Postado em 17 de Março de 2020 às 17h28

Programa da Unimed atua no gerenciamento de doenças crônicas com ênfase em diabetes

Primeiro encontro do grupo neste ano recebeu novos integrantes e orientou sobre hábitos saudáveis


Promover um debate sobre hábitos saudáveis e atitudes que auxiliam no bem-estar e na qualidade de vida foi objetivo do primeiro encontro deste ano do Programa de Gerenciamento de Doenças Crônicas com ênfase em diabetes da Unimed Chapecó, na última semana, na sede da cooperativa médica. O programa também recebeu novos integrantes e esclareceu dúvidas relacionadas a doença, ao uso de medicações e medidas de controles.
Criado em abril de 2016 pelo Programa de Medicina Preventiva (UNIVIDA), o programa busca o acolhimento dos beneficiários da Unimed Chapecó, portadores de diabetes mellitus, e realiza o gerenciamento destes, através de ações multiprofissionais de educação em saúde, promoção, prevenção e reabilitação a fim de evitar e controlar complicações. A equipe do programa conta com endocrinologistas, nutricionista, psicólogos, enfermeiros e educador físico e a participação de outras especialidades quando observada necessidade.
O educador físico da medicina preventiva da Unimed, Rafael Paz, falou sobre a importância da prática de exercícios físicos regulares para a prevenção e para a melhoria da qualidade de vida de quem tem diabetes. “Sabidamente o exercício físico feito de maneira regular e bem orientado é hoje o principal fator na prevenção de diversas doenças como obesidade, hipertensão arterial, infarto do miocárdio, osteoporose e diabetes. Mesmo para aqueles que já desenvolveram tais doenças, a atividade física em algum momento da evolução do paciente fará parte do tratamento. Especificamente em relação ao diabetes, o exercício físico melhora o aproveitamento da glicose pelos músculos, reduzindo muitas vezes as doses dos medicamentos utilizados e ajudando a prevenir problemas associados ao diabetes, como alterações na retina, vasos sanguíneos, nervos, rins e coração”, explicou.
Paz explanou sobre o que é a insulina, como funciona e sua importância para o corpo. Insulina é o hormônio responsável por retirar a glicose do sangue e levá-la às células. Também é encarregado por inúmeras outras ações no organismo, participando, por exemplo, do metabolismo das gorduras. Quando não é suficiente, a glicose se acumula, dando origem a uma série de complicações. A elevação da glicose no sangue é chamada de diabetes.
De acordo Paz, a obesidade é a maior causa de resistência insulínica, principalmente a obesidade abdominal. O sedentarismo também é um importante contribuinte para a resistência insulínica. “As células musculares são grandes utilizadoras da glicose no sangue e quando fazemos exercícios essas células absorvem a glicose, muitas vezes até sem precisar de insulina. Quando o músculo fica em repouso, ele precisa de uma quantidade menor de glicose e passa a depender da insulina para absorvê-la. Com menos atividade física, gera-se um ciclo vicioso que vai fazer com que a célula muscular precise cada vez mais de insulina”, frisou.
Por isso, ressaltou a importância de fazer exercícios físicos regulares. “Como os efeitos da maior parte dos exercícios na glicemia e insulina regridem de 24 horas a 48 horas após a sessão de exercício, a pessoa portadora de síndrome metabólica deve se exercitar na maior parte dos dias da semana”, assinalou. O educador físico apresentou dados de pesquisas que mostram que pessoas com resistência à insulina melhoram a sensibilidade em 22% após a primeira sessão de exercício e em 42% após seis semanas de treinamento, o que demonstra que o exercício físico apresenta tanto um efeito agudo quanto um efeito crônico sobre a sensibilidade à insulina.
Paz também convidou para participação no “Mova-se”, um grupo de caminhada e corrida de rua da Unimed que oferece, gratuitamente, assessoria esportiva qualificada. Os encontros acontecem três vezes por semana no Ecoparque para os treinos orientados: todas as terças e quintas-feiras às 18h30 e aos sábados às 8 horas. Também é feito um aulão no primeiro sábado do mês para toda a comunidade.
A aposentada Ilse Santin, de 63 anos, diabética há 23 anos, integra o grupo há dois anos. Ela contou que decidiu participar porque estava se sentindo perdida e não conseguia resolver o problema da glicose. “Eu não seguia as orientações médicas, pulava consultas e, quando comecei o tratamento na Unimed, soube do grupo e comecei a participar. Com as informações, fui fazer consultas com especialistas como cardiologista, oftalmologista e procurar uma atividade física. O grupo me ajudou muito. No começo pensava: por que eu? Agora vejo que não é um problema só meu, troco ideias com outras pessoas e busco me informar sobre a doença. Também melhorei minha alimentação e faço academia três vezes por semana. Ainda preciso da insulina, mas mudei meu estilo de vida e melhorei”, relatou.
CUIDANDO DO CORPO E DA MENTE
Para ter uma boa qualidade de vida é preciso cuidar também da saúde mental. A psicóloga clínica do setor multiprofissional da Unimed Chapecó, Lenise Selbach, explanou sobre como os processos psicológicos podem influenciar na adaptação frente as mudanças e os cuidados que podem ocorrer a partir do diagnóstico do diabetes. De acordo com psicóloga, uma das questões mais frequentes são as mudanças no contexto de vida. “Muitas vezes é preciso modificar os hábitos alimentares e isso impacta também nas relações sociais, pois muitas confraternizações, seja em família ou com amigos, envolvem a alimentação e, por isso, é importante envolver a rede de apoio – família, amigos, profissionais de saúde – nessas adaptações porque a ideia é pensar em novos hábitos que sejam saudáveis e que façam sentido para as pessoas”.
Outro fator que merece cuidado é o estresse, que influencia na absorção da glicose. “Não temos como evitar o estresse, mas precisamos aprender a lidar com ele para que não se torne prejudicial”, frisou Lenise. A psicóloga observa que cada pessoa é única e precisa avaliar as suas necessidades, mas de maneira geral orientou a observar como as situações do dia a dia e o próprio diagnóstico é interpretado e de que maneira isso impacta na vida, como influencia nas emoções e nos comportamentos. “Quando olhamos para as coisas como possibilidade de crescimento, por mais difícil que seja a situação, nos colocamos numa situação de aprendizado e nos permitimos fazer algumas mudanças. É possível viver bem e ter qualidade de vida mesmo tendo uma condição crônica como diabetes”, concluiu Lenise.
Informações pelo telefone (49) 3361-1812 ou e-mail univida@unimedchapeco.coop.br.
 

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