresentar receita superior ao CT. A produtividade, classificação e preços pagos são fatores determinantes nesta análise”, finalizou Letícia.
Para o presidente do Sistema FAESC/SENAR-SC, José Zeferino Pedrozo, os resultados do painel com foco para os custos de produção do alho serão essenciais para o planejamento de estratégias para desenvolver a atividade na região. “Em breve teremos os relatórios detalhados, o que servirá como embasamento para tomarmos as melhores decisões no que se refere ao desenvolvimento de políticas adequadas para uma gestão de custos de acordo com a realidade local”.
CAMPO FUTURO
As atividades agropecuárias e respectivas regiões foram definidas com base na necessidade de atualização das informações e inclusão de novos polos produtivos. Para o levantamento de dados é utilizada a metodologia de painel de produção que consiste em reunir entre 10 e 15 produtores típicos da região e profissionais da área para identificar, mediante debates e planilhas específicas, o sistema de produção local e custos diretos e indiretos. A programação do Campo Futuro segue nesta quinta-feira (5), das 14h às 18 horas, com Painel em São Joaquim focado para o cultivo da maçã.  

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