Postado em 14 de Dezembro de 2020 às 15h17

Quando o amor nasce antes

     
               
    A espera de um bebê envolve nove meses de preparação, ansiedade e muita expectativa. Mas, e quando esse período é ameaçado ser reduzido por um nascimento prematuro? Dados da pesquisa Nascer, inquérito nacional sobre parto e nascimento, revelam que a taxa de prematuridade brasileira é quase duas vezes maior à observada nos países europeus.
    Foi no quinto mês de gestação que se iniciou uma fase complicada na gravidez de Rute Maria Mesa Casa Pereira, aos 19 anos. Grávida de seu primeiro filho, a caixa de supermercado começou a sentir fortes cólicas, quando foi realizado um exame de ultrassonografia transvaginal que constatou uma situação de Útero Didelfo Completo, ou seja, o colo do útero de Rute estava todo aberto e a criança já estava de cabeça para baixo e encaixada, pronta para nascer. Desde então, Rute passou por dias de internação hospitalar e precisou passar por um procedimento cirúrgico de urgência para fechamento do colo uterino e inserção de um pessário, técnica que auxilia na prevenção da prematuridade.
    “A cirurgia não foi demorada, mas a recuperação dela é bem dolorosa. Contudo, tive que ficar em repouso absoluto a partir das 22 semanas até a 35ª semana de gestação. Foi uma gestação de muita dor, mas que me trouxe a coisa mais preciosa desse mundo e, com certeza, para ter minha bebê, passaria por tudo isso de novo”, relata Rute. Ao final do tratamento e repouso, Rute teve a pequena Mariana Pereira da Luz, com 35 semanas de gestação. O pré-natal e parto tiveram o acompanhamento da médica ginecologista e obstetra e cooperada da Unimed Chapecó, Dra. Taciana Aflen.
    Rute define a experiência como única e diz que a gestação foi uma guerra milagrosa. Aproveita ainda e dá um recado para as mães que passam ou ainda passarão por uma situação parecida “Foi uma guerra batalhada com muito carinho. Fazemos desses momentos e situações difíceis um aprendizado e experiência de vida. Uma experiência incrivelmente inesquecível apesar de toda dificuldade”, afirma.
    CAUSAS E TRATAMENTO
    A prematuridade, por sua alta frequência e grande morbimortalidade, tem grande importância na saúde materno infantil. A Dra. Taciana alerta para as principais causas que podem levar uma gestante a ter um parto prematuro: extremos da idade materna, hábitos como tabagismo, ingestão de bebida alcoólica e uso de drogas e doenças crônicas como hipertensão e diabetes. Além disso, também são apontadas como causas: doenças obstétricas e ginecológicas, que podem ser evitadas ou controladas com um acompanhamento pré-natal de qualidade. O ideal, segundo a médica, é que toda a futura gestante seja submetida à exames pré-concepcionais, que possam identificar fatores de risco para a prematuridade.
    Durante o pré-natal, além do acompanhamento mensal, são identificadas e tratadas infecções que podem levar a paciente ao trabalho de parto prematuro. Para isso, Dra. Taciana explica que são utilizados marcadores de risco de prematuridade, como a avaliação do comprimento do colo uterino. “Na impossibilidade de evitar esses nascimentos, devemos preparar esses bebês para que nasçam nas melhores condições possíveis, utilizando medicações que estimulem o desenvolvimento da maturidade pulmonar do bebê e a sua neuroproteção e fazer o parto em um ambiente com condições de recebê-los, com equipamentos e pessoal adequados”, explica.
    Para Dra. Taciana, o nascimento prematuro sempre vai gerar grandes angústias aos pais e familiares, sobre possíveis sequelas nessas crianças. A verdade, segundo ela, é que com cuidados adotados hoje nos hospitais de referência, a grande maioria dos prematuros terá desenvolvimento e vida normais. Entretanto, quanto menores e mais imaturos nascerem, maior será o risco de apresentarem dificuldades motoras e alimentares. Para auxiliá-los, os pais e familiares devem lembrar que cada criança é única e seu tempo é essencial, portanto, deve ser respeitado. Dessa forma, o acompanhamento e a orientação do pediatra é fundamental para identificar possíveis sinais de atraso no desenvolvimento da criança.
    A prematuridade desperta diversos sentimentos nos familiares e pode transformar um momento tão sonhado, como o nascimento, em situações de insegurança e medo. Para que isso seja evitado, a médica orienta: “escolher a melhor equipe e estrutura hospitalar é fundamental, garantindo acompanhamento integral, que possa manter a gestação ao ponto máximo com segurança, cuidar do bebê prematuro de forma especializada e humanizada, e levar tranquilidade e apoio a família, além de orientá-la em todas as fases desse processo”.
     
     
     
     
     
     

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