Postado em 24 de Janeiro às 10h17

O impacto do consumo excessivo de carboidratos refinados na saúde

nutricionista do Unimed Personal, Luiza Hammerschmitt Chiappa

Pães brancos, massas, doces, empanados, balas de goma, barras de cereais ou energéticas, biscoitos, chocolates e ketchup são alimentos que estão presentes no cotidiano da maioria dos brasileiros. Itens que apenas de imaginar já aguçam o paladar. Eles são práticos, apetitosos e ainda tem em comum em sua fabricação os carboidratos refinados, que também são encontrados no leite condensado, molhos para salada, pizza congelada, refrigerante, salgadinhos e sorvetes. Contudo, o elevado consumo desses industrializados impacta diretamente na saúde do indivíduo.
“Os carboidratos refinados estão presentes diariamente na alimentação. Eles são produzidos a partir da remoção das partes mais nutritivas do grão, como o farelo e o germe, deixando apenas o endosperma. Isso resulta em alimentos com baixo teor de fibras, vitaminas e minerais, mas com alta carga glicêmica, o que significa que eles podem causar picos rápidos de glicose no sangue”, explica a nutricionista do Unimed Personal, Luiza Hammerschmitt Chiappa.
As diretrizes de recomendação de consumo de açúcares livres, que incluem os carboidratos refinados, podem variar, ressalta a nutricionista. A Organização Mundial da Saúde (OMS) sugere que não exceda 10% da ingestão calórica total diária, o que equivale a cerca de 50 gramas por dia em uma dieta de 2.000 calorias. “Já a American Heart Association é ainda mais restritiva, recomendando que mulheres limitem o consumo a 25 gramas e homens a 36 gramas de açúcar por dia”, complementa.
IMPACTO NA SAÚDE
Luiza esclarece que o corpo pode apresentar vários sinais do consumo excessivo de carboidratos refinados. Entre eles, destaca-se o ganho de peso, fadiga constante, aumento da fome, tontura, dor de cabeça, alterações no humor, além de inchaço e distúrbios gastrointestinais. “Esses sintomas são uma resposta do organismo ao desequilíbrio nos níveis de açúcar no sangue e à falta de nutrientes essenciais”, adverte a nutricionista.
Devido à rápida digestão e absorção, os carboidratos refinados levam a picos de insulina, um hormônio que facilita o armazenamento de gordura no corpo. Luiza alerta, ainda, que a baixa saciedade proporcionada por esses alimentos pode levar ao consumo excessivo de calorias, o que contribui para o ganho de peso a longo prazo. “A dieta com altas concentrações de doces e farinha branca pode levar a uma série de problemas de saúde, como obesidade, resistência à insulina, diabetes tipo 2, inflamação crônica, doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer”, aponta.
Luiza complementa que a falta de fibras também pode contribuir para problemas digestivos, como a constipação. “A longo prazo, esse tipo de dieta pode causar deficiências nutricionais devido à ausência de vitaminas e minerais essenciais. Até porque, normalmente, quem exagera nesses alimentos acaba reduzindo automaticamente o consumo de alimentos reguladores, a exemplo de frutas, verduras e legumes”.
A saúde mental também é comprometida com o consumo excessivo de carboidratos refinados. A nutricionista explica que esses alimentos podem causar flutuações nos níveis de açúcar no sangue, o que pode levar a alterações de humor, irritabilidade e exaustão. “Existem evidências sugerindo que o consumo elevado de açúcares refinados pode estar associado a um risco aumentado de depressão e ansiedade”, sublinha.
CICLO INTERMINÁVEL
De acordo com a nutricionista, a fome aumenta porque esses alimentos não promovem saciedade, uma vez que são rapidamente digeridos e absorvidos. Isso faz com que ocorra o aumento nos níveis de glicose no sangue, seguido de uma queda abrupta, que pode desencadear a sensação de fome logo após a refeição, levando ao consumo de mais alimentos e, consequentemente, ao aumento da ingestão calórica total. “Esse ciclo de picos e quedas pode induzir a desejo por alimentos ricos em açúcar e carboidratos, perpetuando o ciclo”.
A moderação no consumo desses alimentos, aliada a substituição por opções mais nutritivas, é fundamental para manter uma alimentação equilibrada e um estilo de vida saudável. “É importante prestar atenção aos sinais que o corpo dá e fazer escolhas alimentares conscientes, priorizando alimentos ricos em nutrientes que promovem o bem-estar a longo prazo”, orienta Luiza.
Ela indica, ainda, que é recomendável substituir carboidratos refinados por alimentos integrais (pães, massas e arroz), aveia, quinoa, mandioca, milho e frutas, que oferecem fibras, vitaminas e minerais essenciais. “Esses alimentos promovem uma digestão mais lenta. Fazer combinações equilibradas com frutas, verduras, legumes e proteínas magras resultam em uma saciedade prolongada e maior estabilidade dos níveis de açúcar no sangue. Essa é a chave para uma alimentação saudável”, finaliza Luiza.

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