Produção adequada assegura qualidade dos alimentos

Garantir a segurança alimentar do consumidor, atender a legislação, assegurar a qualidade dos produtos utilizados e reduzir gastos e desperdícios integram as boas práticas de manipulação de alimentos e resultam na satisfação do cliente e na competitividade de mercado. Essa foi uma das temáticas abordadas, nesta semana, durante o workshop online sobre “Higiene e segurança alimentar” do projeto Delivery Seguro, que visa qualificar empresas do segmento de alimentação fora do lar. A iniciativa é do Sebrae/SC, da Administração Municipal, do Sindicado de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares (SIHRBASC) e do Chapecó Convention & Visitors Bureu.

Durante o workshop, a nutricionista e consultora credenciada ao Sebrae/SC, Francieli Finger, abordou as medidas de boas práticas de manipulação e os cuidados que devem ser tomados durante o preparo dos alimentos. Também foram transmitidas orientações para que os estabelecimentos possam garantir um processo de produção adequado e alimentos de qualidade. As informações tiveram como base as regras da RDC 216/04, voltadas aos serviços de alimentação e também da nova portaria do Governo Estadual SES nº 256/2020.

“Todas as medidas visam reduzir os riscos de contaminação dos alimentos, pois em condições ideais uma única bactéria pode se multiplicar 130 mil vezes. Então, segurança alimentar remete à prática de medidas que permitem o controle de qualquer agente que promova risco à saúde ou integridade física do consumidor”, enalteceu Francieli. A contaminação pode ser por fatores biológicos (fungos, bactérias invisíveis, vírus e parasitas), químicos (desinfetantes, detergentes, lubrificantes, venenos de ratos e baratas, perfumes, loções e cremes) e físicos (metal, borracha, plástico, madeira, vidro, papelão, parafusos, insetos e cabelos).

QUALIFICAÇÃO DOS ENTREGADORES

No workshop “Boas práticas para um delivery seguro”, realizado na última semana, foram abordadas as temáticas de segurança alimentar e qualidade; o que são boas práticas e seus objetivos; importância da higiene pessoal, das mãos e dos equipamentos utilizados para o serviço de entrega; tipos de contaminação nos alimentos; alimentos X coronavírus e medidas de prevenção na hora da entrega.

Segundo a Anvisa não há evidência até o momento que o novo coronavírus possa ser transmitido pelos alimentos. “A transmissão ocorre de forma continuada, ou seja, pelo ar ou pelo contato pessoal com secreções contaminadas como gotículas de saliva, espirros, tosse ou superfícies contaminadas. Para evitar, é necessário adotar medidas de prevenção como uso das máscaras corretamente, utilização do álcool em gel e higiene constante das máquinas de cartão, aparelhos telefônicos, capacetes e do ambiente de trabalho”.

Para o motoboy da Amo Ofertas, Rosangelo Aparecido Neves, essa iniciativa é excelente, pois ao capacitar os profissionais assegura-se a qualidade alimentar ao mesmo tempo em que ampliam-se as medidas de segurança para evitar a propagação da Covid-19. “Os entregadores estão prestando um excelente serviço para sociedade e estão na linha de frente, se expondo aos riscos diariamente, para atender bem seus clientes. Assim, com essas informações poderão se cuidar corretamente e zelar pelos seus familiares”, enfatizou.

O profissional relata que chamou a atenção a questão do cuidado, principalmente, com a “ferramenta de trabalho”, que é a motocicleta. “Vários motoboys não davam tanta importância ao fazer a limpeza e a desinfecção da motocicleta constantemente e com essas informações estão mais atentos a esses cuidados”, comentou.

PARCERIA

Os reflexos da pandemia nas atividades econômicas e a redução do fluxo dos consumidores nos restaurantes resultaram na elevação da demanda pelo delivery. Contudo, nem todos os estabelecimentos do setor atendiam nessa modalidade de prestação de serviços. “A parceria do projeto Delivery Seguro viabilizou workshops gratuitos com temáticas específicas para o cumprimento das legislações e para assegurar a qualidade dos produtos tanto na entrega quanto no consumo no local”, avaliou o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Arthur Badalotti Smaniotto.

Para o presidente do SIHRBASC, Gustavo Giacomazzi Gisi, os workshops têm contribuído para que os estabelecimentos possam realizar as adequações necessárias e também para reforçar as boas práticas na produção de alimentos. “Essa iniciativa é relevante porque desenvolve e aprimora todo o segmento, então, é necessário mantermos essas qualificações com periodicidade para assegurarmos o padrão conquistado e melhorarmos os processos cada vez mais. Porque quando o negócio se adapta às novas diretrizes de alimentação segura não ocorrem retrocessos, as medidas se tornam um hábito”, analisou.

A empresária e presidente do Chapecó Convention & Visitors Bureu, Branca Rubas, enalteceu a relevância dessas qualificações, pois a pandemia trouxe a necessidade do delivery que nem todos os estabelecimentos estavam preparados. “Essa tendência permanecerá e os empresários tiveram pouco tempo para se adaptar. Aliados a esse cenário, os consumidores estavam inseguros de solicitar o alimento em casa pelo receio da contaminação do novo coronavírus por meio do serviço de tele-entrega. Então, essa iniciativa tem contribuído para capacitar todos os profissionais do setor: entregadores, manipuladores e empresários”, expôs. Segundo Branca, pelo delivey, o setor tenta minimizar os prejuízos.

CRONOGRAMA

O próximo workshop será nesta quinta-feira (28), às 14h30, sobre “Como estruturar um sistema de delivery com credibilidade e segurança alimentar”, pelo Google Meet.

Produção adequada assegura qualidade dos alimentos

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