Luiz Vicente Suzin, presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (OCESC)
País do futuro. Esse era o epíteto que caracterizava o Brasil há algumas décadas. Agora, porém, nos festejos do bicentenário da independência é preciso assumir todos os desafios de uma nação em formação e em busca de um processo estável de desenvolvimento, ao tempo em que, também, podemos festejar as conquistas desses dois séculos de história e o novo papel que o Brasil ocupa no mundo.
Democracia, justiça e liberdade são valores que o brasileiro descobriu essenciais na construção de uma sociedade humana e fundada nos valores do trabalho e da livre iniciativa, pois esses postulados foram reverenciados nesses 200 anos e trajetória como nação soberana.
O País foi redemocratizado e as instituições que chancelam o estado de direito demonstram força e vigor, resistindo a algumas crises próprias dos embates resultantes das diferentes visões ideológicas que emolduram a atuação dos agentes políticos.
Vasto e complexo, marcado por contrastes geográficos, étnicos, culturais e econômicos, o Brasil constrói seu caminho no universo das nações que buscam instaurar um processo de desenvolvimento que aproveita as potencialidades do povo, do solo, do clima e de todos os recursos naturais. Em muitas áreas nos tornamos referência mundial, como na produção de alimentos, com capacidade de alimentar 1 bilhão de habitantes. Em outras áreas precisamos oferecer o braço protetor do Estado, levar os serviços públicos e assegurar qualidade de vida a uma parcela de hipossuficientes.
Como toda nação jovem, grande e multirracial, aqui também o futuro ainda está em construção, mas os resultados dão frutos no presente. As mudanças e transformações que marcaram nossa história e as dificuldades que vergastaram parte da sociedade plasmaram a têmpera do brasileiro, que nunca perdeu a fé ou a esperança neste País.
O Brasil está predestinado a ser grande e pluralista, com espaço, voz, vez e oportunidade para todos que fazem do trabalho e do estudo os caminhos para a superação. Os festejos do bicentenário encontram o País em um momento de intenso debate político em fase das eleições que se aproximam. É a democracia sendo exercitada com paixão e arrebatamento, exigindo de todos bom senso, respeito e consciência cívica.
As cooperativas acompanham e contribuem na formação da cidadania brasileira há mais de 100 anos, refletindo a efervescência cultural, o dinamismo econômico, as transformações sociais e tecnológicas que moldaram a sociedade. Elas organizaram a produção, tecnificaram e profissionalizaram grandes cadeias produtivas, geraram e distribuíram empregos e riquezas, favorecendo a ocupação espacial e interiorizando o desenvolvimento.
Ao lado de todas as figuras que protagonizaram esses 200 anos de história é necessário incluir as cooperativas e seus dirigentes, como sociedade de pessoas movidas por ideais que fizeram do trabalho o passaporte para a soberania nacional.
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