Postado em 07 de Abril de 2020 às 18h08

FAESC analisa os impactos da pandemia no agronegócio

Apesar de atividade essencial, setor sentiu os efeitos da crise no transporte de mercadorias e na pecuária de corte 

A crise provocada pelo novo Coronavírus paralisou atividades, estagnou setores e impactou diretamente na economia nacional. Apesar de considerada atividade essencial desde o início da pandemia, a produção de alimentos que mantém-se na ativa, também sentiu os efeitos das medidas de combate ao vírus. Em Santa Catarina, esses impactos do agronegócio foram analisados pelo presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Faesc) José Zeferino Pedrozo.
Segundo ele, alguns setores do Agro foram mais impactados. O transporte de produtos e mercadorias produzidas no Estado mantém o fluxo, porém com limitações por conta das restrições impostas pelo decreto de isolamento.
Devido à proibição de aglomerações em todo o território catarinense, as tradicionais feiras agropecuárias também foram suspensas. Estavam previstas 52 só para os meses de março, abril e maio no Estado – 106 no ano. Sem as feiras e leilões, grande parte dos terneiros ficou retida nas fazendas de Santa Catarina a espera de comercialização, justamente no período de maior demanda, que ocorre nos meses citados. 
Para minimizar os efeitos, a Faesc conseguiu com o Governo do Estado a liberação da comercialização via leilões virtuais, experiência pioneira em Santa Catarina. De acordo com Pedrozo, os sindicatos de todo o Estado estão se preparando para a novidade para tentar reparar as perdas. 
“Os leilões seguirão regras do setor da saúde estadual, sem a presença de público. Também haverá a venda direta nas propriedades, com a presença apenas do comprador. É uma experiência nova, não sabemos como vai ser ainda porque não temos essa cultura aqui no Estado, mas esperamos que em abril e maio possamos reparar um pouco esta expectativa negativa que tínhamos neste setor”, ressalta Pedrozo ao destacar a preocupação e a expectativa da Faesc.
“Dizer que não tivemos prejuízos é faltar com a verdade, até porque houve paralisação abrupta do fluxo do comércio em todos os setores. A preocupação existe e a expectativa é que nós tenhamos, paulatinamente, em Santa Catarina, a abertura de todo o comércio”.  
O presidente da Faesc também destaca que a pandemia está provocando mudanças na rotina dos produtores rurais e da indústria, que assim como todos os brasileiros, aumentaram o rigor das medidas preventivas e protetivas na saúde.  
“Temos que reconhecer que assim como ocorreu em outros setores, indústria e comércio por exemplo, o setor da agricultura também está sentindo o revés dessa situação aqui em Santa Catarina. Mas, podemos afirmar com tranquilidade que o agronegócio catarinense mantém o fluxo da atividade e é setor essencial para superar a crise”, afirma Pedrozo.
DEMAIS SETORES
Apesar das chuvas recentes, a estiagem ainda reflete no Estado. O período seco reduziu em 20% a produção de leite em Santa Catarina, segundo dados e informações fornecidas pelas próprias agroindústrias do setor.
A colheita de grãos já está no final, com produção fluindo dentro da normalidade. Apesar dos reflexos da estiagem, o setor de grãos está sendo beneficiado pelos preços vigentes, principalmente do milho e da soja, produtos de exportação alavancados pelo dólar acima dos R$ 5,00.
O presidente da Faesc destaca que não há escassez de insumos agrícolas no Estado, nem descontrole de preços, assim como segue normal o abastecimento de produtos como sementes, fertilizantes, vacinas, corretivos de solo, genética e rações.


Veja também

Voltar para (Blog)