Postado em 31 de Março de 2021 às 17h16

Economia de Chapecó é resiliente em momentos de crise

Retomada da economia no município é mais rápida do que a média dos municípios brasileiros e catarinenses. Dados foram apresentados por economista em palestra do Núcleo Multissetorial da ACIC

  • MB Comunicação Empresarial e Organizacional -
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O Núcleo Multissetorial da Associação Comercial e Industrial de Chapecó (ACIC) promoveu palestra com o tema “Economia de Chapecó: dinâmica e perspectivas”. O economista e professor do curso de Economia da Unochapecó, Márcio da Paixão Rodrigues, explanou sobre o assunto para um grupo de empresários na última semana.
            Rodrigues frisou que para entender o que pode acontecer no futuro, é importante analisar o passado e avaliar como a economia de Chapecó tem reagido diante das crises que assolaram o Brasil. Na recessão de 2015 e 2016, houve no País uma forte queda da produção industrial, aumento do desemprego, inflação elevada e baixa competitividade.
“Antes da crise Chapecó tinha uma dinâmica de crescimento. Porém, em 2015 o saldo de empregos foi negativo, com 2.565 demissões”, relatou o economista. A partir de 2017 a geração de empregos aumentou: foram 1.593 naquele ano, 1.652 em 2018 e 5.302 em 2019, acima das expectativas. Chapecó estava em 13º lugar no ranking brasileiro de geração de empregos. “Isso é um fenômeno local, extremamente importante para a economia”, frisou Rodrigues.
            Nos três primeiros meses de 2020 o saldo de empregos continuou positivo. Com a pandemia, as demissões chegaram a 1.702 em abril, continuando negativas em maio. Mas a partir de junho a geração de empregos voltou a ter saldo mensal positivo, até dezembro, quando a nova onda de covid-19 fez despencar o índice novamente, com 656 demissões. “Mesmo assim, o saldo anual de Chapecó foi positivo, com geração de 4.488 vagas de trabalho. Foi o 14º município brasileiro que mais gerou empregos em 2020 e o terceiro em Santa Catarina, atrás apenas de Joinville e São José. Isso demonstra a força da economia do município que tem uma base muito forte no agronegócio”, analisou Rodrigues.
            De acordo com o economista, com esse resultado Chapecó passou a fazer parte do seleto grupo de 1% dos municípios brasileiros que mais gerou empregos em 2020. “No acumulado do ano, a geração de empregos tem representado um acréscimo de renda e não decréscimo como a maioria dos municípios brasileiros apresentaram, com geração de renda de R$ 8 milhões por mês e R$ 96 milhões no ano”.
            Ao analisar o cenário nacional, Rodrigues observou que o PIB caiu 4,1% em 2020, a maior queda em 30 anos e o terceiro pior resultado anual da história da economia do Brasil. Por outro lado, o PIB do agronegócio teve participação de 26,6% no PIB brasileiro no ano passado. “As projeções para o PIB do País eram piores, previam queda de 8% a 9%, ou seja, apesar do resultado negativo, a expectativa era muito pior. Já o agronegócio cresceu 2%, enquanto o setor de serviços foi o mais afetado pela pandemia e será o que mais vai demorar para se recuperar. A indústria de alimentos é o segmento que está fortalecendo o PIB”.
            PROJEÇÕES
            O economista apresentou o cenário da pandemia em Chapecó, com média móvel de casos de covid-19 e óbitos. Ele fez uma projeção, considerando que o pior momento da pandemia passou: neste ano o saldo de empregos deve ser positivo, com novas 5,6 mil vagas de trabalho e geração de renda de R$ 9,5 milhões/mês e R$ 114 milhões/ano.
            Para Márcio da Paixão Rodrigues, a economia de Chapecó é menos dependente do auxílio emergencial, o consumo das famílias mantém a expectativa de aumento a médio prazo e o ambiente é favorável, a médio prazo, para impulsionar o investimento privado. O economista acredita na retomada da economia de maneira mais rápida do que a média dos municípios brasileiros e catarinenses, com perspectivas de um ciclo virtuoso de crescimento. “A economia de Chapecó tem resiliência. Muita coisa dependerá do cenário político, mas o agronegócio dará sustentação”, enfatizou.
            Além disso, Rodrigues sublinhou que há um forte movimento de inovação. “Para planejar o futuro é sempre importante analisar o passado, mas tem uma coisa que não está no passado que é a inovação em Chapecó. Há um movimento grande e consistente. Os empreendedores precisam ficar atentos para não perder essa onda que trará muitas oportunidades”, concluiu.
            O coordenador do Núcleo Multissetorial, Thiago Rocha de Quevedo, comentou que o grupo empresarial congrega empresas de diversos segmentos e que a palestra contribuirá com os empresários neste momento de pandemia. “É um período de incertezas e o economista apresentou conjecturas econômicas que contribuem para tomar melhores decisões”.
 

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