Postado em 31 de Março de 2021 às 17h26

ACIC sugere redução de impostos para retomada de voos no aeroporto de Chapecó

Em audiência pública virtual da Assembleia Legislativa, presidente Nelson Akimoto apresentou propostas para o retorno imediato da linha direta a Florianópolis

 
O presidente da Associação Comercial e Industrial de Chapecó (ACIC), Nelson Eiji Akimoto, participou nesta quarta-feira (31) de audiência pública virtual promovida pelas comissões de Finanças e Tributação e de Transportes e Desenvolvimento Urbano da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc). O evento teve como pauta a suspensão dos voos diretos entre Chapecó e Florianópolis pela companhia aérea Azul desde o dia 20 de março.
A redução de ICMS sobre a querosene usada na aviação e sobre o transporte de cargas e a isenção total de tributos em caráter emergencial foram os principais encaminhamentos. “Precisamos de uma alíquota diferenciada. Estamos num momento crítico e as empresas necessitam de estímulo para atuar. Uma sugestão é conceder a isenção do ICMS por um determinado período. Sabemos que é um sacrifício para o Estado, mas os empresários também têm feito muito sacrifícios durante a pandemia”, explanou Akimoto.
O presidente da ACIC frisou que o Aeroporto Serafim Enoss Bertaso atende todo o Oeste catarinense, noroeste do Rio Grande do Sul e sudoeste do Paraná e que a suspensão dos voos diários tem gerado movimentação de outros Estados. “O aeroporto é importante para a logística e desenvolvimento econômico de todo o Estado, não apenas do Oeste”, enfatizou, ao acrescentar que a ligação direta Chapecó-Florianópolis é de alto interesse sob os aspectos econômico, político e cultural.
A ACIC também encaminhou ofício ao presidente da Azul Linhas Aéreas Brasileiras S/A em face da decisão da suspensão do voo diário entre Chapecó e Florianópolis. “Tivemos o retorno que esses voos serão retomados em maio, mas precisamos que sejam retomados o quanto antes”, reforçou Akimoto.
Outras sugestões da ACIC são a adoção de medidas que ajustem a operação do transporte a esse período de baixa demanda: o emprego de aeronave de menor porte, a revisão dos horários dos voos, a renegociação das taxas dos dois terminais aéreos, entre outras medidas operacionais e administrativas possíveis.
O vice-prefeito de Chapecó, Itamar Agnoleto, destacou que o poder público municipal está à disposição para buscar uma solução. De acordo com ele, a situação provocou uma logística complicada, já que os passageiros que saem de Chapecó agora precisam ir a Campinas (SP) para depois voltar à capital catarinense, além de serem obrigados a fazer o trajeto contrário para voltar para casa. 
A Socicam, empresa que administra o aeroporto de Chapecó, tem interesse em fomentar o setor aéreo no município e na região. A afirmação foi do representante da Socicam, Filipe Dias Gomes, ao informar que a Azul tem feito contato demonstrando interesse em retomar os voos. “Temos o interesse em fomentar e aumentar o fluxo de passageiros para impactar na economia de toda a região”, salientou.
O secretário de Estado da Fazenda, Paulo Eli, não assumiu nenhum compromisso com as propostas. Explicou que em 2020 o governo já havia aprimorado a legislação ao reduzir para 7% para as companhias que atendessem no mínimo seis aeroportos em território catarinense. Comentou que o ICMS representa 85% da receita do Estado e que, em função da Lei de Responsabilidade Fiscal, para reduzir a carga tributária é preciso que exista outras fontes para a arrecadação dos recursos. “A Gol pediu para aderir e atenderá quatro aeroportos, com redução de 12% no imposto. Estamos conversando com a Azul, que deve atender seis, mas eles ainda não solicitaram”, disse Eli. Por outro lado, o secretário afirmou que pode ser feito um pedido de contrapartida. Se a empresa mantiver os voos entre Chapecó e a capital, os 7% podem vir a ser aplicados.
O secretário afirmou que se reunirá com as companhias aéreas – Gol, Azul e Latam – para discutir um plano de ação para os voos internos.
 
 

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