Postado em 16 de Março de 2021 às 08h21

Mais Milho: em debate a complexa questão do suprimento de milho para SC

Fórum deste ano ocorrerá nesta terça-feira (16), às 14 horas, em formato virtual

         Com o apoio das principais entidades do agronegócio, o Fórum Mais Milho discutirá as principais questões do setor em evento on-line nesta terça-feira (16), das 14h às 17h, com transmissão ao vivo pelo Canal Rural e suas redes sociais. Em pauta a crescente escassez de milho para Santa Catarina.
         Os mediadores Queli Ávila e Glauber Silveira conversarão com convidados especiais sobre programas e incentivos a culturas de inverno, logística e desafios para a implantação da rota do milho e sobre a sanidade do milho, incluindo problemas como as pragas cigarrinha e podridão.
A cultura do milho é fundamental para abastecer as cadeias produtivas de proteína animal em Santa Catarina. O Estado é o maior produtor de suínos do País, segundo maior produtor de aves e também se destaca na produção de leite. Por isso, a demanda de milho do Estado é muito maior do que a produção. Para agravar a situação, o Brasil está vivendo novamente um período de escassez na oferta de milho e, por consequência, de preços superaquecidos.
         As cadeias produtivas da avicultura e da suinocultura catarinenses geram uma riqueza econômica de mais de 1 bilhão de aves e 12 milhões de suínos por ano, sustentam mais de 150 mil empregos diretos e indiretos e geram bilhões de reais em movimento econômico. O principal insumo que fomenta essa megaestrutura é o milho.
Santa Catarina necessita pelo menos de 7 milhões de toneladas para alimentar sua agroindústria e a produção interna seria de 2,7 milhões de toneladas. Seria, porque seca, excesso de chuvas e praga baixaram essa previsão para 1,5 milhão de toneladas. A situação somente irá melhorar no segundo semestre, com a entrada da safrinha. No País, os números também não são animadores. A safra nacional de milho que já está sendo colhida deve render 20 milhões de toneladas. Isso indica que faltará milho já neste primeiro semestre no mercado brasileiro e essa situação deve se manter até a entrada da safrinha.
Para abastecer o mercado interno, Santa Catarina terá que importar cerca de cinco milhões de toneladas de milho no ano, o que também impactará nos custos de produção das agroindústrias.
OUTROS TEMAS
Cultura de inverno é outro tema importante da pauta, pois é uma alternativa que Santa Catarina está buscando para reduzir a dependência de milho e diminuir os custos de produção. A Secretaria de Estado da Agricultura reforçou o apoio para o plantio de trigo, triticale e cevada e já desenvolve um projeto de incentivo ao plantio de cereais de inverno, que pretende ampliar em 120 mil hectares a área plantada com esses grãos. Por outro lado, o Sindicarne e a ACAV firmaram acordo de cooperação com a Embrapa Suínos & Aves, através do qual esse centro de pesquisa estudará a formulação da ração animal com outros grãos, além do milho.
Também estará em discussão a conexão transfronteiriça conhecida como a Nova Rota do Milho. O projeto consiste em buscar no Paraguai o milho para abastecer a imensa cadeia produtiva da avicultura e da suinocultura industrial catarinense. A nova rota encurtará em pelo menos 1.500 quilômetros a distância entre a região consumidora (oeste catarinense) e a região fornecedora, no Paraguai. Se for efetivamente implantado o Corredor do Milho, o produto seguirá o seguinte roteiro, o qual passará a ser conhecido como Corredor do Milho: será adquirido nos Departamentos de Itapua e Alto Paraná (Paraguai), passará pelo porto paraguaio de Carlos Antonio Lopez, atravessará o rio Paraná em balsas, entrará em território argentino pelo porto de Sete de Agosto e seguirá até a divisa com o Brasil, sendo internalizado pelo porto seco de Dionísio Cerqueira.
O controle fitossanitário é uma preocupação: Santa Catarina quer evitar a entrada de pragas que grassam nas lavouras de outros Estados. Uma delas, porém, já está em território barriga-verde. A incidência da cigarrinha-do-milho, inseto-vetor de doenças provocadas por vírus e bactérias, tem ocorrido de forma generalizada em todas as regiões e com danos econômicos variáveis na safra 2020/2021.
SOBRE O FÓRUM
O Fórum Mais Milho é realizado pelo Canal Rural, Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho) e Aprosoja Mato Grosso. O apoio local é da Fecoagro, Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (Ocesc), Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado de Santa Catarina (Sindicarne), Associação Catarinense de Avicultura (ACAV), Sistema Faesc/Senar e Governo do Estado de Santa Catarina.
O evento será transmitido pelo Canal Rural: canalrural.com.br, /canalrural (Facebook), @canalrural (Instagram) e Canal Rural no Youtube (encurtador.com.br/nrBEY).

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