Postado em 17 de Julho às 10h53

Reinvenção da suinocultura europeia após o banimento do Óxido de Zinco

Como essa experiência pode ensinar o Brasil será abordada pelo engenheiro agrônomo Leandro Hackenhaar no SBSS

A vida após o banimento do Óxido de Zinco o que podemos aprender com a experiência europeia” será o tema da palestra do Engenheiro Agrônomo, Leandro Hackenhaar.

O óxido de zinco (ZnO) é bastante utilizado na suinocultura por seu efeito antibacteriano e anti-inflamatório. Entre seus principais usos estão a prevenção da diarreia no pós-desmame com aprimoramento da integridade intestinal e na melhora do desempenho zootécnico da conversão alimentar. Contudo, esse composto inorgânico, formado pela reação entre zinco (Zn) e oxigênio (O), em doses elevadas, não é absorvido totalmente pelo organismo, o que pode resultar em acúmulo no solo e contaminação ambiental. Fato esse que levou a União Europeia a proibir o uso terapêutico do ZnO, em 2022, e substituí-lo por probióticos, prebióticos, óleos essenciais e ácidos orgânicos.
“A vida após o banimento do Óxido de Zinco: o que podemos aprender com a experiência europeia?” será o tema da palestra do engenheiro agrônomo Leandro Hackenhaar, no dia 13 de agosto (quarta-feira), às 14h45, durante o 17º Simpósio Brasil Sul de Suinocultura (SBSS). O evento é promovido pelo Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas (Nucleovet) com a intenção de proporcionar conhecimento, networking e troca de experiências sobre boas práticas nessa cadeia produtiva. A programação científica dos três dias abrange painéis sobre sanidade, bem-estar animal e sustentabilidade, gestão de pessoas, genética, nutrição, imunidade, desafios virais e suas ameaças.
NOVO CAMINHO
            Durante o Painel Nutrição, Hackenhaar explicará que, desde quando a União Europeia proibiu o uso terapêutico do Óxido de Zinco (ZnO) na alimentação de leitões, a suinocultura precisou se reinventar. “O ZnO era aquele ‘coringa’ que todos confiavam, pois ajudava a controlar diarreias e garantir bons ganhos de peso no pós-desmame, era barato, eficiente e funcionava bem, principalmente em granjas com desafios sanitários. Mas, por questões ambientais e pelo risco de resistência a antibióticos, precisou sair de cena”, contextualiza. E, desta maneira os produtores europeus precisaram repensar tudo, do manejo à nutrição.
            Como na Europa a utilização de antibióticos também é controlada, segundo Hackenhaar, o caminho foi investir na prevenção. “A base de tudo? Seguir o bom e velho manual de manejo com atenção redobrada. Isso inclui garantir que os leitões comam adequadamente antes do desmame, manter o ambiente limpo e aquecido, evitar misturar animais de diferentes origens e oferecer uma ração de qualidade”, ressalta. Para o especialista, a nutrição virou uma aliada estratégica, porém o manejo continua como o alicerce.
            As alternativas de substituição do ZnO, ou seja, os aditivos como óleos essenciais, prebióticos e ácidos orgânicos “têm seu valor, mas não fazem milagre sozinhos”, antecipa o engenheiro agrônomo. De acordo com ele, o segredo está na combinação de estratégias. Como exemplos, cita ajustar proteína, incluir fibras funcionais e cuidar da saúde intestinal como prioridade. “Cada país europeu está em um estágio diferente nessa jornada, assim como os produtores. Contudo, os resultados mostram que é possível produzir bem sem o ZnO, muitas granjas até melhoraram seus índices zootécnicos e econômicos”, enfatiza.
            Por fim, Hackenhaar antecipa que os resultados positivos são possíveis graças ao planejamento, ao ajuste da dieta e à priorização a saúde dos animais. “Então, a experiência europeia prova que é possível produzir de forma eficiente sem o Óxido de Zinco e com menos medicamentos, porém é necessário investir em tecnologia e gestão”, enaltece.
CONHEÇA O PALESTRANTE
            Leandro Hackenhaar é engenheiro agrônomo com mestrado em Nutrição Animal pela Esalq/USP. Tem experiência em nutrição, pesquisa e qualidade de rações para suínos. Atualmente, atua como líder técnico global na Cargill, onde contribui para o desenvolvimento de soluções inovadoras e sustentáveis para a nutrição de leitões ao redor do mundo. Além disso, dedica-se ao fortalecimento técnico e científico do setor como diretor no Colégio Brasileiro de Nutrição Animal. É apaixonado por transformar conhecimento em resultados práticos, ao conectar ciência e mercado para impulsionar a produtividade e o bem-estar animal.
INSCRIÇÕES
Em paralelo ao SBSS, nos três dias, acontece também a 16ª edição da Brasil Sul Pig Fair, feira técnica voltada ao setor, que conta com empresas do Brasil e América Latina, além da Granja do Futuro, com os principais lançamentos e tecnologias para os produtores.
As inscrições podem ser realizadas pelo site oficial do evento:
nucleovet.com.br/simposios/suinocultura/inscricao. Grupos com dez ou mais participantes podem parcelar os valores em até três vezes, desde que a primeira parcela seja efetuada até a data de validade do respectivo lote. Pacotes adquiridos por agroindústrias, órgãos públicos e universidades serão faturados para o CNPJ da instituição. Inscrições de associados ao Nucleovet devem ser feitas por meio da secretaria da entidade, pelo contato (49) 99806-9548 ou financeiro@nucleovet.com.br.
            2º lote: até 24/07: profissionais R$ 720 e estudantes R$ 450.
            3º lote: a partir de 25 de julho e durante o evento: profissionais R$ 890 e estudantes R$ 500.
            Participar apenas da 16ª edição da Brasil Sul Pig Fair:
            1º e 2º lotes: até 24 de julho: R$ 100.
            3º lote: a partir de 25 de julho e no local do evento: R$ 200.
 
 
 
 

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