Postado em 22 de Dezembro de 2020 às 17h02

Bioeconomia eleva sustentabilidade dos pequenos negócios no extremo oeste

Projeto inédito na cadeia do leite orgânico obtém resultados consideráveis, mesmo com severa estiagem

  • MB Comunicação Empresarial e Organizacional -
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Aumento na produção de leite por animal/dia; correção do solo e implantação do manejo correto das pastagens; redução do custo de produção; introdução de controles econômicos e zootécnicos e estímulo aos empresários rurais para se manterem na atividade. Esses são alguns dos resultados obtidos neste ano com o projeto de Bioeconomia, executado pela Prefeitura de Guarujá do Sul no extremo oeste catarinense em parceria com o Sebrae/SC e a Cooperativa de Produtos da Agricultura Familiar e Economia Solidária (Cooperflor).
O projeto desenvolvido no período de julho a dezembro de 2020 visou elevar a competitividade e a sustentabilidade dos pequenos negócios da cadeia do leite orgânico da região, promovendo um modelo de desenvolvimento baseado na inovação tecnológica e na melhoria da qualidade produtiva. A iniciativa teve como foco estratégico melhorar os processos produtivos; implantar inovação de produção por meio de tecnologia; difundir o conceito de sustentabilidade e auxiliar no reposicionamento estratégico de comercialização.
“A iniciativa vai além da formação e recuperação das pastagens degradadas para viabilizar pequenas propriedades, pois trabalhamos a gestão de índices de controles econômicos, zootécnicos e climáticos com entrega de planilhas para anotações, além de orientações de como preenchê-las. Observamos que nas propriedades atendidas esses controles eram mínimos ou inexistentes, porém tiveram boa aceitação. Outro destaque foi a adequação nutricional dos animais, com silagem, ração e formulações de dietas”, explica o técnico em agropecuária e consultor credenciado ao Sebrae/SC, Judinei Reino de Moraes.
O maior desafio enfrentado foi a severa estiagem que retardou o trabalho de plantio, adubação e recuperação das pastagens nas propriedades atendidas. “Tivemos menos de seis meses de consultoria e as chuvas mais significativas ocorreram no bro início de dezembro, o que possibilitou a germinação do capim. Mesmo assim obtivemos resultados consideráveis com o projeto”, avalia Moraes. De acordo com o consultor, os passos dados em 2020 foram os primeiros de um trabalho de médio a longo prazo para formação de pastagens e planejamento da propriedade, que poderá dobrar ou triplicar a produção de leite com eficiência e mais rentabilidade aos produtores. 
Ao todo foram atendidas 22 propriedades dos municípios de Dionísio Cerqueira, Guarujá do Sul e Palma Sola. Segundo Moraes, os empresários rurais estão na expectativa de que o projeto continue em 2021, por isso o Sebrae/SC está em busca de recursos para retomar as consultorias a partir de fevereiro.
RESULTADO POSITIVO
O empresário rural, Nilmar Arend, tem na produção do leite a maior fonte de renda de sua propriedade localizada na Linha Maidana, interior de Guarujá do Sul. A Família Arend tem 11 vacas, 10 em lactação.
A motivação para participar do projeto Bioeconomia surgiu após Arend conhecer algumas experiências que poderia implantar em sua propriedade. “Precisava mudar a forma de manejo tanto com os animais quanto com as pastagens, porque trabalhar no vermelho não dava mais e necessitava verificar onde estava errando”, relembra.
De acordo com o empresário rural as principais contribuições do projeto em sua propriedade foram aumentar a produção de leite animal/dia, correção do solo e redução do custo de produção. “Hoje me sinto feliz, realizado, contente e com muito orgulho do projeto. Para minha propriedade foi fundamental aumentar a produção com baixo custo e ao mesmo tempo identificar e descartar animais que não eram produtivos. Sempre pensei em sair da roça para trabalhar na cidade, mas agora sei que fiz a escolha certa, de permanecer no campo produzindo o alimento de muitos brasileiros”, avalia.
AVALIAÇÃO
Para o presidente da Cooperflor, Sergio Fernandes, o projeto teve grande importância para a agricultura familiar local, pois proporcionou um novo aprendizado ao produtor, mostrando na prática uma nova e eficiente forma de trabalho. “A iniciativa demonstra que é possível ter bons resultados com baixo custo de produção em pequenas propriedades. Mesmo a produção não sendo em grande escala, eles obtiveram lucro e melhoraram a qualidade de vida das famílias envolvidas”, avalia.
Fernandes considera que a principal contribuição do projeto foi o apoio técnico, que resultou em ganhos nas propriedades e animou as famílias a permanecerem na atividade. “Os filhos dos empresários rurais visualizaram que é possível continuar na propriedade dando sucessão às atividades e ao patrimônio conquistado pelos pais”, comemora.
 

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