Postado em 11 de Agosto de 2020 às 17h35

Fascite plantar: causa mais frequente de dor no calcanhar

Obesidade, atividade desportiva intensa (correr, saltar, dançar), permanecer longos períodos de tempo de pé, ter entre 40 e 60 anos e apresentar pé plano ou anormalidades da marcha. Esses são alguns fatores de risco para desenvolver a fascite plantar, a causa mais frequente de dor no calcanhar ou na sola dos pés. A doença é a inflamação da fáscia plantar, que é uma membrana de tecido conjuntivo fibroso que se estende do osso do calcanhar até os dedos dos pés, responsável por amortecer e distribuir o impacto.
Ainda entre os motivos que contribuem para surgimento da enfermidade, o médico ortopedista e traumatologista Joaquim Reichmann, destaca a redução da flexão dorsal (movimento da articulação do tornozelo), retração dos músculos gastrocnémio-solear e isquiotibias, doenças inflamatórias sistémicas e encurtamento do tendão de Aquiles. “A causa exata do problema é desconhecida, mas algumas condições integram os fatores de risco, como uso excessivo de salto alto, calçados inadequados (apertados, largos ou velhos), sedentarismo e desalinhamento corporal na região do quadril”, explica o médico.
O sintoma mais comum é dor na sola dos pés próximo à região do calcanhar. O principal sinal de alerta é quando este desconforto aparece durante os primeiros passos ao sair da cama ou levantar-se após estar sentado por um tempo. Reichmann destaca que a dor perto do calcanhar costuma ser intensa, comparada a uma “facada” no período da manhã e vai aliviando durante o dia com a caminhada. Esse desconforto pode agravar se a pessoa andar descalça em superfícies duras ou ao subir escadas. Outros sintomas são inchaço (edema) e vermelhidão (eritema). Caso não tratada, a doença pode se tornar crônica e provocar lesões no joelho, quadris e coluna.
De acordo com Reichmann, as recomendações iniciais são de repouso e aplicação de gelo no local, seguidas de fisioterapia com exercício e alongamentos específicos para pés e panturrilhas e utilização de palmilhas ortopédica ou ortótese noturna. Ainda entre as opções, o médico indica a terapia por ondas de choque para reduzir a dor, aumentar a irrigação de sangue na área afetada e cicatrização e regeneração dos tecidos moles. A cirurgia só é indicada quando os tratamentos terapêuticos não produzem mais resultados.
Alguns exercícios com bolinha de tênis são indicados, pois beneficiam a região e podem ser feitos diariamente. O médico orienta começar com massagens, deixando a bolinha deslizar pela sola do pé. O ideal é praticar o exercício em cima de um tapete para ficar mais firme, mantendo por um período de aproximadamente dois minutos, durante três vezes.
Outra atividade que pode ser feita é a seguinte: estender a sola dos pés o quanto puder e, com a mão, dobrar os dedos dos pés para trás. É necessário fazer o exercício primeiro com o joelho flexionado e, depois, alongar. O ideal é manter-se nessa posição por 30 segundos e fazer 10 repetições, três vezes ao dia. A terceira sugestão é estender a sola do pé, e com os dedos das mãos, fazer uma leve pressão na fáscia plantar, alongando com movimentos circulares. A dica é massagear por alguns minutos até sentir que a sola do pé esteja relaxando.

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