Postado em 03 de Outubro às 11h06

Setembro Amarelo: saúde mental no ambiente de trabalho

A Credioeste promoveu uma palestra com a psicóloga Sandréli Bitencourt Zuchetto de Moura para gerar mais bem-estar e alertar os colaboradores sobre os cuidados

Durante o encontro, Sandréli abordou a importância da inteligência emocional. (Foto: Alessandra Favretto/MB Comunicação)

Não há como medir, tampouco classificar o sofrimento, a angústia e a sensação de solidão humana. Diante disso, resta o acolhimento: um olhar sensível e cauteloso para aqueles que apresentam sinais de depressão e de outros transtornos causados pelo desequilíbrio da saúde mental. Nem sempre o contato das pessoas que cercam quem passa por esse tipo de desafio é fácil, já que muitas vezes há uma tentativa de negação. A campanha do Setembro Amarelo, realizada no Brasil desde 2015, busca observar esses sinais e prevenir o suicídio. Nesse sentido, a Credioeste promoveu, no fim do mês, uma palestra com a psicóloga Sandréli Bitencourt Zuchetto de Moura, voltada à promoção de qualidade de vida para seus colaboradores.
Para a profissional, a inteligência emocional ainda é escassa nas empresas e pode gerar impactos negativos severos. “Em espaços corporativos, desenvolver a cultura de bem-estar e promover mais qualidade para a saúde dos funcionários é fundamental. Vemos muitas pessoas serem afastadas por depressão, ansiedade e outras doenças emocionais. É essa a importância de oferecer suporte psicológico e prestar auxílio por meio de uma escuta analítica. Precisamos observar. Às vezes é necessário pegar na mão e ajudar a dar o primeiro passo. É muito difícil que elas reconheçam que precisam de ajuda. Por isso, é importante que as pessoas que convivem com elas, seja no trabalho, seja na família, estejam atentas e as incentivem a buscar uma consulta. Com técnicas e dinâmicas, é possível contribuir significativamente com a saúde mental da equipe”, destacou.
Sandriéli também chamou a atenção para o período de fim de ano. Além do aumento expressivo das demandas, surge também a sobrecarga emocional. “Olhar se as metas foram cumpridas ou não gera síndromes e traumas. ‘O ano passou e o que eu fiz?’ é uma das perguntas mais frequentes, e muitas vezes impulsiona frustrações. Por isso, em adultos, precisamos estar atentos aos sinais, como mudanças de humor, tristeza persistente, dificuldades em atividades da rotina, falta de concentração e de energia. Já nas crianças, os sinais podem ser retraimento, isolamento, recusa em interagir ou comportamento apático. Em alguns casos, tornam-se agressivas, mordem-se, arrancam os cabelos ou se automutilam.”
A assistente financeira da Credioeste, Joziane Adona Zimmer (35 anos), relatou que nunca precisou de ajuda profissional por questões de saúde mental, mas reconhece a importância desse apoio, especialmente diante da correria e das pressões do dia a dia. “Muitas vezes problemas emocionais passam despercebidos na rotina. A palestra nos ajudou a identificar esses sinais, porque, normalmente, só percebemos a necessidade de buscar auxílio e cuidar de nós mesmos quando já estamos no limite do estresse, da ansiedade e de outras emoções que afetam tanto o trabalho quanto a vida pessoal. Quando a instituição abre espaço para tratar desse assunto, contribui para um ambiente de trabalho mais acolhedor e faz com que os colaboradores se sintam mais à vontade para pedir ajuda, sem medo de julgamentos. Considero essencial manter o equilíbrio entre vida profissional e pessoal. Pretendo incluir estratégias na minha programação para desenvolver o autocuidado, como tirar tempo livre para fazer o que gosto, ter novas experiências e momentos de lazer.”
Sandriéli ainda salientou que desenvolver empatia, resiliência, gentileza e comunicação é fundamental para lidar melhor com momentos difíceis e evitar agir por impulso. “A empatia foi o motivo pelo qual escolhi minha profissão. Sempre tive habilidade de ouvir as pessoas, compreendê-las e orientar. Atuo há 23 anos na área e, nos espaços corporativos, incentivo a escuta ativa para que pessoas que não são formadas na mesma área possam ajudar seus colegas, amigos e familiares, direcionando-os a um profissional que os auxilie a superar esses desafios.”

A psicóloga alertou que, muitas vezes, é necessário orientar pessoas que precisam de ajuda a dar o primeiro passo e buscar atendimento profissional. (Foto: Alessandra Favretto/MB Comunicação)

Psicóloga Sandréli Bitencourt Zuchetto. (Foto: Alessandra Favretto/MB Comunicação)

Mudanças de humor, tristeza persistente, dificuldades em atividades da rotina, falta de concentração e energia são sinais de alerta. (Foto: Alessandra Favretto/MB Comunicação)

Desenvolver empatia, resiliência, gentileza e comunicação é fundamental para lidar melhor com momentos difíceis e evitar agir por impulso, de acordo com a psicóloga. (Foto: Alessandra Favretto/MB Comunicação)

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