Planejar uma sucessão não é antecipar uma despedida
Núcleo de Sucessão da ACIC promove encontro e reune especialistas para discutir ferramentas jurídicas e estratégias que garantem continuidade e harmonia no processo sucessório
O encontro teve o objetivo de falar sobre o planejamento sucessório por meio do viés jurídico. (Foto: Débora Favretto/ MB Comunicação)
O Núcleo de Sucessão da Associação Comercial, Industrial, Agronegócio e Serviços de Chapecó (ACIC) promoveu, na última semana, um encontro com o objetivo de falar sobre o planejamento sucessório por meio do viés jurídico.
A nucleada, Vitória Schimitt Chiella, explicou que desde a criação do núcleo, um dos principais propósitos é oferecer treinamentos aos nucleados. A ideia é proporcionar capacitação tanto para os sucessores quanto para os sucedidos, a fim de que o processo de sucessão ocorra da forma mais tranquila e positiva possível.
“A sucessão ainda é um tema pouco debatido e, muitas vezes, tratado com certo receio. Muitas famílias associam o assunto à morte, o que gera uma resistência natural e acaba atrasando a preparação adequada. Quando o processo finalmente acontece, geralmente é de forma conturbada, aos trancos e barrancos”, comentou.
CONVIDADOS
De acordo com o advogado Vicente Machado, a falta de planejamento sucessório ainda é comum no Brasil e pode gerar impactos fiscais e emocionais consideráveis. “Relações amorosas passageiras, regimes de casamento distintos e até a constituição de novas famílias podem comprometer o patrimônio construído ao longo dos anos”, alertou.
Na explanação, Machado exemplificou soluções jurídicas como testamento, doação em vida, holding familiar e offshores. “Cada mecanismo tem vantagens e limitações. A holding, por exemplo, pode evitar disputas futuras e garantir a continuidade da gestão dos bens. Mas ela exige governança, definição clara de papéis e planejamento tributário adequado”, explica o advogado.
“A sucessão bem planejada não é só sobre bens, mas sobre relações. Nosso objetivo é garantir que o patrimônio transite de forma segura, respeitando os desejos dos titulares e protegendo os sucessores”, destacou o advogado.
A advogada Stefanie Daltoé, também participou do encontro, ressaltou que o planejamento sucessório vai além da escolha de um testamento. “O testamento é um instrumento de vontade, mas não de gestão. Ele permite dispor de parte do patrimônio, nomear inventariante e tutor, mas a definição sobre quem vai administrar a empresa deve estar prevista no contrato social ou no acordo de sócios.”
Casos amplamente conhecidos, como os de Alberto Safra e Gugu Liberato, foram lembrados pela palestrante como exemplos de disputas que poderiam ter sido amenizadas ou evitadas com maior alinhamento entre testamentos, estruturas societárias e protocolos familiares. “Mesmo quando há planejamento, a ausência de clareza pode gerar litígios. É fundamental que os instrumentos estejam integrados e bem redigidos.”
Para Stefanie, planejar a sucessão não deve ser entendido como antecipar uma despedida, mas sim como preparar o terreno para a continuidade dos negócios e da harmonia familiar. “Cada família merece uma solução sob medida, que una segurança jurídica e respeito à história construída. Mais do que técnica, a sucessão é um processo humano e estratégico”, concluiu.
Vicente Machado exemplificou soluções jurídicas como testamento, doação em vida, holding familiar e offshores. (Foto: Débora Favretto/ MB Comunicação)
A advogada Stefanie Daltoé, também participou do encontro, ressaltou que o planejamento sucessório vai além da escolha de um testamento. (Foto: Débora Favretto/ MB Comunicação)
Núcleo de Sucessão da Associação Comercial, Industrial, Agronegócio e Serviços de Chapecó (ACIC). (Foto: Débora Favretto/ MB Comunicação)
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