Postado em 18 de Setembro de 2023 às 15h33

Preferências por peixes favorecerá consumo global da proteína

A produção de peixes em larga escala é uma alternativa sustentável e economicamente viável (Foto: Divulgação).
A produção de peixes em larga escala é uma alternativa sustentável e economicamente viável. Pesquisa realizada pela Universidade de Stanford, na Califórnia, projeta um aumento adicional de 80% nas próximas três décadas. Para a CEO do IFC Brasil e Fish Expo, Eliana Panty, “o Brasil tem tudo para se posicionar como player global nesta proteína”. Essa será uma das temáticas abordadas durante o IFC Brasil 2023, que será realizado a partir desta terça até quinta-feira (19 a 21), em Foz do Iguaçu (PR).
Eliana destaca alguns fatores importantes que contribuirão para esse cenário favorável do setor, como a preferência do consumidor ou hábitos por consumir outros cortes e peixes. “As preferências desempenharão um papel importante, o desafio está em convencermos o consumidor a comer também pequenos peixes como sardinhas, postas, cortes e outras espécies de menor valor agregado, que têm baixo impacto ambiental, mas são altamente nutritivos. Não há como abastecer o mercado com custo acessível para a grande parte da população e à base de filés e peixes nobres”, reflete.
Há uma grande oportunidade para a regionalização da produção e maior distribuição de renda com a produção de peixes para serem consumidos inteiros e outros peixes locais. A projeção da pesquisa é que Brasil, Gana, Índia, México e Nigéria mais do que dobrem o consumo até 2050. A China, que continua sendo o maior consumidor atual, deve expandir seu apetite de pouco mais de 50 milhões de toneladas de peixe em 2015 para pouco menos de 100 milhões até 2050.
As projeções não assumem simplesmente um aumento linear a partir de 2015, mas levam em consideração mudanças nas espécies que as pessoas comem à medida que ficam mais ricas, como atuns, salmões, linguados e outros peixes considerados mais nobres.
BRASIL É O LUGAR CERTO NA HORA CERTA
“A aquicultura determinará o futuro dos alimentos aquáticos, isso porque a produção e o cultivo cresceram mais rápido do que a pesca de captura nos últimos dois anos e espera-se um aumento ainda maior na próxima década. O consumo está projetado para aumentar em 15% e alcançará 21,4 kg per capita em 2030, impulsionado, principalmente, pelo aumento da renda e urbanização e novas tendências alimentares, com atenção especial à melhoria da saúde e nutrição. Uma oportunidade ímpar para o Brasil, que tem água em abundância, grãos e áreas para crescer a produção em tanques escavados ou tanques rede em áreas alagadas de usinas hidrelétricas”.
Especialistas projetam que a produção total de animais aquáticos está estimada para atingir 202 milhões de toneladas em 2030, principalmente devido ao crescimento contínuo da aquicultura, que deve atingir 100 milhões de toneladas pela primeira vez em 2027 e 106 milhões de toneladas em 2030.
“Hoje, mais de 60 milhões de pessoas ao redor do mundo trabalham no setor de aquicultura. Estima-se que a vida e os meios de subsistência de cerca de 600 milhões de pessoas dependam de alguma forma da pesca e da aquicultura. Essa é uma cadeia robusta, capilarizada e de grande impacto social e econômico que merece visibilidade, políticas públicas e atenção por parte de empreendedores e governos, como a grande oportunidade do século”, afirma Eliana.
SOBRE O IFC BRASIL
O presidente do IFC, médico veterinário e ex-ministro da Pesca Altemir Gregolin enaltece a relevância dos temas e a representatividade dos convidados que contribuirão na programação do evento. “Temas como tendências de mercado, tendências tecnológicas, sustentabilidade, organização da cadeia, sistemas de produção e rentabilidade da atividade e tudo o que há de mais novo no mercado nas áreas de tecnologias, nutrição, genética, sanidade e biossegurança serão tratados na programação”, reforça.
Correalizado pela Fundep e Unioeste (Universidade Estadual do Oeste do Paraná), O IFC Brasil 2023 tem o patrocínio do Sebrae; Itaipu Binacional; Ministério da Pesca e Aquicultura; Copel (Companhia Paranaense de Energia; Fomento Paraná; BRDE (Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo-Sul) e OCEPAR (Organização da Cooperativas do Paraná). O evento é realizado com o apoio da APEX, MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços); ABIPESCA (Associação Brasileira das Indústrias de Pescados), PEIXE BR (Associação Brasileira da Piscicultura); ABCC (Associação Brasileira dos Criadores de Camarão); CAMARÃO BR (Associação Nacional da Cadeia Produtiva do Camarão); Unila (Universidade Federal da Integração) e UFPR (Universidade Federal do Paraná.
Inscrições no site www.ifcbrasil.com.br
Estima-se que a vida e os meios de subsistência de cerca de 600 milhões de pessoas dependam de alguma forma da pesca e da aquicultura (Foto: Divulgação).

Há uma grande oportunidade para a regionalização da produção e maior distribuição de renda com a produção de peixes para serem consumidos inteiros (Foto: Divulgação).

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