Postado em 18 de Dezembro de 2020 às 16h16

Tabaco (safra 2020/2021): entidades e empresas se reúnem para comparar custos de produção

Encontros nesta semana ocorreram por videoconferência e tiveram a participação de sete federações e oito empresas fumageiras dos três Estados do Sul

  • MB Comunicação Empresarial e Organizacional -
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As entidades representativas dos produtores de tabaco, formada pela Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) e pelas Federações da Agricultura (Farsul, Faesc e Faep) e dos Trabalhadores Rurais (Fetag, Fetaesc e Fetaep) do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, reuniram-se nesta semana com lideranças das empresas fumageiras para dar início à negociação do preço do tabaco da safra 2020/2021. Os encontros ocorreram por videoconferência e tiveram a participação de oito empresas: BAT Brasil (Souza Cruz), Philip Morris, JTI, Universal Leaf, Alliance One, China Brasil, CTA e UTC.
De acordo com o vice-presidente regional da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), membro da CADEC e presidente do Sindicato Rural de Irineópolis/SC, Francisco Eraldo Konkol, a pauta das reuniões abordou, principalmente, o comparativo da variação do custo de produção apurado pelas empresas e pelos representantes dos produtores.
“Não entramos na negociação do preço, propriamente, pois precisamos, primeiro, regular a variação do custo de produção”, observou Konkol. Segundo ele, a retomada das reuniões será marcada para primeira quinzena de janeiro.
“Os produtores que já comercializaram a sua safra receberão a diferença do valor, assim que fixada a tabela de preço de cada empresa integradora”, assegura.
PREÇOS
Konkol informa que nas últimas safras nenhuma empresa concordou em repor os custos de produção. “As variações de percentuais sugeridas na última safra foram 5,5% a 9,4%, com mais 2% acima do custo como reposição de perdas anteriores, porém não conseguimos chegar a um acordo. As empresas reajustaram por conta própria, sem repor perdas. Acumulamos defasagem grande de 10 anos, com inflação achatando os preços e os produtores perdendo rentabilidade. Esperamos que para a próxima safra consigamos negociar e fazer as empresas cumprirem a Lei da Integração, que prevê que o preço do tabaco deve sempre resultar de acordo entre produtores e indústrias, algo que beneficia todo o sistema”, relata.
O dirigente explica que a Lei da Integração compila informações da cadeia produtiva que servem de parâmetro na hora de estipular preços para o setor. O artigo 9º prevê o preenchimento de dados pelos produtores no Documento de Informação Pré-Contratual (DIPC). Nele constam dados de produção, riscos da atividade e remuneração média das duas últimas safras. Esses números são avaliados anualmente pela CADEC para validar a remuneração média dos produtores.
“Os reajustes indicados têm base técnica e estão amparados na viabilidade econômica apresentada pela atividade”, ressalta Konkol ao informar que 60% dos custos de produção se referem à mão de obra. “Este é sempre o ponto mais sensível das negociações. Os custos citados pelas empresas são sempre menores que os levantados pelos produtores”, observa o dirigente.
Nesta semana, Fórum Nacional da Cadeia Produtiva do Tabaco (Foniagro) também aprovou o novo regimento interno que regulamenta as regras de negociações para as próximas safras. “É um avanço do setor que estava em discussão há 10 meses. Queremos que o custo da produção e os preços pagos sejam estabelecidos em conjunto entre produtores e empresas. Os fumicultores não podem mais trabalhar com prejuízos”.
PRODUÇÃO E MERCADO
O Sul do Brasil concentra 99% da produção de tabaco do País e exporta 80% do total produzido. A última safra produziu 633 mil toneladas. A atividade é uma das agroindustriais mais significativas e reúne 146,4 mil produtores. Em Santa Catarina, cerca de 44 mil propriedades dedicam-se ao cultivo. 
No País, o tabaco movimenta mais de R$ 6 bilhões ao ano, segundo dados da Afubra.

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