Postado em 12 de Novembro de 2019 às 16h38

Fórum Internacional Agro Sem Fronteiras: Fazer a roda girar é o que garantirá integração entre Argentina, Paraguai e Brasil

Para que a economia se movimente e o agronegócio cresça é preciso fazer a roda girar. É preciso que poder público e privado se unam, aliando expertises e suprindo necessidades. A complementariedade entre Argentina, Paraguai e Brasil tem esse objetivo, de integrar e de unificar esforços para que o setor se torne um exemplo mundial.
E o assunto ganhou destaque durante o primeiro dia do Fórum Internacional Agro Sem Fronteiras. O evento aconteceu entre os dias 11 e 12 de novembro, no Centro de Eventos Plínio Arlindo de Nes, em Chapecó, Santa Catarina.
A realização foi do Bloco Regional de Intendentes, Prefeitos, Alcaldes e Empresários do Mercosul (BRIPAEM), do Fórum de Competitividade e Desenvolvimento para a Região Oeste, com correalização do Sebrae/SC e da Unoesc Chapecó e com patrocínio do BRDE. A organização é da Revista Setor Agro&Negócios.
Ao todo foram apresentados quatro painéis, cada um com foco nos principais assuntos que movimentam a discussão de integração. O primeiro foi as "Oportunidades de complementariedade produtiva entre Argentina, Paraguai e Brasil", ministrado pelo gerente comercial da Cooperauriverde, Elestor Albrecht (Brasil); o prefeito de Naranjal, Edoard Schaffrath (Paraguai); e o diretor nacional de Desenvolvimento Regional e Agricultura, Walter Kunz (Argentina). Segundo os três representantes, para que a capacidade agrícola dos três países seja evidenciada é preciso que haja uma melhora na política de logística nas fronteiras.
Em seguida, ocorreu o painel "Harmonização tributária entre os países do Mercosul", apresentado pelo advogado especializado no assessoramento de empresas em operações de importação e exportação e contratos internacionais, Eduardo Saldanha (Brasil); pelo Cônsul do Paraguai em Resistencia-Chaco, Francisco Antonio Fariña (Paraguai) e pelo contador e professor da Universidade Nacional de Misiones, Rauel Karaben (Argentina).
Durante o painel os representantes destacaram que as harmonizações fiscais tropeçam em grandes barreiras, como as necessidades fiscais para fazer frente aos gastos do Estado, que se traduzem em pressão fiscal de cada Estado; e os distintos níveis do poder fiscal, que se dividem em federal, estadual e municipal. A solução apresentada seria um acordo tributário específico para o agronegócio do Mercosul, para desentravar a burocracia.
A FORÇA DO COOPERATIVISMO ATRAVESSA FRONTEIRAS
            Dando continuidade às discussões de integração entre os três países, não poderia faltar o papel das cooperativas. O painel "A força do cooperativismo e sua contribuição para evolução do setor", trouxe o gerente de cooperativismo da Organização das Cooperativas de Santa Catarina (Ocesc), Paulo Von Dokonal, o presidente da Central de Cooperativas do Paraguai (Unicoop), Ruben Zoz e representantes da Associação das Cooperativas Argentinas, Esteban Gamulin e Marco Prenna.
            Cada um dos atores apresentou números de produção e o potencial de suas cooperativas. Segundo Paulo Von Dokonal, Santa Catarina conta com 47 cooperativas, com mais de 71 mil cooperados e 22 bilhões de receita bruta anual. "É um Estado muito cooperativista e que conta com essa representação em frentes parlamentares e demais espaços".
            Ruben Zoz enfatizou que o Paraguai conta com sete cooperativas que fazem parte de Unicoop, resultando em mais de seis mil associados e uma produção média anual de 1,8 milhões de toneladas. "São produzidos mais de 5 milhões de toneladas de milho safrinha em todo país e 13% dessa produção é feita pelos associados".
            Por fim, Esteban Gamulin e Marco Prenna destacaram os números da Associação das Cooperativas da Argentina. Segundo eles, são cerca de 147 cooperativas associadas, correspondendo na comercialização de 21 milhões de toneladas de grãos e um faturamento anual de mais de dois milhões. "Nós participamos de toda a cadeia de produção, até chegar ao consumidor. Hoje produzimos e comercializamos mais de 200 insumos agrícolas e temos a Ásia como um dos principais destinos de exportação", destacou Prenna.
            Junto ao debate, o vice-presidente do Conselho de Administração e diretor administrativo financeiro da Aurora Alimentos, Neivor Canton, realizou a mediação e enfatizou a importância do trabalho conjunto para o crescimento econômico das cooperativas e seus cooperados.
DESAFIOS DA INTEGRAÇÃO
            Para finalizar a roda de discussões, o painel "Desafios de Integração" contou com a apresentação de cases de sucesso e também apontamentos sobre as principais necessidades. Estiveram presentes no painel o chefe da área comercial do Mercovia S.A., Alcir Jordani; o presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio Luiz de Lorenzi; a diretora da Fornari Indústria, Luciane Fornari; e o secretário adjunto de Desenvolvimento Econômico Sustentável de Santa Catarina, Amandio João da Silva Junior.
            Para Losivanio Luiz Lorenzi, o principal desafio de integração entre os três países está na burocracia. "Ao vencer esse entrave burocrático, as oportunidades serão variadas. Teremos a chance de aumentar o volume de grãos exportados, garantia de frete de retorno e sobrevivência do agronegócio de proteína animal de Santa Catarina", comentou.
            O secretário adjunto, Amandio João da Silva Junior também enfatizou que o Estado terá maior nível de competitividade, pois haverá um desenvolvimento econômico do oeste próximo às áreas fronteiriças. "É espantoso o nível de burocracia que existe no Brasil. Precisamos trabalhar para que isso se torne mais prático e que possamos conversar com o mundo sobre o empreendedorismo do campo". 
            Enquanto isso, Alcir Jordani apresentou o case de sucesso da Mercovia S.A., que realiza atividades na fronteira entre as cidades de Santo Tomé, Província de Corrientes/Argentina e São Borja Estado do Rio Grande do Sul/Brasil.
            Além disso, Luciane Fornari destacou as atividades da Fornari Indústria e também evidenciou a necessidade dos órgãos públicos e privados em fazer a roda girar para que esse processo de integração aconteça. "Procurar parceiros e soluções são essenciais para que possamos fazer a roda girar e esses entraves serem vencidos".
PROGRAMAÇÃO DO AGRO INTERNACIONAL SEM FRONTEIRAS
            Na terça-feira (12) foi realizada uma sessão internacional de negócios com apoio do Sebrae e posteriormente, ocorreu a reunião extraordinária do Bloco Regional de Intendentes, Prefeitos, Alcaldes e Empresários do Mercosul (BRIPAEM).

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