Postado em 20 de Maio de 2024 às 13h31

Câmara Setorial fortalecerá ovinocaprinocultura em Santa Catarina

A criação da Câmara Setorial foi oficializada no último sábado (18), em Chapecó. (Foto: Caroline Lorenzetti/MB Comunicação)

Consolidar a cadeia produtiva da ovinocaprinocultura catarinense, gerar desenvolvimento nos territórios, inserir uma mudança cultural inovadora e sustentável (produção, industrialização, venda e consumo), garantir a oferta constante de matéria-prima para a indústria e construir possibilidades de melhorar a rentabilidade e viabilizar a permanência do produtor no campo. Esses são alguns dos propósitos de atuação da Câmara Setorial da Ovino e Caprinocultura de Santa Catarina, lançada no último sábado (18), no Parque de Exposições Dr. Valmor Lunardi. A iniciativa é do Governo do Estado por meio da Secretaria da Agricultura e Pecuária (SAR), com apoio da Fecoagro, do Sebrae/SC, do Sistema Faesc/Senar e da ACIC Chapecó. Prestigiaram a cerimônia representantes de entidades, lideranças políticas, empreendedores rurais e profissionais da imprensa.
Durante a solenidade foram apresentados alguns cenários da ovinocaprinocultura catarinense, as principais demandas do setor e as diretrizes que serão trabalhadas nessa nova Câmara Setorial. A criação e formação da proposta foi aprovada pela Resolução nº 003/2024/SAR/Cederural, com isso são 33 Câmaras Setoriais na estrutura da SAR. Entre os objetivos estão reunir todos os atores e segmentos envolvidos na cadeia produtiva; fomentá-la com base em três eixos: produção, indústria e mercado; elaborar e apoiar a criação de um projeto com ações de curto, médio e longo prazo e escalar o desenvolvimento em cadeia.
“A criação da Câmara Setorial é um instrumento para que se possa, oficialmente, agregar tudo o que tem referência à ovinocultura e à caprinocultura. Buscamos integrar as cadeias produtivas, representações e produtores para resolver os problemas e implementar o Programa Estadual de Ovinocultura e Caprinocultura, tornando a produção mais eficiente e autossuficiente. Nosso objetivo é abastecer o mercado local e elevar essas atividades ao nível da suinocultura e avicultura, por exemplo, e a Câmara Setorial coordenará esses esforços para fomentar a cadeia produtiva no estado”, evidenciou o secretário de Estado da Agricultura e Pecuária, Valdir Colatto, em sua manifestação.
Identificar dificuldades e apresentar resultados, mostrando aos produtores os benefícios de continuar investindo no setor, são alguns dos benefícios da Câmara citados pelo presidente do Sindicato Rural de Chapecó, Luiz Carlos Travi. “Técnicos acompanharão as propriedades e orientarão os produtores. Dessa forma, a cadeia produtiva será monitorada desde o nascimento dos animais, passando pela criação, engorda, abate e, finalmente, a venda da carne e produtos derivados,” explicou o presidente.
Representante das entidades apoiadoras da Câmara Setorial, o gerente regional do Sebrae/SC no Oste, Udo Trennepohl, reforçou que a instalação organizará a demanda e o atendimento por parte das entidades, para que cada uma possa contribuir conforme sua competência no desenvolvimento da cadeia produtiva. Udo anunciou que o Sebrae/SC lançará em agosto um projeto estruturado para os próximos três anos, integrando suas iniciativas com a gestão da nova Câmara Setorial em Santa Catarina em busca do fomento da cadeia. 

