Postado em 15 de Agosto às 15h07

17º SBSS debate desafios virais e seu impacto na suinocultura

Influenza aviária e programas de controle de peste suína clássica e africana entraram nos debates do último dia de Simpósio

Médica veterinária Janice Reis Ciacci Zanella debateu sobre a influenza aviária (Suellen Santin/MB).

Os desafios virais são uma preocupação crescente na cadeia produtiva, pois podem trazer perdas econômicas e afetar relações comerciais com mercados internacionais. Nesta quinta-feira (14), último dia do 17º Simpósio Brasil Sul de Suinocultura (SBSS), especialistas da área debateram sobre os possíveis riscos da influenza aviária e programas de controle Peste Suína Clássica (PSC) e Peste Suína Africana (PSA) no Brasil.
De acordo com a médica veterinária Janice Reis Ciacci Zanella, a influenza aviária é uma doença comum nas aves e pode ser classificada em dois tipos principais: influenza aviária de alta patogenicidade e influenza aviária de baixa patogenicidade. “É um vírus muito letal, que está no mundo inteiro, pela primeira vez chegou na América do Sul e até mesmo na Antártica. Ou seja, está em todos os continentes. Por um tempo, ficou restrito às aves, mas agora aumentou a gama de hospedeiros e esse vírus classificado como de alta patogenicidade tem atingido mamíferos, inclusive bovinos, e já chegou ao Brasil”.
Sobre os possíveis riscos para outras atividades de criação animal, como a suinocultura, a doutora explicou que, assim como os seres humanos, os suínos também têm receptores para o vírus da influenza. Porém, para superar as barreiras de espécies são necessárias múltiplas adaptações do vírus. Ela pontuou o registro de casos de H5N1 e H9N2, que são subtipos de influenza aviária A, em suínos de produção familiar na China e no Vietnã entre 2010 e 2015, e casos nos Estados Unidos, em 2024, de suínos infectados com H5N1.
Janice ainda citou estudos que apontam como fatores de risco para a transmissão da influenza aviária a densidade de animais; contato com aves silvestres; distância entre propriedades; finalidade da produção, se é comercial ou não comercial; espécies criadas e contato entre propriedade e demonstrou simulações de diferentes cenários de possíveis infecções.
Para afastar os riscos da influenza aviária, a especialista ressaltou que é fundamental redobrar os cuidados com a biosseguridade. “É necessário restringir o acesso de pessoas, veículos e outros animais à granja, fazer a limpeza e desinfecção de forma adequada, além de ter cuidado com fontes de água. Nesse aspecto, o papel do veterinário é imprescindível para dar as orientações para que seja seguido um protocolo eficaz”.
Há também medidas de vigilância adotadas em âmbito nacional, que têm papel crucial na investigação e no controle de casos da doença. Como o programa para Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), do Ministério da Agricultura e Pecuária, que envolve a coleta de amostras e análises de dados para monitoramento, bem como a implementação de ações para reduzir os impactos da influenza aviária.
CONTROLE DE PSA E PSC
A médica veterinária chefe da Divisão de Sanidade dos Suídeos, do Departamento de Saúde Animal do Ministério da Agricultura e Pecuária, Lia Treptow Coswig, apresentou os programas de controle de Peste Suína Clássica (PSC) e Peste Suína Africana (PSA) no Brasil, riscos e diretrizes para a suinocultura nacional.
Hoje, metade do país é livre da PSC. A região Sul faz parte dessa zona livre. Já a PSA foi erradicada ainda em 1984. Nos estados do Norte e Nordeste, onde ainda há incidência da peste suína clássica, Lia explicou que o Ministério da Agricultura tem atuado com um sistema de vigilância para garantir também o avanço da sanidade dos rebanhos nessas áreas.
Embora o Sul não tenha registros da doença, sendo, inclusive, a única região com reconhecimento internacional como área livre da PSC, a vigilância deve ser constante. “A principal diretriz para a zona livre de peste suína clássica é que se tome muito cuidado com quem acessa suas propriedades. Precisa ser mantido um controle do trânsito de animais e adotar ações de biosseguridade”.
A doutora destacou as diretrizes do Plano Integrado de Vigilância de Doenças dos Suínos, as medidas adotadas para garantir a segurança nas importações e exportações e certificados sanitários que o Brasil conquistou. “O Ministério da Agricultura tem um papel na parte burocrática, de contatar países, de garantir certificação e trabalhar para que a sanidade não seja um impeditivo para o escoamento dos nossos produtos, mas o que faz nossa carne chegar a todos esses mercados é a qualidade do que é produzido aqui, essa é uma conquista e um mérito do setor produtivo", finalizou. 

Doutora refletiu sobre possíveis riscos de transmissão da influenza aviária para outras atividades de criação animal (Suellen Santin/MB).

Doutora Lia Treptow apresentou programas de controle de peste suína clássica e africana (Suellen Santin/MB).

Lia destacou status sanitário do país e salientou a importância de medidas de biosseguridade (Suellen Santin/MB).

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