Santa Catarina permanece uma ilha de sanidade reconhecida internacionalmente, e esse patrimônio imaterial está na raiz do retumbante sucesso das exportações catarinenses. O Estado responde por mais de 20% das exportações brasileiras de frango e mais da metade de toda a carne suína exportada pelo País. Apenas no último ano, embarcamos 1,97 milhão de toneladas de carnes — frangos, suínos, perus, patos, marrecos, bovinos, entre outras — com crescimento expressivo de 6,6% em volume e receitas que alcançaram US$ 4,15 bilhões, um avanço de 3,2%. Trata-se de um feito monumental, conquistado pela união de ciência, disciplina e compromisso com a excelência sanitária.

Enquanto diversos países enfrentam, em todos os continentes, surtos de enfermidades que fragilizam a produção pecuária, Santa Catarina conserva a sua posição altaneira. O futuro, sabemos, amplia exigências e cobra ainda mais rigor, mas estamos preparados para manter a dianteira. Nossa jornada se sustenta no uso intensivo do conhecimento, da tecnologia e da ciência, assegurando que os pilares da sustentabilidade e biosseguridade sejam incorporados de forma definitiva. É esse conjunto de valores que projeta o Estado como território confiável, seguro e competitivo para a produção e exportação de alimentos.

Nesse cenário de êxito, é justo celebrar os 20 anos de fundação do Instituto Catarinense de Sanidade Agropecuária. O ICASA, fruto da visão estratégica das agroindústrias, dos produtores e do Governo de Santa Catarina, consolidou-se como exemplo absoluto de parceria público-privada. Criado para defender os rebanhos de aves, suínos e bovinos contra doenças e epizootias, o Instituto transformou-se em patrimônio da sociedade, prestando serviços de valor inestimável. A atuação incansável de seu corpo técnico — médicos-veterinários, auxiliares e profissionais administrativos, apoiados por veículos e equipamentos — foi decisiva para que Santa Catarina alcançasse (pioneiramente) o status de área livre de febre aftosa sem vacinação, reconhecimento concedido pela Organização Mundial de Saúde Animal.

A relevância do ICASA transcende a mera formalidade institucional. Ele é o braço forte dos produtores, empresários rurais e agroindústrias. Está presente em 246 municípios catarinenses, atuando de forma capilarizada junto aos Sindicatos Rurais, em parceria com a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado. Em cada unidade, profissionais competentes orientam os produtores quanto à movimentação, rastreabilidade e identificação de animais. São eles que asseguram a emissão das Guias de Trânsito Animal, a distribuição de brincos, o georreferenciamento e o controle de inventário dos rebanhos, sempre em parceria com a CIDASC.

O modelo de governança do ICASA alia a agilidade da iniciativa privada à responsabilidade pública. Regido por estatuto próprio, na condição de Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, mantém conselhos executivos e fiscais que garantem transparência e zelo com os recursos. O Instituto não se limita a fiscalizar. Ele desenvolve projetos institucionais, apoia pesquisas, promove educação e dissemina inovação, sempre norteado pela missão de proteger nosso patrimônio produtivo.

É imprescindível destacar a liderança vigorosa do atual conselheiro executivo Osvaldo Miotto Júnior, todos os demais conselheiros e sua dedicada equipe, cujo empenho vem fortalecendo a atuação da entidade. Também é dever de gratidão realçar o papel do primeiro gestor Ricardo de Gouveia e homenagear a memória do médico-veterinário Gerson Catalan, falecido em 2021. Idealizador e fundador do ICASA, conselheiro técnico e membro da CIDASC, ele dedicou sua vida à defesa da sanidade animal em Santa Catarina.

Duas décadas depois, o ICASA representa mais que uma instituição: é um símbolo da capacidade catarinense de unir forças, vencer desafios e conquistar mercados. Ele personifica o espírito empreendedor e solidário que move o agronegócio, traduz a confiança do campo na ciência e materializa a vocação de Santa Catarina para a excelência. Celebrar o seu aniversário é reafirmar a convicção de que a sanidade é a maior riqueza de um Estado que alimenta o Brasil e o mundo com qualidade, segurança e orgulho.