Postado em 01 de Outubro de 2019 às 17h24

Resfriamento de vacas leiteiras amplia eficiência e renda do produtor rural

Aumento da produção, melhoria na eficiência alimentar, ampliação da fertilidade, avanço na resposta imune do animal, redução de problemas clínicos e despesas com medicamentos são alguns dos benefícios proporcionados pelo resfriamento de vacas leiteiras. Esse tema foi abordado, na última semana, para 29 técnicos durante curso promovido pelo Santafé Agroinstituto, com correalização do Sebrae/SC, no Hotel Mogano Business, em Chapecó. A qualificação integra as ações do projeto “Encadeamento Produtivo Aurora Alimentos – Sebrae/SC: suínos, aves e leite”, desenvolvido em parceria com cooperativas e entidades.
O curso teve como objetivo proporcionar conhecimento prático, principalmente aos técnicos que atuam no campo, a fim de levar novas informações e tecnologias aos produtores rurais. O assunto foi abordado pelo especialista em estresse térmico em vacas leiteiras, Israel Flamenbaum, que possui PhD pela Hebrew University of Jesuralém e foi diretor por 16 anos da área da bovinocultura leiteira do Ministério da Agricultura de Israel. A tradução simultânea foi do médico veterinário, especialista em gestão de fazenda de leite Adriano Siqueira Seddon, que introduziu no Brasil o sistema compost barn. Esse sistema visa reduzir custos de implantação e manutenção, melhorar índices produtivos e sanitários dos rebanhos e possibilitar o uso correto de dejetos orgânicos provenientes da atividade leiteira.
O sistema de resfriamento de vacas leiteiras pode ser implantado em pequenas propriedades rurais ou em fazendas de grande porte. O intuito é melhorar o bem-estar dos animais, ampliar a eficiência e aumentar o padrão e qualidade de vida do empresário rural. De acordo com Flamenbaum, ao adotar esse sistema em Santa Catarina a produção expandiria em 1.500 litros por vaca/ano, os custos alimentares diminuiriam em 10% em função da melhoria da eficiência alimentar e haveria avanço na fertilidade das vacas pela redução no intervalo entre os partos, fazendo com que cada animal tenha incremento da rentabilidade.
“Nossos cálculos comprovam que podemos melhorar o retorno de cada vaca em Santa Catarina em aproximadamente R$ 1,2 mil. Então, se considerarmos a introdução do sistema de resfriamento e sua utilização correta, a produção catarinense de leite poderia ampliar em até 300 milhões de litros/ano, com incremento da renda do produtor em até R$ 230 milhões/ano”, ressaltou o especialista.
Para o resfriamento adequado de uma vaca é necessário investir o valor aproximado de R$ 1,5 mil para aquisição de equipamentos. Além disso, o custo operacional em energia, água e mão de obra será de R$ 150 por animal. “O retorno desse investimento se dá em até dois anos, por isso ao considerar o custo-benefício conclui-se que não há outra tecnologia que possa ser utilizada nesse setor que agregue tanto valor e que tenha retorno tão rápido quanto o resfriamento de vacas”, analisou Flamenbaum.   
O desafiou, segundo o especialista, está relacionado a falta de conhecimento sobre a maneira adequada em utilizar o sistema e nas vantagens proporcionadas, principalmente, na eficiência e rentabilidade. “O objetivo do curso foi transmitir conhecimentos e treinar os profissionais para que possam usar essa tecnologia para obter bons frutos, afinal é necessário resfriar as vacas durante todo o ano e em todas as fases de lactação tanto para vacas secas quanto em vacas em lactação”, comentou.

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