Postado em 12 de Agosto de 2019 às 17h29

INTERCÂMBIO: Senar Sergipe conhece a Assistência Técnica e Gerencial de Santa Catarina

Comitiva acompanhou a atuação do Senar/SC na bovinocultura de leite

Com o objetivo de conhecer a atuação do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/SC), órgão vinculado à Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), na Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) em bovinocultura de leite, uma comitiva do Senar Sergipe esteve em Santa Catarina. Durante três dias visitaram propriedades rurais do oeste catarinense atendidas pelo programa e que tem alcançado bons resultados por meio da metodologia.
A visita foi acompanhada pela coordenadora estadual do programa ATeG em bovinocultura de leite Paula Araújo Dias Coimbra Nunes, os supervisores técnicos da ATeG Fernando da Silveira e Leandro Simioni e os supervisores regionais do Oeste, Helder Jorge Barbosa, e Extremo Oeste Grasiane Bittencourt Viêra.
Durante a visita ao Estado a comitiva sergipana conheceu os resultados da ATeG em Santa Catarina e conheceu de perto a realidade de algumas propriedades rurais do grande Oeste. A ATeG iniciou no território catarinense em 2016 e, atualmente, atende cerca de 2 mil produtores rurais, apenas na bovinocultura de leite. Além do leite, o programa atende outras 7 cadeias produtivas no Estado.
“Os resultados são expressivos e animadores. Desde que o programa iniciou percebemos um avanço na qualidade e na quantidade do leite produzido. Esse avanço é possível graças as visitas técnicas e gerenciais que ocorrem mensalmente e levam ao campo o que de mais atual existe para melhorar cada dia mais a qualidade de vida e a renda dos produtores”, destacou o presidente do Sistema Faesc/Senar, José Zeferino Pedrozo.
De acordo com a coordenadora estadual do programa, os produtores rurais atendidos pela ATeG em bovinocultura de leite recebem uma visita mensal dos técnicos de campo na qual tem orientações técnicas e gerenciais. “Cada técnico elabora o levantamento de dados da propriedade e avançam com a elaboração de um plano estratégico, prosseguindo com a indicação das adequações necessárias e as tecnologias mais indicadas para cada situação”.
O superintendente do Senar/SC Gilmar Antônio Zanluchi, salientou quea ATeG representa um avançado instrumento de formação profissional rural na área da bovinocultura de leite. “A intenção é contribuir para uma gestão sustentável e lucrativa das propriedades. O foco principal é proporcionar melhoria na produção e aumento da rentabilidade demonstrando a potencialidade da cadeia produtiva do leite. Para nós, receber a visita do Senar/SE foi uma honra. Trocar experiências e informações é enriquecedor e auxilia na melhoria do serviço prestado aos produtores rurais que são a nossa razão de existir”.
O gerente técnico do Senar/SE Saymo Santos Fontes resumiu a experiência vivida em Santa Catarina como uma das mais enriquecedoras de sua vida profissional. Segundo ele, a metodologia da assistência técnica não precisa ser apenas um repasse de tecnologias e pacotes modernos, mas sim a organização de técnicas comuns aos produtores e técnicos executadas da melhor forma possível dentro da viabilidade econômica e capacidade do produtor.
Outro fator que marcou foi a excelente relação com todos os atores do processo desde a coordenadora até os técnicos e produtores. “De forma especial também pude observar a boa relação entre técnico e produtor, onde a preocupação vai além da geração de dados gerenciais, passando por todas as etapas do processo produtivo, focando inclusive em aspectos técnicos reprodutivos. A gestão 5s também é um diferencial dos programas de ATeG, onde é possível permitir a organização da propriedade melhorando de forma significativa o ambiente de trabalho”.
O superintendente do Senar/SE Denio Augusto Leite destacou a referência e a expertise que Santa Catarina possui na execução do programa ATeG em bovinocultura de leite, uma vez que atende cerca de 2 mil produtores rurais, enquanto Sergipe atua com 200 produtores. “Vivenciar essas experiências e acompanhar além dos números os desafios e as conquistas de Santa Catarina trouxeram mais experiência e conhecimento para aplicar em nosso Estado. A troca de experiências nos auxiliará a contribuir para que os produtores rurais tenham melhores resultados e melhor atendimento”.
