Postado em 28 de Setembro de 2020 às 17h19

Sistema imunológico: saiba o que fazer para fortalecer as defesas do corpo

 
A importância de manter um sistema imunológico naturalmente fortalecido e eficiente se evidencia cada dia mais em função da pandemia da covid-19. Mas, existe uma “fórmula mágica” para auxiliar as defesas do corpo no enfrentamento das enfermidades? Segundo a médica alergista e imunologista clínica e cooperada da Unimed Chapecó, Dra. Leda Sandrin, o segredo é ter uma vida equilibrada e ser rigoroso com: alimentação saudável, sono de qualidade, prática regular de exercícios físicos e gerenciamento de estresse, além de manter a carteira de vacinas atualizada conforme a idade recomendada.
“Não existe uma solução milagrosa, como por exemplo, tomar um polivitamínico para melhorar a imunidade. Como também não existe um medicamento específico que seja imunoestimulante para tratar dessa necessidade. Precisamos cuidar do sistema imune da mesma maneira que zelamos pela nossa saúde de maneira geral”, reforça a médica.
O sistema imune é uma rede de células e moléculas distribuídas em todo o corpo que age de maneira coordenada, conforme o estímulo que recebe e a genética do paciente. Tem interações com os sistemas nervoso central e endócrino, o que explica o aumento das infecções durante o estresse e em algumas doenças como o diabetes. Ainda, durante a vida, naturalmente aprende a responder aos antígenos que tem contato e adquire imunidade e memória para o combate da infecção e prevenção de reinfecção. Porém, algumas vezes, o exagero da resposta imunológica ou o erro da mesma, pode desencadear síndromes inflamatórias graves ou doenças autoimunes.
Em algumas infecções por exemplo, a resposta imune é tão vigorosa que causa mais dano que o próprio microorganismo (exemplo é a tempestade de citocinas na covid-19). Em outros casos, a ineficácia da resposta imune favorece o aparecimento de doenças neoplásicas. Dra. Leda lembra que um mesmo estímulo ao sistema imune é capaz de gerar diferentes doenças em diferentes pacientes, pois o componente genético, epigenético e ambiental, determinam o rumo da resposta imunológica após o contato com o agente agressor.
Uma alternativa para auxiliar o sistema imunológico é evitar a exposição a ambientes com grande quantidade de bactérias e vírus. Dra. Leda exemplifica que muitas crianças pequenas apresentam infeções respiratórias e gastrointestinais recorrentes pelo fato de estarem mais expostas a crianças doentes em ambiente escolar e creches. Isso tem sido muito perceptível na quarentena: diminuiu drasticamente o número de crianças com infecções após a suspensão das aulas. “Isto não quer dizer que devemos suspender creches e escolas para sempre. Porém, algumas estratégias deverão ser repensadas com o cuidado na volta às aulas. Ambientes ventilados e amplos, lavar as mãos com frequência, contato e interação com a natureza fazem parte delas”, comenta ao reforçar que o contato com microorganismos de forma menos intensa favorece o aparecimento de uma resposta imunológica saudável.
“Algumas medidas que colocamos em prática na pandemia deveriam ser seguidas sempre, exemplo: um paciente que tem um quadro viral (resfriado) deveria ficar em casa ou utilizar máscara para não contaminar outras pessoas, pois os patógenos respiratórios, mesmo não sendo covid-19, se disseminam da mesma forma”, ressalta Dra. Leda.
CUIDADO REDOBRADO
O sistema imunológico varia conforme a idade: em crianças até seis anos está em processo de formação e maturação; nos idosos ocorre naturalmente a redução de algumas respostas imunes. As exceções são pacientes que apresentam desde seu nascimento algumas deficiências como: não produzir anticorpo, possuir uma célula do sistema imune imperfeita ou ter resposta imune inflamatória falha, o que compromete as defesas do organismo e, dependendo da doença, pode ser tratada com reposição de imunoglobulinas e em alguns casos até com transplante de medula óssea.
De acordo com a Dra. Leda, pacientes que têm distúrbios inflamatórios recorrentes – doenças reumatológicas, asma grave e não controlada, neoplasia, AIDS – ou que fazem uso de imunossupressores, inevitavelmente terão seu sistema imunológico comprometido.

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