A Resolução nº 003/2024/SAR/Cederural, que aprova a criação e formação da proposta, foi entregue pelo secretário Valdir Colatto ao presidente do SR Luiz Carlos Travi. (Foto: Caroline Lorenzetti/MB Comunicação)

CENÁRIOS DO SETOR
De acordo com o tecnólogo em agronegócio e consultor da Secretaria de Agricultura de SC, credenciado ao Sebrae/SC, Paulo Gregianin, atualmente essa cadeia produtiva ainda é pouco expressiva, apresenta problemas estruturais e falta escala dos produtos para frigoríficos, tanto que mais de 90% dos abates oficiais em SC são com animais oriundos do Rio Grande do Sul. “O número de pequenos abatedouros por microrregiões é insuficiente, assim como prestadores de serviços com SISBI ou SIF. Até o momento Santa Catarina conta com 41 frigoríficos habilitados. Outro dado que chama a atenção é que mais de 90% dos animais produzidos em Santa Catarina são abatidos informalmente. Essa é a forma que grande parte dos criadores têm para colocar no mercado sua produção”, contextualiza.
Entre os desafios do setor estão questões tributárias e sanitárias (particularmente a verminose), informações adequadas sobre nutrição, período de entressafra, recomendações sobre raças e cruzamentos, sistema de gerenciamento produtivo integrado, falta de assistência técnica capacitada e uma governança da cadeia produtiva. “É fundamental melhorar o nível de cooperação entre os atores dessa cadeia produtiva e implantar um programa de desenvolvimento que contemple produção, gestão e mercado e inclua marketing e vendas com um olhar para os segmentos da gastronomia e do turismo”, defendeu Gregianin.
Conforme levantamento, na ovinocultura de corte o rebanho catarinense é de 350 mil animais, com um abate de 10 mil cabeças por mês. Na ovinocultura de leite a produção nacional é de 940 mil litros, deste montante Santa Catarina contribui com 41,5%, ou seja, com 390 mil litros. Em território barriga-verde são produzidos mais de 80 produtos derivados de leite de ovelha.
Gregianin também apresentou o potencial na caprinocultura de corte, que tem uma produção ainda pequena, com carne de alta qualidade e rebanho estimado de 33 mil animais. “A caprinocultura de leite é pouco explorada, o rebanho é pequeno, mas apresenta boa genética. O aspecto favorável é de que existem diversos produtores em vários municípios no Estado”, comentou.
Como diretrizes para ações na produção, o tecnólogo em agronegócio destacou a importância de ampliar as consultorias e assistências técnicas capacitadas; aproximar a indústria e o produtor; fazer um estudo detalhado do custo de produção; propor e fomentar a implantação de um conceito de produção profissional; desenvolver um manual com o passo a passo do processo produtivo eficiente dentro da porteira; e criar um programa de incentivo por desempenho e eficiência (ganho de peso, conformação de carcaça, eficiência reprodutiva).
A nova Câmara Setorial defende ações como elaborar campanha educativa para mudança de cultura e hábitos de consumo; implantar o conceito de carne ovina e categorizar por tipo; inserir derivados de carne ovina e caprina nos programas sociais; incentivar eventos gastronômicos e concursos de preparação de pratos; integrar os elos da cadeia (setor privado e público); apoiar pesquisas e investimentos em biotecnologia ou biossegurança; e propor a inclusão e participação de todos os criadores comerciais de ovinos e caprinos de uma associação com a intenção de incentivar o cruzamento industrial.

O secretário de Estado da Agricultura e Pecuária, Valdir Colatto destacou o potencial da atividade como propulsora da economia catarinense. (Foto: Caroline Lorenzetti/MB Comunicação)

O presidente do Sindicato Rural de Chapecó, Luiz Carlos Travi, explicou que a iniciativa visa identificar dificuldades e apresentar resultados do setor. (Foto: Caroline Lorenzetti/MB Comunicação)

O gerente regional do Sebrae/SC no Oeste, Udo Trennepohl, reforçou que a instalação organizará a demanda e o atendimento por parte das entidades. (Foto: Caroline Lorenzetti/MB Comunicação)

O tecnólogo em agronegócio e consultor da Secretaria da Agricultura de SC, credenciado ao Sebrae/SC, Paulo Gregianin, apresentou os cenários da ovinocaprinocultura em Santa Catarina. (Foto: Caroline Lorenzetti/MB Comunicação)


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