Postado em 17 de Agosto de 2022 às 11h18

Importância da biosseguridade interna abre debates do 2º dia do 14º SBSS

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            Limpeza e desinfecção das instalações das granjas são de extrema importância para garantir a biosseguridade na produção. Esse tema abriu a programação científica do segundo dia do 14º Simpósio Brasil Sul de Suinocultura (SBSS). O evento, promovido pelo Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas (Nucleovet), acontece no Parque de Exposições Tancredo Neves, em Chapecó (SC), com transmissão on-line ao vivo. Paralelamente acontece a 13ª Brasil Sul Pig Fair.
            O médico veterinário e consultor autônomo na área de sanidade de suínos, Nelson Morés, palestrou sobre “Biosseguridade: está na hora de parar com o ‘faz de conta’. Será que compreendemos o significado dos desafios sanitários? Uma visão de dentro da granja”. O especialista abordou diversos aspectos em relação à limpeza das instalações e reforçou a necessidade de todas as pessoas que trabalham na granja conhecerem os processos, saberem para que servem e sua importância. Morés explanou sobre a biosseguridade interna, ou seja, as medidas direcionadas a controlar a proliferação e disseminação de patógenos no rebanho. “A biosseguridade interna é o ponto mais importante para a redução no uso de antimicrobianos nas granjas”, frisou.
            O palestrante explicou que os patógenos se disseminam pelo movimento de animais, dos funcionários, pelos equipamentos de uso interno e por vetores, como moscas e ratos. Para inativá-los, é preciso privá-los das necessidades básicas, ou seja, de alimentação, de água e de esconderijos. Para isso, a limpeza diária, com uso de detergente, desinfetantes e realização do vazio sanitário são ações fundamentais, além da drenagem e secagem das instalações. “Isso é essencial para baixar a pressão infectiva no ambiente”, destacou.
            Morés enfatizou que os principais pontos relacionados à biosseguridade interna são a produção em lotes com vazio sanitário adequado; manter um bom sistema de limpeza e desinfecção das instalações; combate a insetos e roedores; fluxo de animais (“jamais retroceder”), fluxo de pessoas dentro dos galpões, salas e baias; uso de equipamentos compartilhados entre as salas; manejo de animais doentes; e a higiene diária das instalações.
Em todos esses processos podem acontecer falhas, que estão relacionadas a diversos fatores, como estrutura, desconhecimento técnico dos produtores, dosagem e volume incorretos do detergente e desinfetante, ausência ou uso inadequado de baias/sala hospital, entre outros. Por isso, é essencial treinar os funcionários sobre biosseguridade, a exemplo das rotas de eliminação e transmissão de patógenos, as condições ambientais para a sobrevivência dos agentes infecciosos e como as pessoas podem se tornar transmissores devido ao uso inadequado de equipamentos.
“A forma mais eficiente de manter a saúde dos animais é a quebra do ciclo de infecção e a redução da pressão infectiva. Também é preciso lembrar que a biosseguridade interna, juntamente com programa adequado de vacinação e controle de fatores de risco, são fundamentais para a manutenção da saúde dos rebanhos e para a utilização racional de antimicrobianos”, concluiu Morés.
REDUÇÃO DA PRESSÃO DE INFECÇÃO
Na sequência, a médica veterinária, doutora Anne Caroline De Lara explanou sobre “Estratégias de redução da pressão de infecção em um sistema de produção: entendendo e aplicando programas de limpeza e desinfecção”. Ela frisou que a persistência dos agentes patogênicos está ligada a características de estabilidade e transmissão. “Considerando que muitas doenças são dose-dependende, quanto menor a exposição desses agentes aos animais, menor a probabilidade de doença clínica. Portanto, o correto manejo de ambiência e a redução da pressão de infecção são fatores importantes para que o animal possa desempenhar o melhor de seu potencial”, realçou, ao acrescentar que um programa básico de limpeza e desinfecção tem custo muito inferior quando comparado aos custos com tratamentos usando antimicrobianos, sem considerar o prejuízo com queda no desempenho zootécnico. “Também deve se considerar a demanda por redução do uso de antimicrobianos, por exigência de mercados e de consumidores”, complementou.
Anne explicou que um programa básico deve seguir as etapas de limpeza seca, limpeza úmida, desinfecção e vazio sanitário. A limpeza seca consiste em retirar resíduos mais grosseiros e na limpeza úmida deve-se utilizar água sob alta pressão e baixa vazão. O uso de detergentes é imprescindível para a remoção da matéria orgânica, incluindo os locais com mais difícil acesso, como superfícies mais porosas ou com defeitos, como rachaduras e frestas. A especialista enfatizou a importância de seguir a recomendação do fabricante com relação à dose de aplicação, concentração e tempo de contato de cada produto. Além disso, Anne observou que a qualidade da água utilizada interfere na ação do desinfetante.
De acordo com a palestrante, o vazio sanitário tem o objetivo de complementar o processo de desinfecção. “Para que o vazio sanitário traga benefícios, todas as etapas anteriores devem ser realizadas com o máximo critério”, salientou, ao acrescentar que ao perceber problemas quanto a patógenos, é preciso reavaliar o processo, pois os programas devem ser completos e realizados com eficiência, incluindo limpeza, desinfecção, vazio sanitário e controle de vetores. “O ponto chave é a remoção da matéria orgânica e do biofilme”, reforçou, ao acrescentar que o treinamento das equipes para atender as premissas de um bom protocolo de limpeza e desinfecção é fundamental e que sempre surgem novas ferramentas, que devem ser associadas às medidas básicas.
INSCRIÇÕES
As inscrições para o 14º SBSS ainda podem ser feitas no site www.nucleovet.com.br.
O 14º SBSS tem apoio da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), do Conselho Regional de Medicina Veterinária de Santa Catarina (CRMV/SC), da Embrapa Suínos e Aves, da Prefeitura de Chapecó e da Sociedade Catarinense de Medicina Veterinária (Somevesc).
 
PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA DO 14º SIMPÓSIO BRASIL SUL DE SUINOCULTURA
 
17 DE AGOSTO DE 2022 – QUARTA-FEIRA
 
PAINEL SANIDADE (JURIJ SOBESTIANSKY)
 
14h às 14h40 – Peste Suína Africana: como está o cenário mundial atual?
Palestrante: Leandro Hackenhaar
 
14h45 às 16h – Mesa Redonda: Agentes respiratórios? Estamos dando a real importância aos diagnósticos?
Palestrantes: Danielle Gava, David Barcellos e Karine Takeuti
Moderador: Geraldo Alberton
 
16h às 16h20 – Intervalo
 
16h20 às 17h – Estratégias de diagnóstico e controle de meningite estreptocócica: como enfrentar este agente e sua diversidade antigênica?
Palestrante: Rafael Frandoloso
 
17h05 às 17h45 – Resistência bacteriana: uma pandemia silenciosa!
Palestrante: Jalusa Deon Kich
 
17h45 às 18h05 – Questionamentos
 
18h15 às 19h15 – Evento Paralelo Zoetis
 
19h15 – Happy Hour na PIG FAIR
 
 
18 AGOSTO DE 2022 – QUINTA-FEIRA
 
PAINEL NUTRIÇÃO E REPRODUÇÃO
 
8h às 8h40 – Efeito da matéria-prima no desempenho e saúde intestinal dos suínos
Palestrante: Gabriel Cipriano Rocha
 
8h45 às 9h25 - Imunonutrição: como manejar a imunidade através da nutrição
Palestrante: Breno Castelo Beirão
 
9h25 às 9h45 – Questionamentos
 
9h45 às 10h05 – Intervalo
 
10h05 às 10h45 – Perdas reprodutivas na produção de suínos: diagnóstico situacional e alternativas de correção
Palestrante: Rafael Ulguim
 
10h50 à 11h30 – Prolapsos uterinos: fatores predisponentes e abordagem para o controle
Palestrante: Augusto Heck
 
11h30 às 11h50 – Questionamentos
 
12h – Sorteios e encerramento

 

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