Postado em 24 de Maio de 2022 às 17h42

Maio furta-cor: saúde mental materna: cuidado com quem zela por todos

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As mães são constantemente julgadas por todos a sua volta! Se decide retomar a carreira profissional é considerada descuidada com a família. Se opta por trabalhar em casa e cuidar do filho acusam de não fazer nada. Se contrata alguém para ajudá-la é porque está terceirizando suas obrigações. Se a criança fica doente e vai trabalhar acusam de não se importar e se ficar em casa para cuidar do filho é irresponsável. Em algum momento da vida você já se deparou com situações semelhantes, seja como espectador ou ator principal, reproduzindo padrões enraizados culturalmente.
            Para promover uma reflexão sobre a saúde mental materna a Unimed Chapecó promoveu, na última semana, um encontro especial com as mães participantes dos grupos da Medicina Preventiva, no SM Test House. A iniciativa também foi alusiva à campanha Maio Furta-cor, que visa sensibilizar a população por meio de ações de conscientização sobre a temática e transformar a avalanche de dor e sofrimento materno em uma verdadeira onda de cuidado, afeto e legitimação dos sentidos do maternar. Conduziram a roda de conversa a ginecologista Dra. Daiane Schneider, a psiquiatra Dra. Rafaela Pavan e as psicólogas Andreia Kottwitz e Deisy Parnof.
            De acordo com a enfermeira da Medicina Preventiva, Ana Maíra Teló, o evento proporcionou conhecimento e divulgação sobre saúde mental materna, que muitas vezes é deixada de lado. “Convidamos as mães de crianças com doenças crônicas, que recebem atendimento multidisciplinar no Espaço Viver Bem, ambulatorial e domiciliar, para ter uma noite diferente com troca de experiências e para demonstrar o carinho que temos por elas”, explicou.
            Ana destacou a importância de contar com uma rede de apoio para encorajar nos momentos difíceis, para auxiliar na superação de desafios e para compartilhar as conquistas diárias. Ela também apresentou o novo Grupo Terapêutico: Cuidar como Mãe, que busca proporcionar um espaço de acolhimento e conhecimento sobre o cuidado materno, especialmente para quem vivencia as dificuldades relacionadas ao desenvolvimento de seus filhos. Os encontros serão a cada 15 dias, na sala de reuniões do Espaço Viver Bem. As participantes contarão com apoio de enfermeiras, técnicas de enfermagem, educadora física e psicóloga. Mais informações pelo telefone (49) 3361-1812.
            SAÚDE MENTAL MATERNA
            Para a psicóloga Deisy Parnof é fundamental mostrar as diferenças da maternidade, como necessidades, emoções, situações, demandas e dificuldades que as mães vivenciam diariamente. “É preciso abordar a maternidade com um olhar de cuidado e empatia. Por isso, em 2020 iniciou a campanha Maio Furta-cor porque precisamos parar de romantizar a maternidade, romper com necessidade de dar palpites e evitar os julgamentos. Mãe tem quer ser cuidada e não ser vista como uma guerreira”, argumentou.
            A psiquiatra Dra. Rafaela Pavan enfatizou que a idealização da mãe perfeita não existe e que é necessário olhar para a realidade. “Precisamos descontruir esse conceito, principalmente porque viemos de uma cultura que não podemos nos posicionar, de que a mãe nem tem direito a se queixar dos filhos ou das situações impostas pela maternidade”, enalteceu ao reforçar a importância de uma rede de apoio para essas mulheres.
            Durante a roda de conversas as participantes emocionadas relataram suas vivências em relação a pressão por amamentar e a frustração de não conseguir; a exaustão pela mudança no comportamento de sono e o excesso de expectativas para terem um “parto perfeito”. Outras comentaram sobre seus receios quanto a discriminação e ao preconceito com seus filhos. “Eu sofri bastante. Foi um choque no início, mas no fundo sabia que ao longo da vida estava sendo preparada para ter um filho PCD”, recordou. Também reforçaram que atualmente há excesso de informações, mas infelizmente as mentalidades ainda estão muito fechadas. “Não somos preparadas para receber o que vem diferente”, expuseram.
            CADA DIA É UMA CONQUISTA!
            Cassieli Rodrigues é a mãe do Lucca, de um ano e onze meses, que nasceu prematuro de 28 semanas e foi diagnosticado com enterocolite necrosante – que o fez perder parte do intestino. Atualmente ele requer cuidados intensos em função da doença rara a Síndrome do Intestino Curto, a exemplo da nutrição parenteral diária. “Ele ficou internado por seis meses e isso resultou no atraso do seu desenvolvimento, então, precisa de fisioterapia, terapia ocupacional e fonoaudiologia”, relatou.
            A mãe explicou que a família optou em manter o tratamento dele em casa para assegurar sua saúde e qualidade de vida, além dele estar próximo dos irmãos. “O Lucca é o primeiro paciente a receber esses serviços de maneira domiciliar. Por isso, agradecemos a equipe que não mediu esforços para se estruturar para atendê-lo”, expôs.
            Ao ser questionada sobre o que aprende diariamente com o Lucca, a mãe responde imediatamente que é a resiliência. “Ele teve um prognóstico com 23 dias de vida de que não sobreviveria até o quarto mês, mas nós nunca nos prendemos a isso. A fé e a esperança de tê-lo recuperado fez com que lutássemos. Ele é um milagre e mês passado começou a ir na escola. Aprendemos a aproveitar o dia de hoje!”, explicou a mãe.
            A médica Carmem Turcato Pereira é mãe de três filhos, duas meninas e o Vicente de nove meses com Síndrome de Down, que requer fonoaudiologia, terapia ocupacional e fisioterapia. “Com ele, aprendi que o amor é independente de qualquer característica. Depois do desespero inicial do diagnóstico, quando achamos que não daremos conta de nada, a visão vai clareando e percebemos que conseguimos nos organizar”, ressaltou.
            Ela também enalteceu a importância de abordar a temática da saúde mental materna. “Às vezes, não conseguimos ter noção do que determinada mãe está enfrentando no momento, mas mais do que saber como lidar com essas crianças com deficiência precisamos estar preparadas para lidar com a forma em que os outros veem nossos filhos”, comentou ao antecipar que sua maior preocupação é com o preconceito.

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