Postado em 22 de Setembro de 2021 às 16h01

Vida Empresarial: histórias de superação, resiliência e aprendizado

Clóvis Spohr, Flávio Pasquali, Gilson Vivian e Josias Mascarello relataram suas experiências na travessia do período de pandemia e a inovação que brotou desses tempos desafiadores

 

  • MB Comunicação Empresarial e Organizacional -
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            Entender tendências, planejar e projetar cenários. Esses são aspectos corriqueiros aos empresários para manterem os negócios competitivos. Porém, desde março do ano passado, com a pandemia, essa realidade mudou: ficou mais difícil planejar, pois o cenário muda constantemente, assim como as tendências. A avaliação é do empreendedor Clóvis Spohr (Dimensão Construtora), que relatou as ações da empresa para superar a crise provocada pela pandemia, nesta semana, no Programa Vida Empresarial.
A edição deste ano – promovida pela Associação Comercial e Industrial de Chapecó (ACIC) e pela Universidade Comunitária da Região de Chapecó (Unochapecó) – foi renovada e trouxe a trajetória de quatro empresários. Além de Spohr, participaram Flávio PasqualiGilson Vivian e Josias Antônio Mascarello. Eles relataram suas experiências no painel “Travessia, superação e inovação”. A mediação foi da jornalista e economista do Grupo NSC, Estela Benetti.
O evento foi híbrido, com um pequeno público no Salão Nobre da Unochapecó, e com transmissão on-line, que está disponível no canal do YouTube da ACIC. Neste ano, fez parte da programação da Semana Integrada de Gestão e Negócios 2021 da Unochapecó, que acontece no formado on-line até esta sexta-feira (24), com transmissão pelo YouTube da Escola de Gestão e Negócios.
            Spohr relatou que foi criado um comitê de enfrentamento da crise na empresa, com cinco diretrizes para atuar de maneira rápida: adaptação, humanização, conscientização, agilidade e superação. “A adaptação era inevitável, devido os protocolos de prevenção e todos os cuidados necessários. Passamos a ver não apenas um colaborador, mas um contexto, as famílias, então, pensamos no segundo aspecto que foi a humanização. Mas também precisava ter conscientização de todos, do escritório ao canteiro de obras. Mudamos a forma de nos comunicar, de interagir, de monitorar, pois agilidade era necessária. Apesar de tudo planejado, os problemas continuavam existindo e precisávamos superá-los”, explicou.
            Para o empreendedor, a palavra-chave desse período é inovação. “O setor da construção civil foi pouco atingido e teve, inclusive, um salto, o que também não esperávamos. Fomos surpreendidos pela demanda que surgiu. Conseguimos aprender muito nesse período, resignificamos a nossa casa, nosso trabalho e aprendemos a inovar em diferentes aspectos”, relatou Spohr.
            PERÍODO DE SOBREVIVÊNCIA
            O empresário Flávio Pasquali (Plásticos Pasquali) frisou que além de atravessar a crise com superação e inovação, foi preciso pensar em sobrevivência. “Nunca imaginamos que teríamos que lutar para sobreviver”, enfatizou, explicando que se trata tanto da sobrevivência das pessoas quanto das empresas. “Com o lookdown, em março do ano passado, necessitávamos preservar a saúde das pessoas, mas também da empresa. Nosso negócio, para ser viável, precisa atuar 24 horas por dia e, para isso, contamos com a colaboração dos funcionários”.
            Pasquali salientou a necessidade de planejamento financeiro para manter o fluxo de caixa. Apesar de fornecedores terem disponibilizado novas formas de pagamento, com prazos maiores, isso foi durante um período. “Os prazos prolongados encerraram em julho. No segundo semestre a economia começou a se recuperar e passou a ter falta de insumos e matérias-primas. Os preços subiram de maneira exponencial até dezembro. Precisamos ter atenção especial com a parte financeira da empresa”. No início deste ano, aliado a esses problemas, houve uma explosão de casos de covid-19. “Todos fomos impactados de alguma maneira”, observou Pasquali.
            Apesar de todos os desafios, o empresário destacou que, em Chapecó, falta mão de obra. “Existem 680 vagas no Sine. Não conheço nenhum amigo empresário que não tenha vaga aberta nas empresas”, expôs, ao acrescentar que os problemas ocasionados pela pandemia continuam e ainda é preciso cuidar da saúde das pessoas e dos negócios. “Para o futuro, continuaremos com os cuidados, trabalhando com eficiência. A travessia ainda não acabou”.
            OPORTUNIDADE
