Postado em 26 de Fevereiro de 2020 às 16h29

“Apenas reposição de cálcio não é eficaz para o tratamento da osteoporose”

Afirmação é do médico ortopedista e traumatologista Joaquim Reichmann que defende tratamento multidisciplinar

O tratamento da osteoporose, doença caracterizada pelo enfraquecimento dos ossos, deve ser realizado de maneira multidisciplinar, ou seja, pela combinação de vários elementos e fatores para obter-se o resultado esperado. “Apenas a ingestão de cálcio não é eficaz para combater essa patologia. É necessário adotar outras medidas para repor o mineral que está faltando”, enfatiza o médico ortopedista e traumatologista Joaquim Reichmann
A doença acomete, principalmente, pacientes idosos e é responsável por aumentar consideravelmente o índice de fraturas. Contudo, também pode ocorrer em pessoas mais jovens, por diversos motivos. A osteoporose possui duas formas clássicas: a fisiológica ou primária que surge por conta de um processo natural do envelhecimento e a secundária, geralmente causada por outras enfermidades.
Conforme Reichmann, ao contrário do que muitos pensam, a patologia não é causada pela falta de ingestão de cálcio, mas sim pela perda dele e pela ausência de iniciativas que possibilitem a fixação do mineral nos ossos. “É comum atendermos pacientes que estão tratando a osteoporose apenas com reposição de cálcio há dez anos, porém atualmente sabemos que somente a ingestão desse mineral de maneira isolada resulta em mais malefícios do que benefícios à saúde, inclusive, reduzindo o tempo de vida da pessoa”, destaca.
O cálcio isolado, segundo o médico, não tem uma inteligência própria que o direcione para os ossos e os dentes e lá permaneça. “São necessários cofatores que direcionem o mineral para onde realmente é fundamental, ou seja, para os ossos. Se a pessoa ingerir somente o cálcio ele ficará acumulado nas artérias e nas válvulas cardíacas. Estudos apontam que essa medida pode reduzir em até sete anos a longevidade do paciente”.
A orientação, segundo o médico, é abordar o tratamento de maneira multidisciplinar. Portanto, consiste na combinação de algumas substâncias que devem ser utilizadas junto com o cálcio para que ele seja fixado ao osso. “Precisamos de cofatores que o conduzam até os ossos. A vitamina D3 que aumenta sua absorção no intestino, a K2 e MK7 que o leva aos ossos e dentes atuando como um GPS, aliados ao magnésio que provoca uma reação química que estimulará algumas proteínas, fazendo com que o cálcio fique acumulado nos ossos e dentes”, explica.
Reichmann complementa, ainda, que a osteocalcina - proteína não-colagenosa, dependente da Vitamina K e que constitui até 3% da proteína total do osso - fará com que o cálcio fique acumulado nos ossos e nos dentes. Esse processo é influenciado pelos hormônios reguladores do cálcio, necessários na mineralização óssea normal. “Por último e não menos importante está a atividade física, fundamental para que ocorra o estímulo da osteocalcina para que o cálcio se deposite cada vez mais nos ossos. A dica é fazer atividades físicas diárias por pelo menos 30 minutos”, orienta. 

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