A coordenadora do programa ATeG em Sergipe Taynã Matosconsiderou como de extrema importância o intercâmbio entre as regionais do Senar, uma vez que possibilitou a troca de informações e experiências. “Cada região tem suas peculiaridades, mas conseguimos tirar proveito dos bons resultados de Santa Catarina e adequar com a realidade dos nossos produtores promovendo melhorias na qualidade de vida. Esses momentos nos fazem crescer como sistema e contribuir para a expansão dos produtores rurais de todo o País”.
            EXPERIÊNCIA EM CAMPO
            Uma das propriedades visitadas pela equipe do Senar/SE foi a Fazenda Romanini do produtor Edson Antônio Romanini. A propriedade é assistida pelo Programa de Assistência Técnica e Gerencial do Senar/SC e atendida pelo técnico de campo é o médico veterinário Henrique Rodrigues da Fonseca e acompanhada pelo supervisor técnico Jeam Carlos Palavro. O supervisor regional do Senar/SC Helder Jorge Barbosa e a coordenadora estadual do programa ATeG bovinocultura de leite Paula A. D. Coimbra Nunes também acompanham a propriedade.
A assistência técnica e gerencial impulsionou o desenvolvimento da atividade leiteira na propriedade Romanini, localizada no município de Lajeado Grande/SC. A fazenda atua no ramo da bovinocultura de leite há mais de 20 anos e no cultivo de grãos. É composta por uma área de 29 hectares e um rebanho total de 30 animais.
De acordo com o supervisor técnico, no início do acompanhamento em agosto de 2018 a propriedade possuía um rebanho composto por 15 animais em lactação e com uma média de produção de vacas em lactação de 22 litros de leite. O produtor já realizava anotações sobre os gastos, porém, não era efetuada a gestão zootécnica e econômica destes dados. “Aos poucos as ações implementadas começaram a gerar resultados e o produtor foi percebendo que vários pontos poderiam ser melhorados através da assistência técnica e gerencial”, explicou.
Entre os principais pontos que foram melhorados através das visitas da ATeG estão melhorias nos valores de CCS, implementação de linha de ordenha, tratamento e/ ou descarte de animais em alguns casos e os valores de CBT que evoluíram. Com os bons resultados obtidos o produtor se sentiu estimulado a realizar recentemente a aquisição de mais oito animais que serão utilizados para ampliação do plantel e substituição de alguns animais pouco produtivos ou que possuem problemas crônicos de CCS elevada. Mostrando que as ações realizadas estão gerando resultados excelentes e dando credibilidade ao trabalho que é desenvolvido.
FAMÍLIA OST
A pequena propriedade da família Ost, situada na comunidade de Linha Pelotas no município de Arabutã, no meio oeste de Santa Catarina, também recebeu visita da equipe do Senar/SE. Atendida pelo técnico de campo e médico veterinário Eduardo Jonas Martini dos Santos, o supervisor técnico Fernando da Silveira, o supervisor regional Helder Jorge Barbosa e a coordenadora Estadual Paula Coimbra, a propriedade é composta por 7,5 ha e é coordenada pelo proprietário Eder Ost e sua esposa Elenice.
 A família desenvolve a atividade leiteira há cerca de 12 anos e nunca tinha recebido uma assistência técnica continuada na área do leite. Em agosto de 2018 foram convidados a participar da mobilização do novo grupo de assistência técnica que foi realizado no município de Seara.
            Na primeira visita do técnico, a família possuía 11 animais em lactação e tinha uma produção diária de 123 litros, totalizando 3.699 litros mensais. Em comum acordo com o produtor, o técnico iniciou as mudanças na propriedade, onde inicialmente vendeu-se o touro e comprou-se um botijão de sêmen.
Os piquetes foram redimensionados corretamente fazendo com que o número de piquetes triplicasse e a oferta de pastagem aumentasse. Os animais foram separados em lotes (vacas em lactação, vacas secas e novilhas) e cada lote foi manejado de forma individual, o que não ocorria anteriormente. Devido as inúmeras mudanças na propriedade atualmente a produção diária é de 242 litros de leite com 10 animais em lactação, produzindo mensalmente em torno de 7.346 litros. Com o aumento na lucratividade o produtor melhorou sua qualidade de vida e está investindo na atividade.

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