            O empresário Gilson Vivian (Grupo GV) destacou que esse período de pandemia está sendo uma grande oportunidade de adaptabilidade e para colocar em prática os conceitos da administração. A empresa criou um comitê de crise. “Temos 600 colaboradores na Inviolável e a empresa atua 24 horas por dia. Conseguimos manter o contato com todos os setores, dar atenção às pessoas e também nos preocupamos com o que poderia acontecer. Víamos situações em outros países que envolvia segurança e nós, como empresa dessa área, nos preparamos para enfrentar diferentes situações”.
            Vivian sublinhou grandes mudanças, como o trabalho home office, sem a necessidade dos colaboradores registrarem o ponto. “Não éramos acostumados com reuniões on-line, nos voltamos mais para as necessidades do colaborador e de sua família, tivemos mais empatia e vivemos a necessidade de adaptação rápida”, descreveu, ao acrescentar que a superação foi possível devido a união da equipe.
            Para Vivian, é necessário observar tendências de mercado, manter-se informado e investir em tecnologias. “Lançamos novos produtos, aceleramos a área comercial, lutamos pela vida das pessoas. Aprendemos a ter mais resiliência, a cuidar mais da saúde e a lidar com incertezas”, frisou, ao acrescentar que a empresa está preparada para os desafios dos próximos anos.
            EXPERIÊNCIA E OS NOVOS DESAFIOS
            Josias Mascarello, fundador da Construtora Catarinense, deu início à empresa em 1986. “Até 1994 foi um dos piores momentos da economia brasileira, vários planos econômicos, inflação de 80% ao mês, muitas empresas quebraram. As da construção civil, sobraram poucas. Nós, com sorte e muito trabalho, conseguimos sobreviver. Conversámos, na época, com os empreendedores do setor, que depois de passar por esse período estávamos preparados para qualquer coisa que acontecesse no futuro. Passados 35 anos, chegou a pandemia”, narrou.
            E com a pandemia, Mascarello aprendeu uma nova lição: mesmo com toda a experiência profissional e de vida, não estava preparado para enfrentar esse novo desafio. “Por mais treinado e preparado que você esteja, nunca estará pronto”, avaliou. O empresário explanou sobre as dificuldades de manter as obras e seguir os protocolos de saúde em um ambiente com muitas pessoas e que uma depende da outra para dar sequência ao trabalho. “Tivemos que fazer turnos, mas foi complicado porque na construção civil é preciso ter a equipe completa para funcionar”, comentou.
Aliado a isso, chegavam muitas ligações para pedir o que fazer com cada mudança provocada pela pandemia. “Aprendemos também que precisamos treinar, qualificar e orientar os técnicos, as lideranças, e dar a eles possibilidade de decisão mesmo em momentos de crise”, expôs, ao acrescentar que é preciso planejar a parte financeira e investir em tecnologias, além de inovar. “Tendências foram antecipadas e isso foi um grande ponto positivo desse período”, salientou.
PROGRAMA VIDA EMPRESARIAL
O presidente da Fundeste, Vincenzo Mastrogiacomo, enfatizou que a universidade é um dos pontos de partida para a criação dos empresários, ao transferir conhecimento. “Os empreendedores que participaram do evento fizeram o processo de continuidade, de colocar sua capacidade para o desenvolvimento da comunidade”. O presidente da ACIC, Nelson Eiji Akimoto, ressaltou que a iniciativa tem se mostrado uma fonte de inspiração para futuros empreendedores. “Em nossa trajetória temos contato com muitos conhecimentos e, ao ouvir histórias de sucesso, somos motivados a buscar crescimento”. Para o reitor da Unochapecó, Claudio Jacoski, os relatos mostraram a necessidade de adaptação. “O programa exemplifica para os estudantes os desafios do mundo do trabalho e inspira a serem pessoas melhores”, concluiu.
O Vida Empresarial foi criado pela ACIC em 1991 para valorizar a trajetória, as vitórias e as conquistas dos empresários e das empresas que contribuíram para o desenvolvimento de Chapecó e da região oeste de Santa Catarina. Os protagonistas deste programa foram, via de regra, os escolhidos no processo de eleição do Empresário do Ano, a quem a ACIC anualmente outorgou o troféu Nelson Galina.
A ACIC e a Unochapecó preparam a edição de um livro com o registro de todos os empresários participantes do Programa Vida Empresarial com o intuito de eternizar esses relatos como relevantes contribuições à história recente de Chapecó. Essa obra será lançada em novembro, na solenidade presencial de eleição do Empresário do Ano 2021.

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