Bioeconomia eleva sustentabilidade dos pequenos negócios no extremo oeste
Projeto inédito na cadeia do leite orgânico obtém resultados consideráveis, mesmo com severa estiagem
Aumento na produção de leite por animal/dia; correção do solo e implantação do manejo correto das pastagens; redução do custo de produção; introdução de controles econômicos e zootécnicos e estímulo aos empresários rurais para se manterem na atividade. Esses são alguns dos resultados obtidos neste ano com o projeto de Bioeconomia, executado pela Prefeitura de Guarujá do Sul no extremo oeste catarinense em parceria com o Sebrae/SC e a Cooperativa de Produtos da Agricultura Familiar e Economia Solidária (Cooperflor).
O projeto desenvolvido no período de julho a dezembro de 2020 visou elevar a competitividade e a sustentabilidade dos pequenos negócios da cadeia do leite orgânico da região, promovendo um modelo de desenvolvimento baseado na inovação tecnológica e na melhoria da qualidade produtiva. A iniciativa teve como foco estratégico melhorar os processos produtivos; implantar inovação de produção por meio de tecnologia; difundir o conceito de sustentabilidade e auxiliar no reposicionamento estratégico de comercialização.
“A iniciativa vai além da formação e recuperação das pastagens degradadas para viabilizar pequenas propriedades, pois trabalhamos a gestão de índices de controles econômicos, zootécnicos e climáticos com entrega de planilhas para anotações, além de orientações de como preenchê-las. Observamos que nas propriedades atendidas esses controles eram mínimos ou inexistentes, porém tiveram boa aceitação. Outro destaque foi a adequação nutricional dos animais, com silagem, ração e formulações de dietas”, explica o técnico em agropecuária e consultor credenciado ao Sebrae/SC, Judinei Reino de Moraes.
O maior desafio enfrentado foi a severa estiagem que retardou o trabalho de plantio, adubação e recuperação das pastagens nas propriedades atendidas. “Tivemos menos de seis meses de consultoria e as chuvas mais significativas ocorreram no bro início de dezembro, o que possibilitou a germinação do capim. Mesmo assim obtivemos resultados consideráveis com o projeto”, avalia Moraes. De acordo com o consultor, os passos dados em 2020 foram os primeiros de um trabalho de médio a longo prazo para formação de pastagens e planejamento da propriedade, que poderá dobrar ou triplicar a produção de leite com eficiência e mais rentabilidade aos produtores.
Ao todo foram atendidas 22 propriedades dos municípios de Dionísio Cerqueira, Guarujá do Sul e Palma Sola. Segundo Moraes, os empresários rurais estão na expectativa de que o projeto continue em 2021, por isso o Sebrae/SC está em busca de recursos para retomar as consultorias a partir de fevereiro.
RESULTADO POSITIVO
O empresário rural, Nilmar Arend, tem na produção do leite a maior fonte de renda de sua propriedade localizada na Linha Maidana, interior de Guarujá do Sul. A Família Arend tem 11 vacas, 10 em lactação.
A motivação para participar do projeto Bioeconomia surgiu após Arend conhecer algumas experiências que poderia implantar em sua propriedade. “Precisava mudar a forma de manejo tanto com os animais quanto com as pastagens, porque trabalhar no vermelho não dava mais e necessitava verificar onde estava errando”, relembra.
De acordo com o empresário rural as principais contribuições do projeto em sua propriedade foram aumentar a produção de leite animal/dia, correção do solo e redução do custo de produção. “Hoje me sinto feliz, realizado, contente e com muito orgulho do projeto. Para minha propriedade foi fundamental aumentar a produção com baixo custo e ao mesmo tempo identificar e descartar animais que não eram produtivos. Sempre pensei em sair da roça para trabalhar na cidade, mas agora sei que fiz a escolha certa, de permanecer no campo produzindo o alimento de muitos brasileiros”, avalia.
AVALIAÇÃO
Para o presidente da Cooperflor, Sergio Fernandes, o projeto teve grande importância para a agricultura familiar local, pois proporcionou um novo aprendizado ao produtor, mostrando na prática uma nova e eficiente forma de trabalho. “A iniciativa demonstra que é possível ter bons resultados com baixo custo de produção em pequenas propriedades. Mesmo a produção não sendo em grande escala, eles obtiveram lucro e melhoraram a qualidade de vida das famílias envolvidas”, avalia.
Fernandes considera que a principal contribuição do projeto foi o apoio técnico, que resultou em ganhos nas propriedades e animou as famílias a permanecerem na atividade. “Os filhos dos empresários rurais visualizaram que é possível continuar na propriedade dando sucessão às atividades e ao patrimônio conquistado pelos pais”, comemora.
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