Postado em 13 de Novembro de 2020 às 16h01

Anchieta busca reconhecimento como produtora de milho crioulo

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Preservar as tradições na produção de alimentos, proteger a região produtora tanto nos aspectos culturais quanto econômicos, promover as variedades de milho crioulo, além de acessar mercados mais exigentes, com qualidade e competitividade. Esses serão alguns dos benefícios proporcionados pelo levantamento de Indicação Geográfica (IG) no extremo oeste catarinense.
Para diagnosticar o potencial da região, os consultores credenciados ao Sebrae Nacional Anselmo Buss Junior e Helinton Lugarini conheceram em Anchieta, nesta semana, ações realizadas pela Associação dos Pequenos Agricultores de Milho Crioulo Orgânico e Derivados (A.S.S.O) e da Cooperativa da Agricultura (Cooper Anchieta).
A produção de variedades do milho e sementes crioulas em Anchieta começou em paralelo à criação do município. De acordo com a secretária de Administração, Camila Baronio, quando os colonizadores ocuparam a área territorial, na década de 1950, trouxeram sementes para iniciar o cultivo do milho. “A partir dali foi mantida a cultura, que foi expandida ao longo dos anos, atingindo seu ápice de número de produtores e de guardiãs das sementes na década de 90”, relatou. 
Atualmente, as duas entidades locais incentivam a disseminação da tradição, a produção das sementes crioulas e a fabricação da farinha do milho crioulo, que é comercializada no município. Ainda entre as iniciativas, Camila destaca a promoção da Festa Nacional das Sementes Crioulas, já realizada em sete edições. “A primeira ocorreu em 2001 e contou com a participação de lideranças de vários estados brasileiros e de outros países. Os visitantes vieram trocar experiências, conhecimentos e sementes. O evento sempre foi organizado pelos movimentos sociais, apenas a última edição em 2018 foi promovida pela Administração Municipal, em parceria com as entidades locais”, explicou.
Camila enalteceu também que muitas pesquisas universitárias foram realizadas no município com o propósito de analisar as propriedades das sementes, localização da produção, qualidade dos grãos e de que maneira o clima local interfere na formação das plantas. “Temos vários estudos científicos que contribuirão no reconhecimento de Anchieta como a principal produtora de sementes de milho crioulo do Brasil”, antecipou a secretária ao comentar que a produção abrange diversas propriedades locais, além dos municípios de Guaraciaba e Palma Sola.
As entidades preveem a expansão da produção das sementes, principalmente do milho e da pipoca crioula, porém Camila justificou que o desafio é fazer com que os produtores possam cultivar em grande escala. “Avaliamos como muito importante esse diagnóstico do Sebrae para IG. Já debatíamos o assunto com outras entidades como Epagri e Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). A partir desse trabalho proposto pelo Sebrae percebemos que temos os principais requisitos para fazer esse registro embasados no trabalho desenvolvido, na produção, na história e nos estudos”.
A indicação dos consultores credenciados ao Sebrae Nacional foi IG na espécie de Denominação de Origem (DO). “Isso porque pelos estudos científicos já realizados e outros que orientamos, o território poderá caracterizar o milho crioulo dessa região como DO por evidenciar as qualidades e características vinculadas ao meio geográfico, uma situação que, se bem promovida, pode garantir mercados especiais”, analisou o Anselmo Buss Junior. 
CONCEITOS
O Sebrae realiza o diagnóstico das potenciais IGs ou MCs brasileiras por meio de avaliações presenciais e virtuais. O levantamento, de acordo com Helinton Lugarini, será realizado em aproximadamente 120 regiões brasileiras, além de IGs reconhecidas ou em fase de análise pelo Instituo Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Em Santa Catarina serão contempladas 19 regiões.
Segundo Junior, IG é a designação que identifica um produto ou serviço como originário de uma área geográfica delimitada quando determina qualidade, reputação ou outra característica essencialmente atribuída a essa origem. “IG não é criada, mas reconhecida. Sua função é proteger e promover quem está naquele território, o produtor com padrão de qualidade e o consumidor. Desta maneira, é possível agregar valor ao produto final”, comentou. 

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