Postado em 10 de Agosto de 2021 às 18h13

13º SBSS: É preciso superar desafios para acessar mercados

Comércio internacional foi tema explanado pelo médico veterinário Dilvo Casagranda

O Brasil possui 93 mercados internacionais abertos, mas para manter e ampliar esse número precisa superar alguns desafios. O médico veterinário e gerente de mercado internacional da Aurora Alimentos, Dilvo Casagranda, abordou o tema na palestra “Mercado externo: próximas tendências, países clientes potenciais e exigências destes países”, nesta terça-feira (10), durante a programação científica do 13º Simpósio Brasil Sul de Suinocultura (SBSS). O evento é promovido pelo Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas (Nucleovet) e segue até quinta-feira (12), totalmente on-line.
            O especialista frisou que o mercado precisa ser avaliado antes do episódio China e após aquele país ter sito altamente prejudicado pela Peste Suína Africana (PSA). Casagranda apresentou alguns dados referentes ao período entre 2010 e 2019: o crescimento da produção de suínos no Brasil foi de 27%, o consumo per capita de 8% e as exportações cresceram 38%. Alguns fatos marcantes dessa década foram: grande avanço tecnológico na cadeia produtiva e o Brasil passou a acessar mercados específicos importantes (como Japão, Coreia do Sul e Estados Unidos), sendo que o reconhecimento de Santa Catarina como livre de febre aftosa sem vacinação contribuiu. “Para a China o mercado estava aberto, mas com algumas limitações em relação ao número de plantas habilitadas. Com o surto de PSA na China em 2018, o mercado expandiu significativamente”, expôs.
            De acordo com o palestrante, o Brasil soube aproveitar uma oportunidade. Porém, saiu da dependência da Rússia, que passou de importador para exportador de carne suína, para dependência da China, que atualmente responde por 53% das exportações de carne suína brasileiras. “Agora é preciso olhar para frente. A suinocultura brasileira terá grandes desafios e as principais respostas passam pelo cenário China, mas quando se fala em China tudo é uma interrogação”, comentou, ao acrescentar que o país asiático recuperou sua produção. “A China voltou a ter 45 milhões de matrizes e concluiu a fazenda vertical mais alta do mundo para suínos, edifício com 26 andares, e deve começar a produzir nesse sistema em setembro deste ano. Fica a pergunta: é melhor ou terá mais dificuldade para controle sanitário? O resultado veremos na prática nos próximos anos”, explanou Casagranda.
            Para o especialista, o trade de mercado atual do Brasil é importante, mas é preciso olhar para outros países. “Tivemos sorte com a China e, para mim, sorte é a somatória de competência com oportunidade. Crescemos, mas estamos vulneráveis. Os maiores importadores são China Japão, México, Coreia do Sul e Estados Unidos. Somos praticamente insignificantes nesses mercados, com exceção da China, e aí está a árdua tarefa que temos pela frente”, sublinhou, ao explicar que o Brasil precisa definir onde quer ser competitivo e construir acordos comerciais, destravando barreiras comerciais e sanitárias. “Sabemos que acordos comerciais internacionais não se definem em uma semana, um mês, muitas vezes um ano não é suficiente. As interações internacionais são de longo prazo, existem todas as etapas dentro dos órgãos que precisam ser cumpridas. É preciso de muito trabalho, organização e paciência”. Para superar os desafios, Casagranda destacou a importância da sincronia entre todos os elos da cadeia produtiva, para atendimento às especificidades das demandas dos mercados.
            Além do mercado internacional, é preciso olhar para o mercado interno, onde o consumo per capita está estabilizado entre 15 kg e 16 kg por ano. Segundo o especialista, é fundamental promover campanha para melhorar o consumo doméstico de carne suína.
Casagranda ressaltou a importância de manter o status sanitário de excelência do Brasil para manter e ampliar o mercado. “O desafio é para ser superado, mas só se consegue com esforço e competência. A sanidade é nosso passaporte, vamos preservá-la. O resto, daremos um jeito, mas a sanidade precisa estar acima, senão nosso passaporte não será carimbado. Somos muito capazes, temos a habilidade de adaptação e precisamos melhorar um pouco no entendimento das culturas de outros países para cumprir os acordos e exigências dos países. Isso nos dará vida longa e ganho de mercado”, concluiu o palestrante.
12º Brasil Sul Pig Fair
Em paralelo ao 13º SBSS ocorre a 12ª Brasil Sul Pig Fair. A feira virtual reúne as principais empresas do setor e, além de permitir esse networking com fornecedores, estimula a troca de ideias sobre produtos e inovações na suinocultura. 
APOIO
O 13º SBSS tem apoio da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), do Conselho Regional de Medicina Veterinária de SC (CRMV/SC), da Embrapa, da Prefeitura de Chapecó, da Unochapecó e da Sociedade Catarinense de Medicina Veterinária (Somevesc).
 
PROGRAMAÇÃO DO 13º SIMPÓSIO BRASIL SUL DE SUINOCULTURA 2021
 
Data 11/08/2021
13h30 às 13h35 - Painel Biosseguridade (atualização da PSC/PSA)
13h35 às 14h15 - Peste Suína Clássica: o que o Brasil está fazendo e qual o risco para a nossa suinocultura.
 Palestrante: Guilherme Takeda
14h15 às 14h35 - Discussão
14h40 às 15h20 - Peste Suína Africana: o que mudou até o momento. Uma atualização da situação mundial.
Palestrante: Leandro Hackenhaar
15h20 às 15h40 - Discussão
15h40 às 15h55 - Intervalo
 
15h55 às 16h - Painel Antimicrobianos
16h às 16h40 - Uso prudente de antimicrobianos na suinocultura: qual o nosso caminho?
Palestrante: Jalusa Deon Kich
16h40 às 17h - Discussão
17h05 às 17h45 - Estratégias nutricionais em programas alternativos aos antibióticos.
Palestrante: Vinícius Cantarelli
17h45 às 18h05 - Discussão
 
Data 12/08/2021
13h30 às 13h35 - Painel Nutrição
13h35 às 14h15 - Nutrição de precisão: em busca da máxima eficiência.
Palestrante: Mário Penz
14h15 às 14h35 - Discussão
14h40 às 15h20 - Visão estratégica de ingredientes nutricionais (mercado internacional e impacto interno).
Palestrante: Uislei Orlando
15h20 às 15h40 - Discussão
15h40 às 15h55 - Intervalo
 
15h55 às 16h - Painel Sanidade
16h às 16h40 - O que não vemos: micotoxinas e suas interações (vacinas, performance, CDRS, desafios entéricos).
Palestrante: Paulo Dilkin
16h40 às 17h - Discussão
17h05 às 17h45 - Papel dos agentes primários e secundários no Complexo de Doença Respiratória dos Suínos e suas interações (foco em Influenza, Mh e APP).
Palestrante: Djane Dallanora
17h45 às 18h05 – Discussão

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