Postado em 26 de Outubro de 2020 às 14h05

Outubro Rosa: autocuidado é a melhor estratégia de prevenção

 
Saúde integral da mulher, principais doenças que acometem o gênero, fatores de risco e a importância de realizar as consultas de rotinas e os exames de rastreamento. Essas foram as principais temáticas abordadas, na última semana, durante a Live Outubro Rosa: Saúde da Mulher, realizada pela Medicina Preventiva - Espaço Viver Bem, da Unimed Chapecó. Participaram os médicos cooperados da especialidade de mastologia Dr. Luiz Alberto Barcello Marinho, Dr. Makey Rodrigo Zortéa, Dra. Estela Regina Eidt e Dra. Liana Ortiz Ruas Winkelmann; da especialidade de oncologia Dra. Márcia Kotz e da especialidade de radioterapia Dr. Hélvion Antônio Ribeiro Filho.
Os tumores que têm maior incidência no público feminino são: câncer de pele não melanoma, câncer de mama, câncer de ovário e câncer do colo do útero. Segundo Dr. Hélvion, os fatores de risco são semelhantes: exposição hormonal exacerbada, obesidade, sedentarismo, padrões alimentares e algumas características genéticas. “No Brasil, se destacam os casos de câncer de colo uterino, principalmente pelo acesso aos exames preventivos e pela disseminação dos fatores de risco, que estão relacionados às doenças sexualmente transmissíveis. Os profissionais da área médica não esperavam mais se deparar com uma doença tão prevalente, mesmo com disponibilização de vacinas e informações aos pacientes”, lamentou.
A vacina HPV é disponibilizada pela rede pública de saúde, porém de acordo com Dr. Hélvion, ainda há restrições da população, especialmente por ter sido direcionada ao público jovem. “A população precisa compreender que o câncer não surge repentinamente. A média de idade do diagnóstico para o câncer de colo uterino é de 42 anos, por isso é necessário combatê-lo décadas antes”, enfatizou o mastologista. De acordo com Dr. Makey, o motivo de aplicar essa vacina entre 9 e 12 anos de idade está relacionado à faixa etária porque existe a maior soroconversão, ou seja, é quando o organismo produzirá a maior quantidade de anticorpos contra o HPV.
Ao abordar o câncer de mama, Dra. Márcia comentou os principais fatores de riscos modificáveis, que estão relacionados ao estilo de vida: obesidade, especialmente nas mulheres na menopausa; sedentarismo; hábitos alimentares; ingestão de álcool e tabagismo. Os fatores não modificáveis são função hormonal com a primeira mestruação precoce ou a última muito tardia que faz com que a mulher permaneça longo tempo exposta ao estrogênio; nunca ter amamentado e gestação tardia. “Em alto risco estão as pacientes que já tiveram um câncer de mama ou de ovário prévio; que possuem familiar de primeiro grau (mãe ou irmã) com câncer de mama ainda jovem; história de câncer bilateral e histórico de familiar masculino com câncer de mama”, explicou.
O câncer de mama tem maior incidência em mulheres com mais de 50 anos e no pós-menopausa, contudo, Dra. Márcia alertou que cada vez mais a doença tem acometido mulheres jovens. Estatísticas revelam que 90% das mulheres com câncer de mama não possuem nenhum fator de risco e apenas 10% refletem em causas genéticas. De acordo com a Dra. Liana, é importante a mulher conhecer seu corpo, a coloração da pele e acompanhar qualquer alteração dessa normalidade, a exemplo de uma secreção sanguinolenta pelo mamilo, percepção de algum nódulo ou o surgimento de uma costra. “O Outubro Rosa surgiu, justamente, para fazermos o diagnóstico na fase pré-clínica, quando a paciente não sente nada e não apresenta nenhum sinal sugestivo de câncer. A mamografia é o exame que identificará o tumor na fase mais precoce possível e resultará em altas taxas de cura, cirurgias menos invasivas e mutilantes e com menos aplicação de quimioterapia”, argumentou.
As políticas de rastreamento, segundo Dr. Luiz, infelizmente, estão aquém de um processo eficaz. “Antes do episódio da covid-19 a taxa de cobertura era de 20% quando o ideal seria de 70% para atuação efetiva. Vários estudos antecipam que no pós-pandemia teremos uma explosão de câncer no mundo porque as pessoas retardaram a realização de exames preventivos pelo receio de se contaminarem com o novo coronavírus” adiantou. Outro fator relevante apontado pelo mastologista é de que as políticas precisam ser estratégicas e específicas para determinadas regiões, em função de suas características populacionais.
O tratamento do câncer de mama é complexo – cirurgia, quimioterapia, imunoterapia e radioterapia – e depende de vários fatores como estágio da doença e idade da paciente. Dr. Makey comentou que as taxas de cura são altas em estágios iniciais atingindo 90% em tumores de até dois centímetros. “A paciente é o fator decisivo para a cura porque tem o poder de fazer a identificação ao realizar os exames de rotina. Estudos revelam que 60% a 70% dos diagnósticos são feitos pelo autoexame”, ressaltou.
MOVIMENTO ROSA
A Unimed Chapecó é parceira do Movimento Rosa, promovido pela Sociedade Brasileira de Mastologia, que visa incentivar a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de mama. De acordo com a Dra. Estela, em função da pandemia muitas mulheres deixaram de fazer os exames de rotina, o que tem gerado preocupação dos profissionais da saúde. “Esse movimento pretende incentivá-las a manterem os cuidados da saúde. As 100 vagas ofertadas já foram preenchidas e ainda têm pacientes em lista de espera para realizarem a mamografia gratuitamente no Hospital Unimed Chapecó. No momento do exame é avaliada a necessidade de realizar ultrassom de mama ou se tiver uma lesão suspeita de biópsia”, expôs. A campanha é voltada para ajudar pacientes que não possuem o plano de saúde ou que perderam o convênio ao serem desligadas da empresa que atuavam.   
 

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